Inovar para sobreviver

Walmir Soller

Nos dias atuais, o termo inovação tem marcado cada vez mais presença em discussões sobre a competitividade do setor industrial em âmbito global. Já é senso comum afirmar que empresas inovadoras são as que possuem mais chance de sobreviver a cenários desafiadores e às constantes mudanças no ambiente econômico, já que elas sempre estarão à frente em termos de desenvolvimento de produtos e tecnologias. Empresas que inovam mais são reconhecidas por terem melhores resultados financeiros, ambiente de trabalho diferenciado e cadeias de valor mais sustentáveis.
No entanto, ainda há uma grande distância entre o discurso sobre inovação e o que é efetivamente aplicado na prática e esse abismo vale para inúmeras indústrias no Brasil. Estima-se que os gastos com inovação no setor plástico não diferem muito ao conjunto da indústria brasileira. Geralmente habituadas a estruturas enxutas e tradicionais, as empresas quando pressionadas pela competição costumam agir focadas em aumento de eficiência e redução de custos, muitas vezes por acreditarem que práticas inovadoras requerem investimentos exorbitantes e a contratação de equipes ultra especializadas, por exemplo.
Para ajudar a desmistificar conceitos como estes e estimular a eficiência e competitividade do setor, Braskem e Abiplast uniram esforços para a criação do PIC – Plano de Incentivo à Competitividade da Cadeia do Plástico. O PIC tem como objetivo estimular o aumento das exportações dos produtos transformados, a Inovação entre as empresas e a Qualificação Profissional de toda a cadeia, com investimento de R$ 80 milhões.
Dentro desta iniciativa está o Projeto Piloto de Gestão e Apoio à Inovação, que oferecerá num primeiro momento uma consultoria técnica para 15 empresas, com o objetivo de desenvolver um programa capaz de tornar projetos mais eficientes e competitivos. Inovar não é apenas investir em maquinário e equipamentos novos. A inovação passa pela introdução de novas tecnologias, renovação de produtos, design, capacitação de profissionais, relacionamento com os clientes, entre outros.
Escolhida por sua capacidade de transformar ideias e projetos em produtos, a consultoria Inventta dará apoio na criação de modelos de negócios que contemplem iniciativas próprias de incentivo à inovação. As empresas de transformação de plásticos que participarão neste Projeto Piloto de Inovação serão selecionadas de acordo com a relevância estratégica e o potencial de impacto de seus Projetos somados à disponibilidade de tempo, capacidade de engajamento de suas lideranças e proposta de um pré-projeto inovador. As finalistas receberão uma orientação da Consultoria a fim de elaborarem o projeto, que inclui desde o desenvolvimento de processos, fontes de captação de recursos e novos produtos plásticos.
Apesar de contemplar um pequeno número de empresas do setor de transformação, esse Projeto piloto e pioneiro permitirá entender melhor as necessidades das empresas e identificar oportunidades estruturais. A partir dessa experiência a expectativa é que possam ser desenvolvidas iniciativas mais abrangentes de apoio ao setor de transformação usando a Inovação como alavanca de crescimento e diferenciação.
Além do benefício imediato para as empresas envolvidas nesse piloto, acreditamos no efeito “cascata” deste tipo de iniciativa. Trata-se de um primeiro e necessário passo para fazer da inovação um termo comum ao dicionário e à rotina do setor plástico, o que beneficiará toda a sociedade brasileira. •

Walmir Soller é Diretor do Negócio de Polipropileno da Braskem

Compartilhe esta notícia:

Deixe um comentário