Cledson Francisconi: demanda crescente por embalagens menores reflete mudanças nos hábitos de compra.
Em 2024, pet food foi o segmento de embalagens plásticas flexíveis cuja demanda mais cresceu: 48.000 toneladas, salto de 24,1% sobre 2023 (dados da Abief). Do ponto de vista do transformador de embalagens para o mercado pet, como justifica este desempenho fora de série?
Uma corrente de analistas sustenta que uma explicação forte para o salto do mercado brasileiro de pet care é o fato de casais jovens hoje preferirem criar animais domésticos do que ter filhos. Concorda com este argumento?
O cenário atual de encarecimento de bens de consumo, como alimentos, e o poder aquisitivo da população reduzido pela inflação levam muitas indústrias de produtos finais a recorrerem a embalagens menores para não perder vendas. A Chromoplast percebe este movimento este ano em mercados que atende?
Temos observado uma crescente demanda por embalagens menores em vários segmentos que atendemos. Essa procura reflete uma mudança no comportamento do consumidor e nas estratégias de formação de preços dos nossos clientes e do mercado. Marcas de alimentos têm optado por porções menores para produtos como snacks, café e bebidas. Isso se aplica tanto a itens premium, como barras de chocolates gourmet, nos quais o tamanho reduzido pode facilitar a experimentação por novos clientes, quanto a produtos de massa, como biscoitos, e refrigerantes, em que a acessibilidade de preço é crucial.
Também observamos essa tendência no setor de cuidados pessoais. Com frequência, produtos como máscaras faciais e xampus estão sendo oferecidos em tamanhos menores, como forma de tornar o preço percebido mais atraente, especialmente em regiões onde a sensibilidade ao preço é mais acentuada. Além disso, embalagens menores facilitam a portabilidade, um fator importante para consumidores que viajam com regularidade.
Em relação ao impacto desse fator do tamanho menor da embalagem sobre o volume de vendas da Chromoplast, não notamos uma redução de consumo. Constatamos, sim, uma variedade maior de tipologia e volume mínimo de produção – tópicos que, no total formam o volume histórico do cliente.
Capacidade instalada: nova rodada de investimentos deve elevar o potencial de 800 para 1.000 t/mês
Qual a capacidade instalada total da Chromoplast, com qual nível médio de ocupação ela operou em 2024 e qual a expectativa para 2025?
Quais os desenvolvimentos de embalagens e tecnologias que se destacaram na trajetória da Chromoplast desde sua partida? Quais as novidades previstas para estrear este ano?
A Chromoplast foi uma das primeiras empresas a iniciar, no Brasil, um projeto com polietileno de fonte renovável com selo I’m Green (PE da Braskem obtido da rota alcoolquímica), embalagem para mistura de bolo concebida em parceria com empresa do Rio Grande do Sul. Nos últimos anos, alguns marcos se destacam nessa trajetória de evolução:
- Introdução dos filmes sustentáveis da linha GreenShield, com destaque para estruturas contendo resina reciclada pós-consumo (PCR), filmes biodegradáveis, monomateriais e opções para economia circular.
- Avanços em estruturas técnicas de alta performance: sacos com quatro soldas, box pouch, stand up pouch com composição técnica específica para produtos com alto peso e shelf-life prolongado.
- Melhorias no processo de impressão com alta definição, implementação de controle e revisão de padrões de cor com controle digital, que garantiram padronização e maior estabilidade de cor em grandes lotes.
- Otimização das estruturas para selagem de alta velocidade, com foco em máquinas flow pack horizontais e verticais, onde a performance térmica e o coeficiente de atrito controlado foram diferenciais técnicos.