Ineos desativa fábrica de estireno no Canadá

Excedente mundial e emissões tóxicas determinam fim da produção
Ineos em Sarnia: fechamento corta 7% da capacidade norte-americana do monômero.
Ineos em Sarnia: fechamento corta 7% da capacidade norte-americana do monômero.

Acuada por um perrengue internacional e outro local, a petroquímica Ineos Styrolution resolveu cortar o mal pela raiz: anunciou em 11 de junho o fim de linha definitivo, programado para julho de 2026, de sua unidade de 450.000 t/a de estireno em Sarnia, Canadá, correspondente a 7% da capacidade norte-americana do monômero, conforme relatado em matéria no portal Icis. No mesmo site, baseado ao sul da província de Ontário, a Ineos roda uma fábrica de 490.000 t/a de etilbenzeno, ingrediente do estireno que a empresa também produz em duas plantas no Texas, com capacidades individuais de 770.000 t/a e 455.000 t/a.

Sem vislumbrar chance pela proa de nivelamento entre oferta e demanda mundial de estireno, a Ineos decidiu encerrar a operação do monômero em Sarnia, por inviabilidade comercial, como justificou para a mídia. Por sinal, essa vulnerabilidade aflora no índice de ocupação abaixo de 70% com que roda há bons anos, assinala a matéria no site Icis, o time titular das petroquímicas de estireno na América do Norte, integrado por Ineos, Shell, LyondellBasell, Westlake e Total Petrochemicals. Para variar, a China pretejou o drama. De canal de desova no passado para o estireno norte-americano, a China aumentou o grau de sua autossuficiência na produção de estireno a ponto de sua capacidade ser orçada em 3.7 milhões de t/a em 2023. “O fechamento da planta em Sarnia foi definido pelas suas condições econômicas examinadas sob a perspectiva mais ampla e a longo prazo da indústria mundial de estireno”, sublinhou o CEO Steve Harrington. Por sua vez, a consultoria Icis observa que a programada saída de campo da fábrica canadense não afetou os preços spot do monômero.

Antes do encerramento das atividades vir à tona, a unidade em Sarnia foi submetida a parada de manutenção em abril último, quando irromperam as queixas iniciais de residentes como indígenas ao governo canadense e mídia sobre problemas de saúde decorrentes de emissões de benzeno originário da planta de estireno e consideradas além dos limites estabelecidos pela saúde pública, repassa a reportagem no site Icis. Já em maio o Ministério do Meio Ambiente determinou rígido controle por dois anos das emissões de benzeno pelo hub de petroquímicas em Sarnia. Essa medida foi sancionada após o poder executivo de Ontário ordenar o fechamento da produção de estireno da Ineos, em resposta às denúncias de contaminação por benzeno da população local.

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