Indorama anuncia compra de fábrica de PET da M&G no Brasil
Um dos principais credores do conglomerado italiano M&G, global player em PET, em recuperação judicial na Itália e EUA desde o quarto trimestre de 2017 e atolado em dívidas puxadas por U$1,7 bilhão a cargo de sua subsidiária norte-americana, a tailandesa Indorama trombeteou em 16 de março a decisão de comprar a fábrica do seu devedor no Brasil. Trata-se da unidade de 500.000 t/a de PET em Ipojuca, na ativa há 10 anos no complexo portuário de Suape, em Pernambuco, e a recicladora de 20.000 t/a do poliéster, localizada na paulista Indaiatuba. Segundo foi divulgado, a base das M&G nos EUA deve em torno de US$ 60 milhões para Indorama, pelo fornecimento de matérias-primas. Sem abrir o montante envolvido na compra dos ativos no Brasil e o quanto ele cobre dos recursos não pagos pela M&G, a Indorama comunicou à mídia esperar pelo término da transação até junho próximo. Em relação ao mercado, a Indorama declarou que a demanda sul-americana de PET evolui à média anual de 5% e sublinhou o potencial do negócio definindo como baixo o consumo brasileiro per capita da resina, da ordem de 2,8 quilos (mesmo argumento da Petrobras para justificar sua desastrosa aventura em PET na Petroquímica Suape). Por fim, Aloke Lohia, CEO da Indorama Ventures Public, ressaltou que, com essa compra, a sua companhia, nº1 mundial em PET, estará presente nos cinco continentes. No pano de fundo do Brasil, a Indorama ingressará num mercado interno estacionado em patamar equivalente à metade da capacidade instalada local de PET, na faixa de 1 milhão de t/a. Sob pressão do excedente global do polímero, as exportações brasileiras da resina travam frustrante briga de foice com concorrentes internacionais por um lugar ao sol no limitado mercado sul-americano. Para complicar o enrosco, a produção de 500.000 t/a em Ipojuca depende em grande parte da compra de ácido tereftálico purificado (PTA) do seu único concorrente local, o complexo da Petroquímica Suape, que sempre operou no vermelho e foi adquirido da Petrobras pelo grupo mexicano Alpek, outro credor do conglomerado M&G. Todas essas incógnitas em torno do investimento anunciado foram colocadas para o presidente Lohia por e-mail por Plásticos em Revista, sem resposta até o momento.
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