Surda à gritaria ativista contra energia fóssil e mesmerizada pelo canto da sereia de uma prolongada demanda global por petroquímicos, a companhia indiana Gail trombeteou em maio o plano de ir além do seu ninho por vocação: a exploração de petróleo e distribuição do gás natural. Sob controle majoritário dos fundos americanos Bain e Ebitda, a Gail capturou a atenção da mídia para sua estratégia ao dimensionar em US$ 7.2 bilhões a implantação de um cracker para gerar 1.5 milhão de t/a de etano acoplado a um complexo que lhe derá passe livre para pisar fundo na petroquímica mundial, conforme noticiado na imprensa econômica da Índia e agência Reuters.
O empreendimento e seu perfil financeiro estão sob escrutínio em curso pelo governo do estado de Madhya Padresh. Pelo organograma oficial, ele deverá ocupar 800 hectares no distrito de Sehore, com início da construção agendado para fevereiro de 2025 e partida em escala comercial entre 2030 e 2031. No momento, segundo o noticiário postado, a capacidade de petroquímicos (propano, p.ex) da Gale ronda a marca de 8.1 milhões de t/a a cargo do complexo via gás em Pata, a 380 km de Nova Delhi, além da unidade de ácido tereftálico purificado (insumo de PET) na localidade de Karataka. Para o complexo em Sehore, a matéria-prima será o gás natural importado, conforme prevê memorando de intenções assinado pela Gail ONGC e Shell Energy.