Índia: importações de PVC-S inibidas por antidumping

Sobretaxa visa onerar desembarques da resina com produção nacional insuficiente

Com capacidade excedente entalada há anos na garganta, a indústria mundial de PVC corre risco de estrebuchar se a Índia cumprir as previsões de, a partir de 2025, colocar em vigor direitos antidumping para o vinil em solução (PVC-S) importado da China, Indonésia, Japão, Coreia do Sul, Taiwan, Tailândia e EUA. A decisão da sobretaxa provisória, aguardada na praça até a virada do ano (e não noticiada até o fechamento desta matéria) promete armar rebuliço de repercussão global. Afinal, atesta avaliação do site ChemOrbis. A Índia é o maior comprador internacional de PVC e, apenas no compartimento do grade em solução, importou três milhões de toneladas em 2023 ou 33% do comércio global desse polímero.

De janeiro a agosto de 2024, rastreia a ChemOrbis, o mercado indiano internou 2.1 milhões de toneladas de PVC-S. Os desembarques foram liderados pela China (41%), seguida de longe por Japão (14%), Taiwan (12%),Coreia do Sul (11%), EUA (9%) e Indonesia (3%). O artigo de Chem Orbis assinala que, de janeiro a setembro de 2024, a Índia internou um milhão dos dois milhões de toneladas do vinil exportadas pela China. Quanto ao Japão e Coreia do Sul, o mercado indiano abocanhou, nos nove primeiros meses de 2024, respectivas fatias de 68% e 58% do vinil então embarcado pelos dois países. Na medição de ChemOrbis, os EUA, aliás já penalizados com antidumping para seu PVC pela União Europeia, destinaram 9% do total de 2.3 milhões de toneladas da resina que exportaram de janeiro a setembro de 2024.

Varredura da consultoria Argus Media sustenta que as importações indianas de PVC devem ter superado em 2024 a marca de 3.2 milhões de toneladas, tal como o fizeram em 2023 e a expectativa é de chegarem a cinco milhões de toneladas em 2027. Por sua vez, contrapõe a Argus, a capacidade disponível na Índia para todos os tipos de PVC é projetada em 1.7 milhão de t/a versus a atual demanda doméstica da ordem de 3.5 milhões de toneladas. A consultoria ChemOrbis calcula que a mesma capacidade caminha para ganhar três milhões de t/a até 2028 (expansão também estimulada pelos antidumpings) e o consumo local tende a emplacar nove milhões de toneladas em 2029.

As sobretaxas para importações de PVC-S foram solicitadas pelas petroquímicas indianas Chemplast Cuddalore Vynils Limited, DCM Shiram Limited e DCW Limited, requerendo proteção tarifária contra os desembarques do vinil a preços impraticáveis pela oferta doméstica, relata o artigo em ChemOrbis. O estudo da Argus Media detalha que os antidumping propostos para PVC-S penalizam cinco produtores específicos da China; dois da Indonesia; dois do Japão; dois da Coreia do Sul; quatro de Taiwan; dois da Tailândia e quatro dos EUA. Uma vez oficializada, a sobretaxa será estendida a qualquer outro fornecedor das sete origens citadas. Do outro lado do balcão, Trump em Washington e Xi Jinping em Pequim já deixaram claro em pronunciamentos que represálias a barreiras tarifárias contra seus países serão líquidas e certas.

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