Brasil e Índia se dão as mãos na sigla BRIC, referente a países em desenvolvimento em destaque pelo poder econômico e influência geopolítica. Quando o tema é a indústria plástica, no entanto, as duas nações mostram-se díspares, quase opostos polares. Em contraste com a renitente seca de investimentos locais e externos no Brasil, a montagem de complexos hoje ferve na petroquímica indiana e, pelo flanco de bens de capital, o frenesi acontece em injetoras, segmento no qual o Brasil murchou de vários fabricantes locais no século passado a apenas um na conjuntura atual. Líder em vendas de injetoras no Brasil com maquinário importado, a chinesa Haitian, por exemplo, forma no pelotão de marcas orientais que prometem investimentos na Índia, informa o jornal Plastics News. Ela já monta injetoras de até 1.000 toneladas no estado de Guajarat e trombeteia agora o plano de aportar US$ 20 milhões em outra filial, no estado sulista de Tamil Nadu. A intenção é partir essa planta em 2024 com um mix de injetoras desde 100-150 a 1.000-1.300 toneladas de forças de fechamento. A Índia, por sinal, é importadora regular de injetoras pesadas.
Através de sua subsidiária, o grupo japonês Shibura Machine alardeia a intenção de fincar sua segunda planta indiana, também no estado de Guajarat, palco aliás de futuro complexo de poliolefinas, integrado em refinaria de óleo bruto, polo que segue em construção pelo conglomerado Nayara Energy. O empreendimento do Shibura é considerado pelo grupo em linha com o crescimento na apetitosa média de 10% anual mantido pelo mercado indiano de injetoras. O Shibura antevê, com esta estratégia, o aumento de sua capacidade atual de montar anualmente no país 1.200 injetoras ao ano para 2.500 em três anos e 3.200 em cinco. O mix incluirá modelos elétricos e de forças de fechamento de até 3.000 toneladas.
Atuante na montagem de injetoras na Índia via joint venture, a chinesa Yizumi, que comercializa suas linhas importadas no Brasil, proclama já dispor de capacidade aproximada para construir 2.000 injetoras no estado de Guajarat. Em 2022, a Yizumi informa ter vendido 580 máquinas na Índia e sente chão firme para emplacar 700 ou 800 este ano. Já no Brasil, tanto fornecedores de injetoras como a Câmara Setorial de Máquinas e Acessórios para a Indústria do Plástico (CSMAIP), vinculada à Associação Brasileira da Indústria de Máquinas, conservam a determinação de conspirar contra a transparência dos resultados não abrindo o volume de vendas e receita anuais de qualquer tipo de equipamento.