Última palavra global em refrigerantes e snacks, a norte-americana Pepsico trombeteia compromisso de tornar todas as suas embalagens recicláveis, compostáveis ou biodegradáveis até 2025. Daqui a dois anos, a companhia também pretende utilizar 25% de teor de plástico reciclado em suas embalagens flexíveis e rígidas e decepar em 35% a presença de resina virgem em seu portfólio.
Uma das forças para tirar do chão louvações de brand owners à sustentabilidade, como esta entoada pela Pepsico, é a escalada mundial da reciclagem química, em especial nos EUA. Analistas da consultoria Icis propalam na mídia internacional que os projetos em curso de reciclagem química no país podem somar cerca de 5 milhões de t/a à capacidade hoje existente até 2025. Mas há pedras pontiagudas, lombadas e curvas fechadas pela frente. Tratam-se de possibilidades de atraso ou cancelamento das obras, por perrengues econômicos, o imbróglio da legalidade da reciclagem química em determinados estados norte-americanos e, por fim, o suprimento inconstante ou insuficiente da sucata plástica adequada. No consenso dos olheiros do ramo, os EUA hoje reciclam não mais que 9% do plástico que consomem.
Esquadrinhamento da Icis constata, por ora, ao redor de 35 projetos em gestação e em vigor relativos a unidades de pirólise ou gaseificação nos States e, desse total, apenas 17%, correspondem a operações em escala comercial. Um ponto-chave para este percentual desencabular seria a demanda por polietileno reciclado (rPE) atiçada pela responsabilidade estendida do produtor – programas sancionados pelo poder público que incentivam brand owners a incorporar plástico reciclado às suas embalagens. Uma vez enquadrados na proposta, eles pagarão menos por seu envolvimento nos recursos cobrados para gerir e patrocinar a coleta do refugo. Até o momento, leis da responsabilidade estendida dos produtores das embalagens já foram homologadas em quatro estados (Califórnia, Colorado, Oregon e Maine) e normas pró-reúso de conteúdo reciclado em artefatos transformados foram promulgadas em cinco (Califórnia, Washington, Maine, Connecticut e New Jersey).