IMD: competitividade do Brasil chega ao fundo do poço
Também por causada sua conjuntura volátil, uma faceta da política econômica do Brasil marca pela lastimável imutabilidade: a crônica piora do país no ranking de competitividade global atualizado a cadfa ano pelo suíço IMD, venerada escola de administração. No relatório de 2017, o Brasil surge no antepenúltimo lugar entre 63 países. A colocação reflete um declínio sem soluços. Em 2013, o IMD listou o Brasil na 51ª colocação; passando para 54ª em 2014, 56ª am 2015; 57ª em 2016 e, enfim , o 61º lugar na listagem deste ano, entre Ucrânia (60º lugar) e, logo abaixo, a Mongólia e a Venezuela. Vale frisar que o declínio do Brasil no ranking do IMD tem persistido sem causar sobressaltos, apesar dos alertas trombeteados por especialistas de todas as frentes, a exemplo do porta voz da Fundação Dom Cabral em palestra na edição do ano passado do “Seminário Competitividade: o Futuro Perfil da Transformação Brasileira de Plástico”, evento promovido por Plásticos em revista e a Associação Brasileira da Indústria do Plástico. Para montar o ranking, o IMD recorre a 260 indicadores, como emprego, custo do capital e ambiente para negócios. No relatório de 2017, o Brasil também pegou o penúltimo lugar (62ª posição) nos quesitos eficiência governamental e corrupção. Este último tópico, aliás, foi abordado com acurácia por Pedro Wongtschowski, vice presidente do conselho da Ultrapar e presidente do Instituto para o Desenvolvimento Industrial (Iedi), em entrevista na edição de 1 de junho último do jornal Valor Econômico. “A corrupção, no fundo, é um fator de distorção da competitividade do Brasil”, asseverou o dirigente. “Distorce o comportamento do empresário e dos agentes públicos que, em vez de procurarem o bem comum, acabam por satisfazer o interesse de empresários específicos, às vezes. É uma lástima. Temos que refundar no Brasil a relação do setor público com o setor privado”.
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