“A compressão exercida pela globalização da economia é crescente”, atestou em conferência no início de junho Ulrich Ackermann, chefe de comércio exterior da VDMA, toda poderosa associação da indústria alemã de máquinas fabris. “A China segue com foco na sua autossuficiência em equipamentos com efeitos chocantes para o setor europeu de engenharia mecânica e, nos EUA, Biden segue a política de seu antecessor com ênfase na política industrial de conteúdo local. Esse quadro geral converge para a visão do mundo a caminho de um ordenamento bipolar.”
Apesar das condições internacionais adversas, a indústria alemã de máquinas para plásticos e borracha fechou 2023 com receita 13% maior, graças à entrega no período de maquinário encomendado nos últimos anos. “Mas daqui por diante esses sinais serão trocados e o cenário na Alemanha será tomado por empresas às voltas com subutilização da capacidade”, percebe Ulrich Reifenhäuser, chairman da divisão desses equipamentos na VDMA. Ele justifica a guinada com as guerras na Ucrânia e Oriente Médio e, na União Europeia, energia cara e inflação e juros altos.
Na varredura da VDMA relativa ao maquinário alemão para plásticos e borracha, em 2023 os pedidos caíram 16% versus 2022 e o setor rodou com 86% de ocupação (96% em 2021 e 93% em 2022). A produção desses equipamentos foi orçada em € 8.864 bilhões ou 3.4% abaixo do saldo anterior. Já a produção mundial desse segmento foi estimada pela VDMA em € 42.505 bilhões no ano passado ou – 0,2 abaixo do resultado em 2022.
A China liderou o ranking de países no âmbito da produção de máquinas para plásticos e borracha em 2023, respondendo por 31,7% dos embarques. Foi seguida à distância pela Alemanha, com participação de 20,9%. Além do mais, a China fechou 2023 como o país nº1 nas exportações desses equipamentos, com sua participação orçada em 24.4% seguida de perto pela Alemanha, com 22%. A América Latina respondeu em 2023 por 6.8% das exportações alemãs de maquinário para plásticos e borracha. Os principais destinos internacionais dessas linhas foram China, EUA, Itália e México.