Explodem preços do frete marítimo na Ásia

Encarecimento do transporte deve piorar no segundo semestre
Explodem preços do frete marítimo na Ásia
China: logística e custos do frete complicam exportações do excedente de resinas.

Os preços internacionais de petroquímicos passaram por cima de uma branda demanda geral e experimentaram subida atípica nas últimas semanas, na garupa da explosão dos reajustes nos fretes marítimos na Ásia, expõe artigo na seção Insight do portal Icis. O ponto fora da curva decorre de uma embolação de senões: escassez de contêineres e espaço nos cargueiros e rotas alternativas mais longas para evitar a travessia do Mar Vermelho com Israel e Hamas em conflito com risco de alastrar-se pelo Oriente Médio. Entre as sequelas da turbulência, os preços das exportações chinesas mais que dobraram; a Índia periga penar a curto prazo com insuficiência de determinados materiais que importa, caso de fenol e ácido tereftálico purificado e a participação do câmbio favorável (desvalorização do yuan e yen) para embarques da China e Japão foi tragada pelo indigesto encarecimento do modal marítimo para além da Ásia.

“O segundo semestre é um período mais ocupado, competitivo e rentável para o transporte marítimo que o primeiro”, observou em release condensado no artigo do site Icis Christian Roeloffs, CEO da operadora logística ContainerxChange. “Num ambiente de alta volatilidade e encorajadora recuperação da demanda no comércio mundial, os traders do meu setor preveem cíclico salto da procura na metade final do ano. Por sinal, o surto de pedidos antecipados, esperado para o decorrer do semestre final, já influi na arrancada dos preços de contêineres na China”. Rastreio da consultoria Icis constatou em 21 de maio preço interncional médio para contêiner 40 HC da ordem de US$ 2.480 para a rota de mão única China – EUA versus US$ 950 no início do mesmo mês.

No Brasil, Eder Ottolini Balbani, dirigente da Ottolini Representações, registrava em 28 de maio que o frete China Brasil havia aumentado pela nona semana consecutiva e que o tempo de entrega de mercadorias do Oriente Médio segue na média de 90 dias, mesmo com carregamento imediato. “Entregas chinesas estão sem previsão de chegada ao Brasil, por falta de espaço nos navios, fator agravado pela queda na procura devido ao encarecimento do transporte marítimo”, justifica o analista. “Alguns traders relatam cancelamento de compras paradas há um mês.”

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