Europa e EUA combatem slogans de greenwashing

A aversão de legisladores da Europa e EUA prenuncia dias contados para o emprego indiscriminado, em peças publicitárias, de slogans e chavões do jargão verde, prática aliás corriqueira entre marqueteiros do setor plástico internacional. Reportagem postada em 27 de junho pelo jornal Wall Street Journal (WSJ) noticia a determinação de tribunal alemão a empresas para esclarecerem e justificarem ao público o emprego de termos como ‘carbono neutro” e “clima neutro” em seus anúncios. Segundo o artigo, trata-se da mais recente medida tomada na Europa para combater a prática de greenwashing por companhias empenhadas em cativar consumidores desavisados pela eco sensibilização.
A decisão da justiça alemã aflorou com a reclamação impetrada contra o uso sem explicações da expressão “clima neutro” em anúncio de revista de um fabricante de confeitos. Pelo crivo do tribunal alemão, o esclarecimento é essencial na mensagem, de modo a evitar que compradores sejam enganados.
Pela interpretação do WSJ, clima neutro e carbono neutros constituem expressões alusivas à chegada a um ponto em que nenhuma emissão gerada por uma companhia ou organização é utilizada como pretexto para ajudar a compensar outras emissões pela mesma fonte. Por exemplo, projetos de energia renovável (solar, hidroelétrica) a cargo de indústrias que liberam na atmosfera poluentes resultantes de processos baseados em fontes fósseis.
“Esse julgamento terá enorme efeito na publicidade verde na Alemanha, pois daqui por diante as companhias terão de tomar muito cuidado para apregoar suas credenciais ecológicas”, declarou ao WSJ o advogado Roman Brtka. Nessa mesma pegada, completa o artigo, a jurisprudência da União Europeia tem pressionado empresas a comprovar autoelogios de cunho sustentável em meio a temores do poder público de que slogans verdes mascarem a falta de ações redutoras de emissões de poluentes e de danos ambientais. Nos EUA, arremata a reportagem, o órgão Federal Trade Comission (Comissão Federal do Comércio) está revendo suas regras para evitar que empresas recorram ao greenwashing em sua comunicação, caso do uso frívolo de termos como sustentável, net zero e carbono neutro. •