EUA: descompasso entre excedente de PE e a América Latina
Uma coisa era o potencial do mercado latino americano quando foi iniciada a nova rodada de investimentos na capacidade norte-americana de polietileno (PE), acréscimo calculado acima de 8 milhões de toneladas. Outra coisa -e bem pior- é a condição hoje demonstrada pela região para absorver a sobra destinada ao exterior do polímero produzido nos EUA por fábricas zero bala a partir do ano que vem. Há menos de um ano, uma senhora corrente de analistas sustentava que a demanda global era mais que suficiente para dar conta do excedente de PE que despontará a curto prazo, à sombra da rota norte-americana do gás natural extraído de jazidas de xisto. Para complicar o enrosco, ExxonMobil e LyondellBasell anunciaram na semana passada o intento de investir mais ainda em capacidades de PE nos EUA. Essa visão rósea começa a ganhar cada vez mais dissidentes, a exemplo de John Richardson e Paul Hodges, analistas do portal britânico Icis, e do blogueiro norte-americano Paul Bjacek, membro da consultoria texana Accenture. Em relação à envergadura da América Latina para auxiliar na desova do PE adicional no bloco Nafta, Bjacek declarou que a conta inicial simplesmente não fecha. Ele justifica o descompasso com a frustrante trajetória do PIB latino americano desde 2014, afetando negativamente o consumo de commodities em geral naquela região que, aos olhos dos produtores de PE dos EUA, pintava anos atrasa como o maior canal de desova do excedente a caminho. Bjacek sugere um urgente desvio de rota, elevando à condição de principais destinos do PE adicional a África,Índia e China. Hodges e Richardson discordam em relação ao potencial da China para absorver a contento essas importações, devido às mudanças em curso na sua política econômica e na crescente autonomia chinesa na produção de poliolefinas. Quem viver, verá.
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