EUA: cenário mundial preocupante para produção ampliada de polietileno
Antes de Donald Trump despachar no Salão Oval da Casa Branca, a partir de janeiro de 2017, o consenso entre consultorias era de que, por vantagem logística, a América Latina encabeçaria os destinos para o excedente da capacidade norte-americana de polietilenos, cujo ciclo de expansões ainda não terminou. No entanto, assinala o analista Paul Hodges, blogueiro do portal britânico ICIS, o mercado latino-americano se apequenou desde então e, sob o tiroteio tarifário desferido em fogo cruzado na guerra comercial EUA x China, a Europa se afigura agora o canal de desova mais plausível para a rotunda parcela de PE norte-americano que o seu país de origem não terá tão cedo condições de absorver.
Na calculadora de Hodges, o acréscimo à capacidade da resina nos EUA totalizará 5.850 milhões de t/a em 2019, efeito da entrada em cena de sete operações. Na ala das que já partiram, ele enfileira, figura uma planta de 750.000 t/a da Dow; o complexo de 1.3 milhão de t/a da ExxonMobil; o de 1 milhão de t/a da Chevron Phillips e a unidade de 470.000 t/a da Ineos Sasol. Para este ano, está agendada a estreia da planta de 125.000 t/a da Dow; a unidade de 470.000 t/a da Sasol e a de 800.000 t/a da Formosa Plastics. Por seu turno, serão acionadas em 2019 uma planta de 430.000 t/a da Sasol e outra de 500.000 t/a da LyondellBasell.
Conforme postou Hodges no site Icis, o cenário abre a possibilidade de um embate entre as novas produções dos EUA, bem integradas a montante da cadeia (gás natural) e aos complexos europeus de PE, em regra atrelados a refinarias. Seja como for, deixa patente o blogueiro inglês, a saída da China do rol de importadores do excedente norte-americano, fruto do salseiro tarifário armado por Trump, pode ativar uma guerra internacional de preços para o polímero, cuja eterna primeira vítima é a rentabilidade dos produtores, sem falar no impacto colateral causado nas cotações de outras resinas com as quais polietileno compete.
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