Quais as alternativas de curto e médio prazo vistas pela Braskem para agregar polietileno de alta densidade (PEAD) pós-consumo a embalagens de cosméticos em volumes suficientes para atender a demanda?
A Braskem acredita numa transição para a economia circular, através da qual todos os produtos, inclusive embalagens, são reaproveitados ao final da vida útil. O desenvolvimento de alternativas para agregar maior teor de PEAD em frascos rígidos passa por todos os elos da cadeia de embalagens, estendendo-se até o uso consciente e responsável pelos consumidores. Esta transformação começa pela concepção (design) do produto, facilitando seu descarte, coleta, separação e reúso. Após a etapa do descarte, será importante contar com tecnologias mais avançadas de separação e lavagem dos resíduos para obtenção de reciclado em maior quantidade e de melhor padrão. Um exemplo é o recipiente do tira-manchas da marca Qualitá, desenvolvido por nós em parceria com o Pão de Açúcar e a Total Química. Para completar, a Braskem vem estudando investimentos em capacidades de reciclagem e novas tecnologias para aprimorar a qualidade do recuperado, de modo a ser utilizado na maior proporção possível num novo ciclo.
Qual a possibilidade de a Braskem desenvolver novas resinas para sopro e tampas, que operem sob menores temperaturas de processamento, proporcionando assim ciclos mais curtos de produção?
Uma referência nessa direção foi o desenvolvimento do grade de PEAD Rigeo 4950HS, para sopro de bombonas de agroquímicos. Ele permite a produção sob temperaturas menores , baixando em decorrência o gasto energético, além de reduzir o peso dos recipientes. Ainda na mesma esteira, destacamos outro grade de PEAD, a resina HD7000C. cujo balanço de propriedades, em particular a rigidez, também possibilita ao transformador explorar soluções de menor peso para a embalagem.
Em tampas, o grade de polipropileno (PP) FT 120WV da série Maxio, desenhado também para peças técnicas, se distingue por dar ao transformador meios de ampliar a produtividade na injeção. Testes preliminares apontam uma redução de 7,5% no ciclo e de 3,5% no índice de perdas.
A parceria entre Braskem e a Zandei Plásticos em torno do PE Verde e do selo I’m Green em embalagens de cosméticos tem sido intensa.Mas este setor ainda não conseguiu repassar a contento ao mercado a proposta da sustentabilidade do biopolímero, tanto em relação à pegada de CO² como à sua condição de material 100% reciclável. Como a Braskem poderia aumentar este esclarecimento e, por extensão, a venda de PE Verde?
Os conceitos de sustentabilidade e de redução da pegada de CO² têm sido reconhecidos por marcas líderes no universo de cosméticos, como Natura, J&J, Shiseido, O Boticário, Mado, Unilever, Luvex e Neutrox. Elas enxergam no PE Verde uma solução efetiva, devido á sua contribuição para a captura de gases de efeito estufa perante o desempenho nesse sentido do PE de origem fóssil, além de ela ser 100% reciclável. Em sua estratégia de expansão de Químicos Renováveis, a Braskem segue na divulgação dos atributos sustentáveis do PE Verde e no diálogo com brand owners ao redor do mundo. Outro conceito que desperta o interesse deles é a mistura de resina reciclada com PE renovável, com o objetivo de zerar emissões de carbono. A vantagem dessa solução é a contribuição simultânea à economia circular em, ao menos, dois de seus pilares: a reciclagem e a fonte renovável. •