Desde o advento da economia circular, poliestireno (PS) tem a cabeça posta a prêmio por sectários do ambientalismo como material de coleta trabalhosa e dificuldades singulares na sua reciclagem mecânica em tiragens comerciais. O bicho pega feio, em particular, no tocante a descartáveis e demais recipientes de uso único. No entanto, em meio a esse irado berreiro global, pinta um providencial respiro para a resina estirênica provar-se sustentável de raiz em seu maior mercado em bens duráveis, a linha branca. A trégua momentânea foi provocada pelo lançamento este ano – apenas para a Europa – de determinados refrigeradores da sueca Electrolux que, entre seus plus, ostentam gabinetes internos produzidos em 70% com o grade de alto impacto (PSAI) pós-consumo e reciclado.
Em comunicado à mídia, a Electrolux situa a presença do reciclado em 13% do total de plásticos presentes na nova linha de geladeiras. A empresa também sustenta que a inserção de um volume robusto de plástico reciclado no gabinete interno é pioneirismo mundial no gênero. Os novos refrigeradores, agrupados na família AEG, têm seus gabinetes montados a partir de resinas recicladas oriundas de peças internas integrantes de geladeiras de todas as marcas achadas no lixo urbano da Bélgica, Holanda e França. São recolhidas pela gestora de resíduos Renewi e repassadas à sua subsidiária Coolrec, especializada na reciclagem de equipamentos elétricos e eletrônicos sucateados e incumbida de despachar os lotes de PSAI recuperado para a Electrolux, no melhor estilo da economia circular, recolocá-los nos refrigeradores AEG.