Coreia do Sul: governo intervém para frear crise na petroquímica

Indústrias do maior complexo do país receberão capital e subsídios
Coreia do Sul: governo intervém para frear crise na petroquímica
Coreia do Sul: petroquímica penalizada pela expansão incessante da produção e superoferta de materiais da China.

Para conter o prolongado déficit do setor petroquímico, o governo da Coreia do Sul designou o município de Yeosu como área de resposta à crise da indústria, noticiou em 5/5 o site Chemical Week. A iniciativa decorre do fato de o denominado Complexo Industrial Nacional Yeosu constitui o motor da petroquímica sul coreana, responsável por cerca de 46% da produção de eteno do país.

Pelas diretrizes do amparo concedido pelo governo, as indústrias que operam em Yeosu receberão qualificações para merecerem tratamento oficial preferencial, através de capital repassado por fundo emergencial de estabilização da gestão e por meio da concessão de subsídios para determinados investimentos, relata o artigo publicado no portal. Segundo apregoou o governo, a designação dá localidade de Yeosu é o primeiro caso de reação do poder público da Coreia do Sul a uma crise industrial regional, postura em linha com um plano para ampliar a competitividade da petroquímica homologado em dezembro último. A propósito, como petroquímica é atividade eletrointensiva, as empresas do setor também estão reivindicando do governo uma redução das tarifas de energia, como medida em sintonia com a estratégia de combate à crise industrial.

Projeções da Associação da Indústria Petroquímica da Coreia do Sul (KPIA), noticiadas pelo site Icis em 15/5, apontam para declínio na produção deste ano, com contração nas exportações e aumento da demanda doméstica dos materiais do setor. “A previsão é de queda no nível de ocupação da capacidade da indústria, devido à continuidade da super oferta e do ritmo rápido de expansão da produção de petroquímicos em geral na China”, justificou a KPIA em comunicado. Em 2024, a produção sul coreana de petroquímicos fechou na casa de 21.1 milhões de toneladas ou 1.4% abaixo do volume aferido em 2023 e, para 2025, a expectativa da entidade limita-se a 20.7 milhões de toneladas.

O banco de dados da KPIA evidencia a aguda dependência do comércio exterior pela petroquímica sul coreana. Os indicadores vislumbram para 2025 a produção doméstica de resinas na faixa de 14.946 milhões de toneladas, com exportações de 9.533 milhões de toneladas (+ 0,3% sobre 2024). Por sua vez, a produção de fibras sintéticas caminha para atingir 5.193 milhões de toneladas no exercício corrente, com exportações de 2.401 milhões de toneladas (- 6,1% sobre 2024). Por fim, a KPIA prevê produção interna de 614.000 toneladas de elastômeros sintéticos este ano, com exportações de 387.000 toneladas (-2,9% sobre 2024). O consumo sul coreano de petroquímicos em geral deve subir 2,3% em 2025, confia a representação setorial, atingindo a casa de 9.5 milhões de toneladas e superando, portanto, o recuo de 6,6% amargado em 2024.

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