Na foto do momento, a Imerys tem nome feito e mesa posta no Brasil como fonte de carbonato de cálcio precipitado para PVC destinado a aplicações como forros. Ao longo deste ano, porém, o cartão de visitas da empresa, tinto nobre francês em pigmentos brancos, terá de abrir espaço para novas credenciais de peso. “Nos últimos dois anos, investimentos em equipamentos e melhorias de processo na unidade de Mogi das Cruzes (SP), para voltar a atuar com a força e qualidade da marca Imerys no mercado de carbonato de cálcio natural, como demonstra o lançamento da linha Supermicro”, expõem Fabiana Rodrigues, gerente de vendas da divisão de carbonatos da subsidiária brasileira, e João Henrique Scaloppe, gerente comercial da mesma divisão na Imerys América do Sul.
Na lupa dos dois especialistas, o setor plástico brasileiro consumiu em torno de 350.000 toneladas de carbonato de cálcio em 2014. “Apesar da desaceleração da economia ter contaminado a construção civil e obras de infraestrutura, trata-se de um mercado para a carga mineral de crescimento tradicional acima do PIB”, comentam Fabiana e Scaloppe. É um indicador alvissareiro, embora a trajetória do PIB nos anos Dilma 1.0 não seja lá essas coisas. Retomando o fio, a dupla extirpa daquele volume total de carbonato canalizado para plásticos algo acima de 10.000 toneladas em média anual, atribuídas a importações. “Em geral, são trazidos materiais ultrafinos e revestidos, de tamanho de partícula abaixo de 1 micron, ou dotados de características químicas, a exemplo de baixíssimo teor de contaminantes, encontrados apenas na Europa”, eles observam acrescentando a ausência de produção satisfatória por aqui de carbonatos ultrafinos, considerados ativos fixos para a produção de filmes poliolefínicos especiais. A dupla exemplifica os préstimos desses minerais com a melhor opacidade, maciez ao toque e resistência mecânica proporcionados por dois produtos da série Filmlink da Imerys, os carbonatos importados 500 e 201S.
Na esfera da produção no Brasil, distinguem Fabiana e Scaloppe, a capacidade da empresa em Mogi das Cruzes é estimada em 60.000 t/a de carbonato de cálcio na versão seca. Se acrescido o potencial para fornecer produtos tipos slurry e cake, eles colocam, a empresa reúne então condições de produzir 432.000 t/a de carbonato de cálcio, somadas as fábricas em Mogi, Limeira (SP) e Piraí (RJ). Esse poder de fogo deve subir com a entrada em cena da linha Supermicro. “Com ela e a colocação de produtos importados de cunho especial, esperamos um incremento aproximado de R$10 milhões na receita anual do nosso negócio de carbonatos no Brasil”, projetam os dois gerentes.
A série Supermicro, eles definem, consta de um carbonato natural e micronizado, predominantemente calcítico. “Contém teor mínimo de 86% de carbonatos totais, alta alvura, baixo resíduo insolúvel e tamanho médio de partícula entre 1,8 e 6 micra”, especificam os executivos. “Sobressai devido à curva de distribuição granulométrica mais estreita, com maior controle do top cut (corte por cima) e garantia de repetitibilidade dos lotes, convergindo para superioridade na resistência mecânica, estabilidade dimensional e rendimento na aplicação do produto em polímeros”. A propósito, Scaloppe e Fabiana enxergam uma praia dourada para a linha Supermicro em frentes como aplicações antichama, compostos vinílicos e poliolefínicos, laminados e espumas de copolímero de eteno vinil acetato (EVA), masters, adesivos e selantes. “Com Supermicro, Imerys torna-se a única produtora no país com carbonatos de cálcio precipitado e natural em seu portfólio”, sustentam os dois porta-vozes.
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