Entre as ações de impacto com que a Coca-Cola mandou ver em 2022 como formadora mundial de opinião em sustentabilidade, continua a dar o que falar e pensar a retirada do icônico verde da garrafa PET da soda Sprite no mercado norte-americano de refrigerantes. As embalagens agora são transparentes e o verde tradicional restringe-se ao rótulo onde consta a mensagem “Recycle Me”.
A reciclagem facilitada foi o pivô dessa mexida no visual da garrafa, medida impensável no passado em que falatório do clima era coisa de meteorologista e marqueteiros da Coca-Cola defendiam com unhas e dentes a permanência da cor nas garrafas como elemento identificador de marcas de sodas para o consumidor final. Corte para hoje: essa concepção foi botinada nos EUA por arautos como a entidade Association of Plastics Recyclers em declaração ao site Newsweek. Conforme foi salientado, garrafas coloridas podem conter certos pigmentos capazes de contaminar o fluxo de sucata PE encaminhado à reciclagem.
Surgem então custos adicionais ao processo, impostos pela necessidade de separação prévia de cores efetuada na sucata candidata à reciclagem mecânica. Daí a decisão da Coca-Cola EUA de passar a incolor a garrafa de Sprite, para simplificar o reúso de PET reciclado grau alimentício em novas garrafas da soda. A Coca-Cola não é voz isolada nessa tendência. No Brasil, por exemplo, a Unilever já proclamou, pelo mesmíssimo propósito, a intenção de zerar em escala mundial a incorporação de masters de cores nos seus frascos de alimentos e produtos de cuidados pessoais e limpeza doméstica.