China: spreads de PP e PE frustrantes no 1º semestre

Indicadores estão entre os piores rastreados pela consultoria Icis
Petroquímica chinesa: dificuldade para elevar margens e desovar excedente de poliolefinas
Petroquímica chinesa: dificuldade para elevar margens e desovar excedente de poliolefinas

Os spreads para poliolefinas (diferença entre o preço de venda da resina e o custo da matéria-prima) constatados no primeiro semestre comprovam uma ruptura na China: o superciclo de investimentos, vigente de 1992 a 2021, decepado pelo tormentoso ingresso do país, desde 2022, numa era sem final previsto de crescimento econômico restrito a um dígito. John Richardson, blogueiro do portal Icis, cita em artigo um respiro momentâneo para a sarabanda dos spreads chineses no fundo do poço. Em meio à apreensão com calor recorde no verão do hemisfério norte do planeta, o segundo semestre abriu com recuo do preço do petróleo e, por tabela, da nafta, assinala Richardson. “Preços petroquímicos tendem a ficar mais aderentes quando os custos da matéria-prima caem de súbito em mercados fracos, como acontece hoje em dia.

Essa pausa até pode refrescar, mas não tira o bode da sala da petroquímica mundial (liderada em investimentos pela China). Ele é configurado pela trombada do mega excedente de poliolefinas com demanda global meia boca. Pelo rastreio da consultoria Icis com base na média anual, o spread entre preços CFR de PE da China e custos CFR da nafta do Japão totalizou US$ 310/t entre janeiro e junho último. O histórico desse indicador monitorado desde 1993 revela que o resultado do primeiro semestre de 2024 é o segundo pior (perde apenas para o spread de US$ 288/t em 2022) spread registrado pela Icis e ficou mais de 100% abaixo do recorde de US$ 710/t em 1995, em pleno ardor das expansões da capacidade chinesa de PE.

Para fechar a colocação dos pingos nos iis no drama de PE, o banco de dados da Icis registra, sempre pelo parâmetro da média anual, os seguintes spreads para o cálculo entre preço de venda de resina CFR da China e custo CFR da nafta japonesa para o período entre 1993 e 2021: US$ 487/t para PEAD grau injeção; US$ 595/t para PEBD grau filme e US$ 514/t para PEBDL grau filme. Corte para o desabamento dos mesmos spreads computados entre 2022 e junho de 2024: US$ 226/t para PEAD grau injeção; US$ 409/t para PEBD grau filme e US$ 285/t para PEBDL grau filme.

O quadro negro não difere muito quando transposto para PP. A medição da Icis, com base na referência da média anual, atribui, para o primeiro semestre deste ano, spread de US$ 259/t resultante da diferença entre o preço CFR de PP da China e o custo CFR da nafta do Japão. Trata-se do terceiro pior saldo no gênero desde 2003, quando a consultoria iniciou esse acompanhamento e cujo indicador recorde, de US$ 654/t, foi degustado no longínquo 2006.

Entre os saudosos balanços de 2003 e 2021, retoma o fio a Icis, foram os seguintes os spreads (média anual) decorrentes da diferença entre os preços CFR da poliolefina chinesa e o custo CFR da nafta japonesa: US$ 597/t para PP copolímero de bloco; US$ 545/t para a resina para ráfia e US$ 566/t para o grade de injeção. Entra em cena a derrocada ilustrada pelas cifras da mediana enxergada no correr de janeiro de 2022 a junho de 2024: spread de US$ 269/t para o copolímero de bloco e US$ 245/t para os grades de ráfia e injeção.

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