Compostos de PVC recebem um chacoalhão nos EUA, num dos seus mais frondosos mercados: tubos médico-hospitalares e bolsas para injeção intravenosa. Por decisão unânime em agosto último, o Senado da Califórnia decretou ponto final para a presença do plastificante di (2-etilhexil) ftalato ou DEHP nessas embalagens flexíveis vinílicas, noticiou em 18/9 o site Plastics News. Ao pé da letra da lei despachada para sanção do governo estadual, fornecedores dessas bolsas para venda, produção e consumo no estado norte-americano mais rico e populoso têm até 2030 e os de tubetes até 2035 para substituir DEHP por alternativa aprovada pela agência regulatória para alimentos e medicamentos Food and Drugs Administration (FDA).
DEHP, repassa o artigo postado, é o plastificante mais usado para tornar PVC flexível. De acordo com a entrevistada Stephanie Pitts, diretora da múlti americana de bolsas de infusão B. Braun Medical, DEHP pode migrar para soluções intravenosas, ingressar no metabolismo de pacientes e tornar medicamentos ineficazes. Em 2007, o Legislativo californiano proibiu PVC contendo DEHP em brinquedos, vetos aquinhoados com alcance nacional um ano depois, com endosso da FDA. Nessas pegadas, comenta a executiva, o plastificante também acabou varrido de compostos vinílicos para garrafas de água mineral, tubulações de água e embalagens de cárneos.
Apoiada por entidades do calibre do American College of Obstetricians and Gynecologists, a organização The Breast Cancer Preservation Partners (BCPP) advoga nos EUA a proibição de DEHP brandindo estudo que ligam esse ingrediente de compostos vinílicos como risco à resistência de medicamentos e salientam sua interferência na eficácia de tratamentos de câncer dos seios, como quimioterapias, e como potencial causas de anomalias e efeitos de toxidez no fígado. Por enquanto, assinala a matéria de Plastics News, bolsas de sangue não estão proibidas nos EUA de serem produdidas com PVC aditivado com DEHP, pois nesse caso o risco de migração do plastificante é bem inferior ao constatado em soluções salinas e bolsas de injeção intravenosa.
Laura Gillan, gerente da entidade BCPP ouvida por Plastics News, comenta que os quatro principais fabricantes de bolsas de injeção intravenosa e tubetes dos EUA já dispõem de produtos desprovidos de DEHP em seus mostruários, atentos inclusive a exigência desse banimento em vigor em países europeus. O site da Kangyi, pilar da China em itens médico-hospitalares esclarece que sobram na praça, como alternativas a DEHP, plastificantes adipatos, citratos, tremelitatos e azelatos. Se a decisão for substituir PVC beneficiado com DHP, são indicados poliolefinas, poliuretano, silicones e copolímeros de EVA. Aliás, a B. Braun Medical já utiliza PP (que dispensa qualquer plastificante) em determinadas séries de bolsas de infusão, exemplifica a reportagem de Plasticos News.