Califórnia: a poluente proibição de sacolas de uso único

Lei do veto aumentou a quantidade de lixo plástico descartado
sacolas de uso único

Dez anos depois de instituída, a proibição de sacolas plásticas descartáveis ainda não desce redondo na Califórnia, primeiro estado dos EUA a prescrever o banimento da embalagem, informa artigo postado em 16 de agosto no Wall Street Journal (WSJ). Em vez de diminuir, conforme visa a lei estadual de 2014, a quantidade do lixo de sacolas desovadas aumentou. Como se não bastasse, os políticos estaduais ruminam agora a ideia de aprovar outra lei para tirar de cena as demais sacolas plásticas de transporte e, assim, azucrinar os californianos ao privá-los de consolidada conveniência prática.

De acordo com o estudo “Plastic bags bans work” (Proibições de sacolas plásticas funcionam, em tradução livre), compilado por entidades ativistas ambientais, a quantidade de sacolas plásticas desovadas de forma incorreta por 1.000 pessoas na Califórnia passou de 4.08 toneladas em 2014 a 5.89 em 2021. Aumento na poluição creditado no levantamento a brechas na lei do veto.

Quando entrou em vigor o banimento da sacola plástica de uso único, narra o WSJ, o público da Califórnia teve de escolher entre as embalagens pagas de papel e a reutilizável – de nãotecido de PP – , mais pesada que o modelo descartável proibido. Ocorre, porém, que muita gente não reutilizou as sacolas de nãotecido tantas vezes quanto os legisladores imaginavam e, por tabela, seu descarte prematuro aumentou o monturo plástico no estado. Por sua vez, nota o artigo publicado, os varejistas não se importavam que o governo suprimisse as descartáveis sacolas flexíveis de PE, pois aproveitavam a deixa para vender, em especial, as de nãotecido a preço unitário de US$1 ou US$2. Seguidor da Califórnia ao legislar sobre o banimento de sacolas plásticas descartáveis no estado, o governo de New Jersey também percebeu, registra a matéria do WSJ, que o modelo reutilizável acabava, com frequência alarmante, desovado no lixo a céu aberto.

Convictos de que a solução mais fácil é a mais eficaz, os políticos californianos agora cogitam jogar pela janela a água da bacia com o bebê dentro dela. Ou seja, proibir as sacolas plásticas reutilizáveis, de uso liberado há tempos imemoriais, bem antes da lei antidescartáveis de 2014. A ver se o eleitor será ouvido dessa vez.

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