Brasil: balança comercial de PE reflete a crise
A recessão brasileira começa a impactar o mercado mundial, constatou em análise o consultor inglês Paul Hodges, blogueiro do site Icis. Ele exemplifica os danos causados com a queda de 44% nas vendas de carros no primeiro trimestre versus o mesmo período em 2013 e, reflexo automático do setor, Hodges destaca o aumento de 24% nas exportações brasileiras de carros de janeiro a março último frente aos três meses iniciais de 2015. Na esfera específica do plástico, o analista nota que o Brasil era tradicional importador de volumes complementares de polietileno (PE) mas, calcado em dados do governo brasileiro, as exportações da ordem de 60.000 toneladas igualaram o volume importado no primeiro trimestre de 2016. As importações da resina do bloco Nafta, ele cita, caíram 16% no período e as remessas da Ásia “praticamente desapareceram”, observa. Na via oposta, ele aponta, as exportações brasileiras de PE subiram 49% para a América Latina; 35% para a China e 87% para a Europa. Hodges também prevê tempo nublado com chuvas e trovoadas sobre PE na América Latina no ano que vem. O cenário começou a ser esboçado em abril deste ano, com a partida do complexo mexicano de 1.050 milhão de t/a da Braskem-Idesa, destinado a uma briga de foice no México e no restante da América Latina a ser travada com as exportações das capacidades norte-americanas que começam a entrar em campo em 2017. “Fica difícil ver como todos esses novos volumes poderão ser acomodados sem a ocorrência de renhida guerra de preços”, adianta o blogueiro. “Essa contenda deverá inevitavelmente se espraiar da América Latina para outras regiões. Os produtores de PE que perderam espaço no Brasil em crise já estão lutando por participações em outros mercados para manter o volume de vendas. E em qualquer guerra de preço, quem perde acaba quase sempre falindo”.
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