Bons bocados

Não há tempo ruim para biscoitos, massas, pães e bolos industrializados. Um banquete para embalagens flexíveis.

Imunizadas contra o corona e, de certa forma, nutridas pelos efeitos dele nas compras da população, as embalagens plásticas flexíveis levitaram em 2020 com salto de 30% no faturamento e 5% na produção. Alimentos mostraram mais uma vez, por razões óbvias, porque são a locomotiva do setor e, ali no vagão da primeira classe, o filme biorientado de polipropileno (BOPP) se dourou em praias onde reina absoluto. Uma das mais paradisíacas é descortinada no último balanço da Associação Brasileira das Indústrias de Biscoitos, Massas Alimentícias e Pães e Bolos Industrializados (Abimapi). Sua cesta de produtos emplacou faturamento de R$ 40.5 bilhões em 2020 ou 9% acima do saldo anterior e, motivo de sobra para BOPP salivar (assim como filmes de polietileno no nicho de pães industrializados), vendas de 3.5 milhões de toneladas, volume 6% à frente do aferido em 2019. E a festa tem tudo para continuar este ano, sustenta nesta entrevista Claudio Zanão, presidente executivo da Abimapi.

Qual o impacto da valorização de 30% do dólar em 2020 sobre os custos dos produtos da cesta de alimentos da Abimapi?
Um dos principais reflexos da atual escalada do dólar é o reajuste do custo em relação aos produtos da nossa cesta pelo aumento de um ingrediente básico, a farinha de trigo. O Brasil produz menos da metade do trigo consumido e precisa importar grandes quantidades do grão do Mercosul, sobretudo da Argentina, Canadá e EUA. Em média, 70% do custo das massas provém de farinha, enquanto em biscoitos o peso é de 30% e nos pães e bolos industrializados, 60%. No plano geral, as indústrias possuem estoque (de dois a três meses, a depender do fabricante) de trigo e produto acabado. Quando acontece o repasse requerido pelo câmbio, este aumento tende a ser gradual, pois não há espaço para elevar os preços de uma só vez para o consumidor final.

Nas categorias de biscoitos e massas alimentícias, quais os tipos cujas vendas reagiram de forma mais intensa em 2020 ao impacto do auxílio emergencial de R$ 600,00?
Apesar da chegada da pandemia, da instabilidade política e da constante subida do dólar, a alta do consumo das categorias da nossa cesta se manteve firme em 2020, um desempenho para o qual a liberação das parcelas do auxílio emergencial foi fator determinante. Além disso, os alimentos que representamos são relativamente baratos, integram a cesta básica de alimentação e a consistência de sua demanda também reflete a revisão das prioridades de consumo pela população menos capitalizada.
Vamos por partes. A indústria de biscoitos fechou o ano passado com saldo de R$ 20 bilhões e 1.5 milhão de toneladas de produtos comercializados. São indicadores correspondentes a aumento de 6% em faturamento e 2% em volume de vendas na comparação com 2019. Entre os tipos que mais se destacaram estão os biscoitos de água e sal/cream cracker e o recheado doce.Já o setor de massas alimentícias registrou aumento de 14% em faturamento e 6% em volume de vendas perante os valores de 2019, virando 2020 com vendas de R$ 11.2 bilhões equivalentes a 1.3 milhão de toneladas colocadas, um desempenho no qual sobressaíram as massas secas e instantâneas.
Por fim, a categoria dos pães e bolos industrializados faturou no ano passado R$ 9,2 bilhões ou 11% a mais que em 2019, resultado da venda de 652.000 toneladas, crescimento de 12% em volume.

Em 2021 o governo retorna com o auxílio emergencial, mas a um valor abaixo de uma cesta básica, por um período restrito a quatro meses e concedido a um efetivo de beneficiários menor que o de 2020. Com base nessas limitações e mais o desemprego maciço, inflação e redução do poder aquisitivo, qual a base da Abimapi para projetar aumento de 2% no volume de vendas  e de 3% a 5% na receita este ano?
Nosso setor é estável e conseguimos manter o aumento médio no desempenho a cada exercício. Acreditamos que o consumidor irá retomar aos poucos o consumo este ano. As empresas também estão investindo em novos produtos, com mudanças em embalagens, sabores e formatos, além de ferramentas para entender a jornada de compra do consumidor, para serem mais assertivas e fidelizar o cliente.

Consumo per capita

Tem uma pegada forte

Auxílio emergencial e a consequente primazia dada pelo povo a gastos essenciais e preços baixos muniram de anticorpos contra o vírus os alimentos de penetração absoluta nos lares, caso dos biscoitos, massas e pães e bolos industrializados. Provas desse esbanjamento de saúde são os indicadores do crescimento do consumo per capita desses produtos depurados pela Nielsen e IBGE. Em biscoitos, o índice em 2020 foi de 7,211 kg/hab contra 7,110 em 2019 e 7,154 em 2018. Os tipos recheado doce, com vendas de 5.170 milhões de toneladas e os tipos de água e sal/cream cracker, com 3.105 milhões de toneladas, lideraram com folga a categoria. Em massas, o consumo per capita em 2020 foi de 6,475 kg/hab contra 6,146 em 2019 e 6,055 em 2018. Massas secas, o carro-chefe da categoria, emplacaram vendas de 5.521 milhões de toneladas em 2020, seguidas à distância pelas instantâneas (3.179 milhões de toneladas) e massas refrigeradas + pizza e pastel (2.589 milhões de toneladas). No arremate, o consumo per capita de pães e bolos industrializados, atingiu 3,078 kg/hab no ano passado diante de 2,778 em 2019 e 2,705 em 2018.

Como avalia as vendas das respectivas categorias de biscoitos, massas e bolos & pães industrializados no primeiro trimestre versus o mesmo período em 2020?
Embora ainda não tenhamos o número fechado de 2021, podemos dizer que o ano começou difícil em comparação a 2020. O fim do auxílio emergencial impactou nosso setor. A pandemia trouxe a falta de empregos e renda familiar. Em 2020, no primeiro quadrimestre, os segmentos que representamos movimentaram R$ 9,6 bilhões, 4,9% acima do valor alcançado no mesmo período do ano anterior, desempenho impulsionado principalmente por aumento de preços. Nesse quadro, as massas alimentícias totalizaram crescimento de 9,5% em valor e 3,9% em volume, configurando R$ 2,6 bilhões e 331.000 toneladas, com destaque para as versões instantâneas, com expansão de 12,2% (R$ 740 milhões) nas vendas e 7,5% em volume (45.000 toneladas). Por seu turno, a categoria de pães industrializados registrou avanço de 6,2% em faturamento (R$ 1.8 bilhão) e 7,1% em volume (143.000 toneladas). Quanto aos bolos industrializados, registraram um salto de 18,7% em faturamento (R$ 340 milhões) e 14,3% em volume (12.200 toneladas), resultado impulsionado pelos canais de compra em funcionamento na fase de imobilismo social, os super e hipermercados.

Qual o impacto do drástico encolhimento das ocasiões e oportunidades de consumo fora do lar sobre o movimento da cesta da Abimapi em 2020?
Apesar do crescimento significativo da categoria de biscoitos, perdemos com a pandemia ocasiões de consumo essenciais. As escolas, por exemplo, foram fechadas e com isso as lancheiras ficaram vazias. O expediente nos escritórios também era um momento de destaque para os biscoitos e estabelecimentos sem funcionar, como bombonieres (um dos principais canais de compra), também afetaram o volume de vendas. Na mesma esteira, embora as vendas tenham engordado em 2020, o resultado das massas foi esporeado sobretudo pelo hábito de cozinhar em casa, mais frequente desde então. Nesse contexto, o macarrão além de nutritivo e com opções de formatos e combinações de molhos, é alimento de rápido preparo e acessível à maioria das famílias. Para completar, evitar aglomerações e ficar em casa era e ainda é essencial no combate à pandemia, uma conjuntura em que os pães e bolos industrializados se destacaram pela sua praticidade, prazo de validade e pela já mencionada abertura de supermercados nos períodos de fechamento do comércio em geral.

O drástico encarecimento do arroz em 2020 também pesou no aumento do consumo de massas como uma alternativa mais acessível?
Sabemos o quanto a variação brusca do dólar afeta diretamente as commodities, pois são produtos vendidos internacionalmente. Em 2020, o dólar subiu cerca de 40% e impactou o arroz, que passou então por um momento de preços 120% maior do que os indicadores registrados nos 12 meses anteriores. Como representantes das indústrias de massas alimentícias no Brasil, enxergamos a oportunidade de um incremento no consumo nacional de massas, pois o macarrão além de fonte de carboidrato, é alimento econômico. Para se ter uma ideia, um pacote de um quilo de massa mais 400 gramas de molho de tomate possibilita o preparo de uma refeição para uma família de oito pessoas. Computando os valores da massa, do molho e até mesmo da água e do gás, esta refeição individual sairá pelo valor de aproximadamente R$ 2,00. Por sinal, foi pensando em alavancar o consumo que criamos o movimento #comamacarrão, em nossa fanpage, Instagram e Linkedin. O conteúdo exibe vinhetas ilustrativas da variedade de formatos da massa e combinações de molhos, visando enfatizar a versatilidade do macarrão e a possibilidade de seu consumo diário sob uma dieta equilibrada.

A estrela sobe e brilha

BOPP nada de braçada em massas e biscoitos no novo normal

A pandemia aprontou um sobe e desce no firmamento de polipropileno (PP) no Brasil. Perderam luminosidade estrelas-guia do consumo como a injeção de autopeças e um astro, em particular, teve o brilho avivado: as embalagens flexíveis para produtos essenciais, em especial os de crescimento invulnerável a crises sanitárias ou econômicas. Que o diga o êxtase da cadeia do filme biorientado (BOPP) com o giro em brasa de massas, biscoitos e pães industrializados.

Ao desbastar o emaranhado dos dados, Américo Bartilotti, diretor dos negócios de embalagens e bens de consumo na Braskem, único produtor de PP no país, enxerga na ativa uma capacidade doméstica na órbita de 220.000 t/a de BOPP com ocupação acima de 85% no ano passado. “As vendas internas do filme somaram cerca de 190.000 toneladas no mesmo período, volume perto de 10% de 2019”, situa o executivo. Para este ano, ele antevê crescimento do consumo interno de BOPP similar ao de 2020, empurrado em parte pelo auxílio emergencial, mesmo com valor, vigência e número de beneficiados mais magros que os do ano passado, e em parte pelas mudanças no comportamento do consumidor final. “Ele está aumentando as compras de alimentos como biscoitos e massas, o que pode contribuir para um avanço estável e não explosivo no movimento dessas categorias”, julga.

Para um bem-casado da Braskem com BOPP, Bartilotti acena a embalagens como as de biscoitos e bolos industrializados com o recém-chegado grade Proxess H33. “Consta de um homopolímero de baixa fluidez, esmero nas propriedades ópticas e estrutura molecular desenhada para a extrusão em alta velocidade de BOPP”. Na ampla janela de processamento da resina, ele distingue, sobressaem os índices de produtividade e controle do perfil de espessura. Bartilotti reitera que as peculiaridades do homo Proxess H33 possibilitam a produção de BOPP com taxas maiores de estiramento, aprimorando assim propriedades mecânicas, como a rigidez. “Devido em particular à maior cristalinidade alcançada nessa orientação, o filme resultante também marca pela barreira superior ao vapor d’água e oxigênio”, ele pontua. No embalo, Bartilotti revela tramitar no pipeline da Braskem o terpolímero de PP idealizado para filmes, por ora codificado como DP187X. “Ele possibilita temperatura inicial de selagem de BOPP e filme cast (CPP) a 105º C ou 10% abaixo do índice do nosso tradicional grade Symbios 4102”, distingue o diretor. “Este atributo gera vantagens no visual da embalagem e nas velocidades do empacotamento automático”. Vários transformadores têm constatado a alta força de selagem em baixa temperatura de operação provida pelo termopolímero por ora com crachá experimental.

LyondellBasell

Maestria concentrada

Nº1 global em polipropileno (PP),a LyondellBasell também assedia a indústria do filme biorientado (BOPP) com masters mono e multifuncionais da série Polybatch® produzidos no Brasil, confirma Roberto Castilho, diretor comercial para materiais auxiliares na América do Sul. No flanco dos aditivos, ele acena com novidades como os concentrados antiestáticos ASP 817 e ASP 10 e deslizantes SLIP H5 e SPER 6 TS. Este último, ele distingue, se adequa a altas velocidades de empacotamento, devido ao baixo coeficiente de fricção, sem comprometer a transparência e brilho do filme. Castilho estende os mesmos predicados aos combos antiestético/deslizante FASP 718 e SLAS 1202 NB. No tocante ao requinte visual, Castilho destaca um portfólio completo de masters de efeito mate talhados para o trabalho sob diversas temperaturas de selagem. De volta aos combos de características técnicas, o diretor enaltece o bem casado da barreira, rigidez, brilho e transparência superiores ofertados pelo master CPS 606. “Aumenta em até 50% a impermeabilidade do filme ao vapor d’água e permite a redução da espessura da embalagem”, ressalta o expert. No arremate, Castilho saca três masters premium – ASPA 2485, KER 5 e ABVT 0502 SC- do tipo antiestético, deslizante e antiblocking recomendados para preservar todos os atributos de sacos de BOPP para alimentos transportados por longas distâncias, caso de massas, biscoitos e bolos industrializados.

Barreiras e selagem
“Alta barreira contra umidade é a grande contribuição de BOPP às embalagens de massas, biscoitos e bolos industrializados”, defende Aldo Mortara, diretor comercial da Vitopel do Brasil, bússola do filme biorientado. “Ela permite que a preservação prolongada das características e da qualidade desses alimentos para o consumo, ajudando a evitar perdas de produto no embalamento e otimizando a frequência e custos de sua distribuição”. No tocante às massas secas, especifica Mortara, BOPP assegura a integridade delas sem a necessidade de metalização ou laminação. Já para alimentos sensíveis, tipo biscoitos recheados e bolos industrializados, ele recomenda BOPP metalizado por proporcionar maior barreira à umidade e à luz e encaixa que a Vitopel concebeu uma composição de filmes que asseguram fechamento hermético mediante alto desempenho na selagem a quente, sem pôr em xeque a proteção intrínseca da barreira da embalagem.

Meio mundo no ramo, atesta Mortara, anda atrás de soluções para seus filmes responderem por si pelas exigências para o embalamento de alimentos como massas, biscoitos e bolos industrializados. Ou seja, dispensando o recurso da laminação com CPP ou filme de polietileno para se obter atributos mecânicos inacessíveis a um tipo convencional de BOPP. “A Vitopel é pioneira no Brasil na criação (patente requerida em 2014) de um filme, da marca HIS, cuja excelência na selagem e resistência e impacto o viabilizam para substituir laminados de BOPP com CPP”, sublinha o diretor. “A justificativa para CPP nessa composição é o seu desempenho na selagem”. Além de descomplicar a reciclabilidade de sacos como os de massas com sua estrutura monocamada, o filme HIS torna a embalagem mais leve que a versão laminada, arremata Mortara. De outro ângulo, ele informa não produzir CPP no Brasil, mas dispõe desse filme via parceria comercial com a Vitopel Argentina.

Ampacet

Doutorado em selagem

O principal lançamento para BOPP que a componedora Ampacet tira da manga atende por MATIF CSR 30. “Consta de um master desenvolvido para selagem a frio de filmes mate destinados ao envase de produtos sensíveis ao calor”, traduz Flávia Brito, gerente de desenvolvimento de mercado para o reduto do filme biorientado na América Latina. Sem siicone em sua formulação, o novo concentrado é adicionado à camada externa das embalagens fornecendo uma força de liberação baixa e consistente. “Desse modo, ele evita a transferência de cola entre as faces”, explica a expert. No embalo, ela fisga do mostruário outra solução recente para BOPP: o composto MATIF 85 de efeito mate/fosqueante e com 85º C de temperatura de início de selagem. “Proporciona aumento da velocidade e economia energética na linha de selagem”, assinala Flávia. O cerco dos materiais auxiliares da Ampect para BOPP é engrossado também pelas linhas WHOP e PEARL. “Reduzem as densidades das películas até 0,55g/cm³”, acena Flávia, enaltecendo também, no tocante a aditivos, os combos deslizante/antiestético da série CEOXAS. “Apresentam velocidades de migração e desempenho refinado para uso sob qualquer condição térmica, além de coeficiente de atrito estável desde a extrusão do BOPP ao seu uso na linha de empacotamento automático”.

Rastreamentos setoriais calculam em 324.000 toneladas as vendas internas de embalagens flexíveis de PP no ano passado. Mortara aproveita para reservar cerca de 55% desse total ao filme biorientado. “O consumo de BOPP superou em torno de 11% o de 2019 e a expectativa para este ano é de reprise de 2020, com base na permanência de hábitos de consumo de alimentos trazidos pela pandemia, como ocorre em home office”, exemplifica o analista. O home office e compras de entrega a domicílio, acredita Mortara, devem favorecer as vendas de BOPP diante do impacto no consumo vislumbrado no auxílio emergencial mais reduzido e restrito e na inflação crescente dos alimentos.

Na retaguarda, ele situa a atual capacidade brasileira de BOPP na casa de 190.000 t/a ou 10% à frente da aferida em 2019, mérito de reduções de ociosidade e melhorias na infra fabril. “A despeito da forte procura por BOPP local, é preciso considerar a superoferta do filme na América do Sul, em especial Peru e Colômbia, com isenção de tarifas de importação”. A propósito, Rogério Mani, presidente da Associação Brasileira da Indústria de Embalagens Plásticas Flexíveis (Abief) elege BOPP entre os três filmes mais desembarcados no país em 2020.

Pesos e contrapesos
“O mercado brasileiro de BOPP cresceu muito em 2020”, reconhece Luciano Ost, diretor comercial da Polo Films, ponta de lança na película. “A demanda totalizou 175.000 toneladas contra 150.000 em 2019, salto de 16% puxado em especial pelos mercados de biscoitos & panificação, massas secas, salgadinhos e bebidas. O consumo per capita de BOPP chegou a 830 gramas no último período”. No âmbito da capacidade nominal de BOPP no país, Ost a projeta em torno de 260.000 t/a. “ A depender do mix de filmes e características de manutenção e eficiência de cada fabricante, chegamos à produção nacional de 187.000 toneladas em 2020 e ela deve subir ao patamar de 200.000 este ano, efeito de investimentos em melhorias operacionais”.

Cromaster

Na direção do filme

O potencial de BOPP para constituir estruturas coex e laminadas diferenciadas e as necessárias adequações de propriedades dessas estruturas motivam o fluxo contínuo de soluções da compenadora Cromaster para trabalho com o filme biorientado. Entre os desenvolvimentos, o gerente técnico Carlos Assumpção distingue masters de aditivos como deslizantes, aptos a diminuir o coeficiente de fricção nas máquinas e combater a criação de carga estática, e masters de agentes antibloqueio, para reduzir a adesão entre os filmes, facilitando seu desbobinamento e separação. “Também temos concentrados com carga mineral para gerar o efeito mate, baixar o brilho e transparência e para gerar efeito de cavitação e promover aspecto perolado à estrutura, permitindo a manutenção da gramatura com aumento da espessura do filme”, expõe o especialista. No cercado das cores, a Cromaster manda bem na paleta para BOPP com soluções transparentes, translúcidas, opacas e brancas, estas dirigidas a filmes de baixo valor de transmitância, completa Assumpção.

Nos powerpoints da Associação Brasileira da Indústria de Alimentos (Abia), o mercado de alimentos e bebidas movimentou R$ 789,2 bilhões no ano passado, marombado pelos R$ 295 bilhões entregues como auxílio emergencial a 68 milhões de beneficiários. Efeito dominó, retoma o fio Ost, os procura por embalagens flexíveis como BOPP pegou fogo, caso de filmes opacos para rótulos de bebidas carbonatadas e sacos metalizados de snacks. Para este ano, Ost reconhece o peso nas conjecturas de fatores adversos ao consumo de alimentos e bebidas como inflação, dólar na lua e desemprego idem. “Mas estamos otimistas com a indústria de embalagens flexíveis e acreditamos na manutenção da demanda, com eventual crescimento de até 3%, considerando o consumo familiar no novo normal e duas tendências pró-embalagens de BOPP: redução de espessuras e novas estruturas mono material”.

Plugada na potência desse motor, a Polo tira da cartola soluções como um tipo de BOPP metalizado e de alta barreira ao vapor d’água com o chamariz de conservar as características organolépticas e sensoriais dos alimentos embalados, expõe Ost. Em linha com a busca de reciclagem simplificada, ele segue, sua empresa já submete a testes em clientes estruturas bilaminadas sob o codinome experimental EP410, destinadas a deslocar embalagens trilaminadas. Ainda nessa trilha, Ost distingue as virtudes do filme metalizado bitratado TMTpara estruturas cold seal e embalagens de biscoitos, barras de cereais e chocolates. “Além da reciclagem facilitada e do coeficiente de atrito estável sob altas temperaturas, o TMT excede em termos de barreira e empacotamento em linhas ultra velozes”, aponta o expert. Da sua vitrine de filmes transparentes, Ost exalta os dotes da linha TSY.UHS, de altíssimo deslizamento na linha de envase.

 

Termocolor

Boutique de soluções

Aos olhos da componedora Termocolor, BOPP em massas e biscoitos configura um mapa da mina para masters transparentes e coloridos e para aditivos facilitadores da extrusão, a exemplo de antibloqueio, auxiliar de fluxo, antiestético e antioxidante, enfileira o diretor comercial Wagner Catrasta. Entre os pulos do gato do mostruário, ele acena com um concentrado de aditivo desenvolvido a pedido para baixar a temperatura de selagem.

Caminho livre
Luiz Alberto Absy, gerente comercial responsável pelo negócio de BOPP da Innova destaca do mix de sua produção em Manaus um filme desenhado para selagem a frio de embalagens como as de biscoitos. “Sua superfície contém formulação específica para receber o adesivo no fechamento do saco, aumentando a velocidade e a economia energética na linha do envase”, ele esclarece, ressaltando o ibope do seu BOPP de selagem a frio e baixas espessuras no acondicionamento de monoporções.

Ao aproximar a lupa das planilhas de dados, Absy chega à marca de 235.000 toneladas para a capacidade instalada de BOPP no país, cuja produção no ano passado emplacou 187.000 toneladas ou 10,4% acima do saldo anterior. Quanto ao mercado nacional do filme, ele esmiúça, emplacou 174.000 toneladas no ano passado ou cerca de 16% à frente do resultado de 2019 e um naco aproximado de 75% do volume total foi sugado pelo envase de alimentos. Absy engrossa a voz corrente de que a ardente procura por BOPP entre convertedores decorre, em sua maior parte, das adequações das compras de alimentos e produtos de higiene e limpeza ao cotidiano do distanciamento social. Para este ano, ele crava aumento de 3% a 5% na projeção para as vendas de BOPP, em linha com as previsões para o PIB e a depender da dinâmica da atual segunda onda da covid-19. “Apesar do valor e vigência menores do retomado auxílio emergencial, é flagrante em enorme parcela da população a demanda ampliada por alimentos e não há como pensar neles sem BOPP vir à baila”. •

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