Atrás das grades

Os bem-vindos impactos da nacionalização de Diamond Grid

Uma luz captada no breu recessivo da construção e uma mazela do nosso comércio exterior conspiraram para a nacionalização de uma sacada australiana à base de polipropileno reciclado (PP): os sistemas injetados para estabilização de superfícies Diamond Grid (DG). Agente do produto no Brasil, a Centere sentiu chão firme na demanda ao apresentar a tecnologia em feiras do agronegócio e engenharia civil no primeiro semestre. “Ela está em linha com a conjuntura econômica atual, pois reduz o cronograma da obra e a necessidade de manutenção dos pisos e pavimentos e, quando associado ao concreto, pode baixar em até 60% o custo deste insumo específico”, esclarece Ana Paula Freitas dos Santos, diretora comercial da distribuidora. A esses predicados, ela conta, somaram-se os altos custos brasileiros de importação para o martelo ser batido pela manufatura local dos gradis, também produzidos, fora de seu país de origem, nos EUA, México e África do Sul.

Ana Paula Santos Centere
Ana Paula Santos: vantagens sobre pisos e pavimentos convencionais.

A economia de tempo e gastos vislumbrada em estudo de viabilidade convenceram a Centere a garimpar uma indústria para injetar os grids de PP reciclado com moldes trazidos da China. A escolha recaiu sobre uma transformadora paranaense, de nome não revelado até o fechamento desta edição por pendências na formalização do acordo de prestação do serviço a longo prazo, explica Ana. “Homologamos o parceiro junto com o CEO da Diamond Grid e a produção terceirizada deve largar em meados de novembro”. Além da óbvia excelência fabril, comprovada por certificações tipo ISO, despontam entre os requisitos da transformadora eleita o traquejo no trabalho com reciclado de qualidade e a disponibilidade de injetoras de 1.200 a 1.500 toneladas de força de fechamento. Situada em Colombo, Grande Curitiba, a unidade parceira possui sete injetoras para essa empreitada. “De início, ela fornecerá o grid preto de 900x560x40 mm e multiuso, aplicável na mineração, engenharia civil e até no agronegócio e paisagismo,” detalha Ana. “À base de uma camada de PP recuperada, ela pesa 3,6 kg e as células internas da placa têm 44 mm de lado”. Conforme antecipa, o plano imediato é de produzir 620 m²/dia e 18.507 m²/mês. “Mas temos condições de dobrar o fornecimento nos próximos seis meses”, encaixa a diretora da Centere.

Ana desconhece gradis nacionais de PP que rivalizem com Diamond Grid e, no exterior, ela afiança que competidor algum oferece a resistência de 280 t/m² (vazio) e 1.000 t/m² (com preenchimento) da tecnologia australiana. “Disputamos no Brasil com pisos e pavimentos convencionais à base de materiais como asfalto e concreto”, exemplifica. “Diamond Grid tem garantia de um ano e, se usado de forma adequada, resiste a três décadas em rachaduras, deformação ou ressecamento”. Além de respiros para o bolso do empreiteiro, como rapidez na instalação e menor necessidade de compactação do solo, os diferenciais de Diamond Grid, segue a diretora, estendem-se pela permeabilidade e drenagem oferecidas, a possibilidade de o grid ser reinstalado em outro local e a significativa redução na frequência de trabalhos de conservação de estradas, galpões, pátios e estacionamentos. “Também reduz bastante a emissão de poeira e elimina áreas com lama e água empoçada em locais como estradas e áreas de terra de propriedades rurais”, ela arremata. •

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