Atrás das grades

Inline entra com tudo na luta para quebrar um paradigma
Grades móveis de PP: pioneirismo na América Latina.
Grades móveis de PP: pioneirismo na América Latina.
Grades móveis de PP: pioneirismo na América Latina.

Catequisar o mercado para um produto é empreitada equiparável à escalada do Everest e, se tentada no ar rarefeito de uma economia a zero grau, haja fé cega e faca amolada. Apesar das avalanches e tempestades no caminho desse alpinismo, a Inline Grades Móveis já tem o que comemorar em seu primeiro ano de produção, iniciado em agosto de 2014. Ela já contabiliza a participação em cerca de 20 licitações com um produto pioneiro na América Latina e causa de enxaqueca daquelas para a concorrência metálica: grades monobloco móveis de polipropileno (PP) injetado. Cézar Yoshizumi, diretor executivo da Inline, abre a joia da coroa de sua carteira até agora: um pedido inicial de 1.500 grades para um grupo de empresas do ramo de eventos.

A Inline é uma joint venture controlada pela taiwanesa Tsong Cherng, centrada em injetoras,moldes e periféricos, junto com a brasileira CriaDeck, fabricante de pisos plásticos modulares e atuante no reduto de eventos. Na fábrica em São Bernardo do Campo, Grande São Paulo, Yoshizumi situa a capacidade em 10.000 unidades mensais geradas por injetora Tsong Cherng de 2.500 toneladas equipada com robô e dosador gravimétrico. “Temos ferramentaria para manutenções e projetos especiais, mas para moldes maiores, recorremos a uma matrizaria parceira de Taiwan”.

Alexandre Zaccara, responsável pela plataforma industrial de desenvolvimento de mercado da Braskem, fonte de PP da Inline, atesta que as grades da empresa são as primeiras no gênero produzidas no Brasil e as maiores do planeta sob o conceito monobloco. “Consta da injeção de uma única peça, sem encaixes entre as partes”, ele traduz, assinalando que a ausência de componentes removíveis influi na estabilidade e resistência. Yoshizumi orça em 30 t/mês seu atual consumo de um blend não detalhado de resinas de PP, mistura aditivada em São Bernardo do Campo.

Na esfera do plástico, especifica Yoshizumi, suas grades competem aqui com peças importadas consideradas por ele inferiores em termos de ergonomia, design e possibilidades de personalização. Já no cara a cara com a grade de ferro, a sova na performance é evidenciada no quadro ao lado, mas o terreno do comparativo dos preços é escorregadio, culpa atribuída à falta de normas técnicas na área. “Assim, cada fornecedor de grades móveis desenvolveu produtos com especificações particulares”, argumenta o diretor. Mas se confrontado com as grades providas por metalúrgicas, distingue, o produto da Inline se iguala em valor “e, em volume, nosso tempo de produção é menor”, diz. Já perante as grades ofertadas por serralherias, reduto taxado por Yoshizumi como informal em boa parte, a versão plástica monobloco fica cerca de 20% mais cara, “devido ao maior conteúdo tecnológico”, ele julga.

As grades da Inline reverenciam uma trindade: o mercado de soluções para sinalização, isolamento de áreas e organização de público, enfileira Yoshizumi. Além do custo Brasil e de rivais de baixa tecnologia, ele constata, a Inline tromba aqui com o preconceito a um produto inovador. “É o receio do desconhecido, logo substituído pela aceitação da grade após uma situação real de uso”, ele afirma. A cenoura na frente da carroça da Inline balança na perseguição de uma mudança cultural. “Acreditamos numa quebra de paradigma semelhante à ocorrida na abolição das antigas cadeiras dobráveis de ferro pelas monobloco de plástico, efeito de sua leveza, beleza e facilidade de transporte e armazenamento”, confia Yoshizumi. •

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