Uma iguaria nos pratos de polietileno e PET, /produtos de limpeza compõem um flanco dos bens não duráveis exposto a fogo cruzado quando a economia estrebucha. De um lado, eles ofegam sob a necessidade se distinguir da vala comum da concorrência movida a preço sem abrir mão dos volumes de vendas. Do outro, compõem um setor, na visão dos supermercadistas, marcado por público pouco fiel, adepto da troca de marcas em prol da alternativa mais barata. Noves fora, o desafio é contemplar o artigo com o sedutor cunho de item prioritário e o apelo de novidade diferenciadora e acessível. Mas a crise não eclipsa um mercado de credenciais como o sexto consumo mundial de tira-manchas ou onde 50% da população não possui lavadora de roupa.O que evidencia, por exemplo, maré mansa para itens em barra, a exemplo de sabões e tira-manchas, de acordo com levantamentos da empresa Nielsen. Na entrevista a seguir, esse clima, com subsídios para nortear os fornecedores de embalagens na atual conjuntura, é desenhado por Diego Viriato, gerente de marketing da Audax Company (AudaxCo), turbo nacional em produtos de limpeza das linhas doméstica e profissional. A propósito, as concorrentes Anhembi, Ingleza e Bombril não quiseram falar.
PR – Avaliação divulgada pela Apas (Associação Paulista de Supermercados), a respeito das mudanças nos hábitos de compra trazidas pela crise e inflação, sustenta que o consumidor das classes B e C está economizando nos produtos de limpeza para não abrir mão dos itens premium que vinha adquirindo desde quando seu poder aquisitivo era maior que hoje. Com base nas vendas da Audax de janeiro até o momento, essa visão da Apas vale para o movimento de todas as categorias dos produtos domésticos de limpeza da AudaxCo ou vale apenas para determinados artigos (quais?)
Viriato – Neste panorama econômico é notório um novo comportamento do consumidor: o foco na aquisição racional de produtos com qualidade superior, visando melhor custo x benefício. A nova classe média não quer abrir mão do seu novo padrão de consumo assim como das suas demais conquistas. Entendemos isto por meio das recentes demandas, ou seja, na procura de produtos com embalagens dosadoras e super concentrados, para que o rendimento deles gere economia real e maior rentabilidade.
PR – Uma corrente de analistas diz que o momento de inflação e recessão favorece os produtos domésticos de limpeza em embalagens econômicas (grandes quantidades), para o consumidor estocar. Outra ala defende que a bola da vez são as embalagens menores e de marcas mais baratas. Com base na sua experiência e no seu acompanhamento de perto do mercado de produtos de limpeza, de que lado a AudaxCo fica?
Viriato – A AudaxCo reconhece que há uma crescente penetração no mercado de produtos em embalagens econômicas, sendo o rendimento e a performance os seus maiores apelos. Os concentrados, já muito bem posicionados no mercado de limpeza profissional, são a tendência para o varejo neste cenário.
PR – A atual conjuntura de recessão, inflação e poder de compra reduzido tem o efeito de travar ou de intensificar os lançamentos no setor de produtos de limpeza?
Viriato – Assim como a AudaxCo e seus concorrentes, todo segmento necessita de melhoria contínua e buscas de novas soluções, seja produto ou embalagem. O consumidor está em constante reavaliação de seus padrões. E uma marca forte deve se antecipar no tocante as tendências e necessidades, oferecendo aquilo que facilite o dia a dia por meio de novidades ao mercado.