Verde greenery (verdura, hortaliça), interpreta a Colorfix, evoca esperança e renovação e puxa o seu catálogo de cores e tendências da temporada 2017. Imbuída do mesmo espírito da cor da hora, a componedora paranaense surge como pioneira no Brasil numa virada 4.0 para o mercado de masters chamada ColorID, um aplicativo para identificar com rapidez e exatidão a cor solicitada pelo usuário de concentrados. “Estamos encurtando as etapas de definição e desenvolvimento de uma cor a partir da estaca zero e auxiliando o transformador a abordar melhor o seu cliente”, sintetiza Francielo Fardo, diretor superintendente da Colorfix. “Ao dispor de um produto já desenvolvido e identificado com a cor desejada pelo interessado, teremos condições de iniciar de imediato o trabalho de fornecimento da amostra”.
Investimento orçado por Fardo na faixa de R$ 700.000, o aplicativo foi gestado por dois anos e a quatro mãos pela equipe de TI da componedora desde 1990 na Grande Curitiba e parceiros não revelados. A ferramenta interativa para selecionar cores já é utilizada nos EUA em setores como têxtil e plásticos, a exemplo do aplicativo Isaac desenhado pela empresa Plastics Color Corp. e com atrativos como a criação de uma paleta de cores customizadas a partir de link estabelecido com o pedido original encaminhado.
A ferramenta baixa por aqui trazida pela Colorfix, uma forma de ela se apartar da torrente de competidores pelas soluções de interatividade da internet das coisas. “O aplicativo se aplica tanto às nossas cores em linha como novas, pois parte de um parâmetro já conhecido de nosso banco de dados”, explica Fardo. Neste estágio ainda no berçário da demanda, ColorID estoca 800 cores, em versões com e sem textura, para formulações com poliolefinas e poliestireno.
“Ao coletar os detalhes do desenvolvimento solicitado, nosso vendedor aciona o aplicativo e verifica no ato se a Colorfix já tem a cor em linha ou se devemos formulá-la para o cliente”, descreve o diretor superintendente. No processo convencional , ele assinala, o vendedor encaminha os dados anotados ao centro de desenvolvimento de produtos da empresa. “Começa então a fase de análise das possibilidades de concepção da cor em vista”, ele completa. ColorID abre um atalho nesse fluxograma. “Proporciona acesso imediato ao nosso banco de 1.600 cores já no primeiro contato do vendedor com o transformador”, sublinha Fardo. “Assim, o aplicativo nos permite abreviar em pelo menos sete dias úteis o prazo do desenvolvimento e, em casos de projetos físicos em que não se tenha acesso a padrões, como fotos, ColorID nos permite executar a leitura e tocar o projeto adiante com bom grau de objetividade”. Fardo arremata o cordão de conveniências do aplicativo com a redução do eventual retrabalho de desenvolvimento, prejudicial para os custos.
A adaptação da equipe técnica e comercial a ColorID transcorreu sem maiores complexidades. “Os principais conhecimentos requeridos envolvem o domínio do software, das limitações de uma plataforma virtual, sem referências físicas, e do sistema de eleição das cores para o nosso arquivo”, resume o dirigente. Em princípio, ele pondera, o aplicativo volta-se apenas para cores. A hipótese de desdobrar a ferramenta para materiais auxiliares dirigidos a processos ou alteração de propriedades dos polímeros é considerada difícil. “Ao contrário dos indicadores de cor e efeitos visuais, a identificação do aditivo depende de análise química de sua composição”, alega Fardo. Desde seu surgimento no Vale do Silício, a alta tecnologia é movida por apostas em provar o improvável. A fila anda. •