Numa temporada de molho picante e apimentado nos rumos do plástico, a Kraft Heinz, quinta maior indústria mundial de alimentos e bebidas, troveja na mídia a promessa de baixar em 20% o uso de plástico virgem em seu portfólio de embalagens até 2030. Em volume, calcula a empresa em release, trata-se de uma economia equiparável a 50,000 toneladas para o bem do meio ambiente. Para tirar o plano do palanque, a Kraft Heinz pretende recorrer mais a fundo aos préstimos da resina pós-consumo reciclada e a uma vantagem dos plásticos pouco difundida entre o grand público: a possibilidade de gerar soluções redutoras do peso da embalagem sem comprometer sua performance. Além disso, declara em tom vago a empresa norte-americana no comunicado, não está fora de cogitação substituir, em determinados casos, materiais convencionais em suas embalagens por alternativas diferentes não reveladas.
A seriedade da adesão ao compromisso com a circularidade pelas bases internacionais da Kraft é exemplificada pelas operações na Europa e Brasil, onde a maioria dos recipientes de alimentos como molhos e cremes já incorporam teor de 30 % de plástico reciclado, informa a companhia gerida pelo grupo brasileiro 3G e o bilionário guru das finanças Warren Buffett. No Brasil, aliás, o único plástico reciclado admitido pela saúde pública para contato com alimentos é PET pós-consumo recuperado pela tecnologia bottle to bottle. No Reino Unido, a Kraft Heinz também já trocou filme shrink por papel cartonado na sobreembalagem de multipacks, em linha com seu empenho em decepar o uso de plástico virgem.