O cultivo protegido figura entre os sistemas produtivos de melhores vibrações de crescimento no meio rural, prevê o estudo “Visão 2030-O Futuro da Agricultura Brasileira”, recém lançado pela Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), respeitado dínamo estatal da inteligência do agronegócio. “Alguns benefícios dessa forma de cultivo, fortemente associada à automação, são a produção em condições climáticas adversas e com intensificação e economia de áreas e recursos naturais”, acentua a pesquisa, apontando ainda para os produtores rurais o potencial no país da agricultura orgânica, caso de hortaliças, a tiracolo da demanda crescente por alimentos mais saudáveis e sustentáveis. O cultivo protegido, reluz o conteúdo de “Visão 2030”, paira sobre as sete megatendências ali apontadas: mudanças socioeconômicas; intensificação e sustentabilidade dos sistemas produtivos; mudanças climáticas; riscos na agricultura; agregação de valor às cadeias de produtos; protagonismo dos consumidores e convergência de tecnologias e conhecimento no campo.
O céu de estrelas antevisto para o cultivo protegido teria tudo para enlevar os filmes de polietileno destinados a estufas, mulching e silos. Só que ainda não. E a cadeia plástica precisa abrir os olhos do mundo rural para, ao menos dessa vez, o Brasil deixar de ser o país que não perde a oportunidade de perder oportunidades, como dizia o economista Roberto Campos. O flanco vulnerável não é o capital intensivo requerido para o cultivo protegido nem a tecnologia submersa nas resinas, aditivos e extrusão dos agrofilmes. O xis do problema está na trava da informação a respeito desse sistema produtivo. Apesar de o cultivo protegido acumular mais de 30 anos de bagagem, permanece indesculpavelmente ralo o conhecimento das suas vantagens no nosso universo agrícola. Na entrevista a seguir, Ítalo Moraes Rocha Guedes, pesquisador em solos, nutrição de plantas e cultivo protegido de hortaliças da Embrapa e um dos co-autores de “Visão 2030” se debruça sobre a timidez do plantio coberto num país listado entre os 10 maiores produtores de frutas e hortaliças do planeta.
PR – Qual a sua estimativa da atual área de hortifrútis plantada no país e qual a parcela detida pelo cultivo protegido?
Guedes – A área plantada com hortaliças no Brasil tem variado de ano para ano, de 700.000 a 1.000.000 de hectares. Embora ainda não haja estimativas oficiais, a Embrapa, junto com parceiros como o Comitê Brasileiro de Desenvolvimento e Aplicação de Plásticos na Agricultura (Cobapla), estima uma área entre 25.000 a 30.000 hectares de agricultura protegida no país, abrangendo os cultivos de hortaliças, cultivos ornamentais e frutíferas. Sem dúvida, há um crescimento expressivo na área cultivada e na adoção de tecnologia, quando se compara com a situação de uma década atrás e surpreende o crescimento do cultivo protegido em algumas áreas, como localidades na região norte.
PR – A seu ver, o cultivo protegido de hortifrútis evoluiu ou não na intensidade esperada?
Guedes – Embora a evolução seja clara, não transcorre na intensidade esperada. Um dos fatores é a lenta adoção de tecnologias mais adaptadas a regiões tropicais pelos produtores. Em grande parte, essa resistência na adoção de tecnologias se deve ao baixíssimo consumo de hortaliças e frutas por parte da população brasileira. Outra justificativa é a dificuldade de os produtores conseguirem preços diferenciados dos alimentos obtidos de ambiente protegido, apesar de serem em geral mais limpos e seguros do que aqueles cultivados em campo aberto. Claro, a falta de organização dos produtores rurais contribui para esses problemas. Pelo fato de haver resistência na adoção de tecnologias, principalmente por parte de quem se dedica a hortaliças, as empresas não têm oferecido tantas opções em soluções, materiais e estruturas como se vê em outros países. A situação para os produtores de ornamentais (flores) é diferente; em geral, são mais organizados, exportam seu cultivo e adotam mais tecnologia.
PR – Entre o acesso ao crédito rural, know how dos agricultores sobre o cultivo protegido e a carência de especialistas qualificados para assessorá-los a lidar com essa tecnologia, quais desses fatores mais dificultam até hoje o aumento da área coberta no plantio de hortifrútis?
Guedes – É difícil estimar quais desses problemas dificultam mais o aumento da área plantada. O que se pode dizer é que as linhas de crédito têm aumentado, mas ainda há uma carência enorme de profissionais da extensão e da assistência técnica, seja pública ou privada, com treinamento adequado em agricultura protegida. Mesmo na pesquisa há muito poucos profissionais dedicados ao tema. Isto talvez seja consequência do fato de o ensino de Ciências Agrárias ainda não ter notado o crescimento do setor – são pouquíssimos os cursos de Agronomia com a disciplina Cultivo Protegido ou similar.
Produtividade bem dosada
Montados pela Piovan somente na Itália e EUA, os dosadores gravimétricos Quantum E constituem eminências pardas da produção ideal de flexíveis como agrofilmes. Nesta entrevista, Ricardo Prado Santos, vice-presidente da Piovan do Brasil alinha as credenciais desses periféricos de vanguarda.
PR – Quais os diferenciais da série Quantum E perante as alternativas de dosagem gravimétrica da concorrência?
Prado – Tratam-se de dosadores gravimétricos para extrusão de filmes, perfis e tubos. Aliam a dosagem dos componentes por batch com o controle por perda de peso da extrusora, garantindo a mínima variação do peso por metro do produto extrusado. A série Quantum E possui interface muito amigável, troca de materiais super rápida, funções de partida automática que colocam depressa a extrusora em regime de produção. Um dos principais diferenciais dessa linha é a maior homogeneização dos componentes, graças a um misturador esférico que garante um processo mais estável na extrusora.
PR – Quais as vantagens desse misturador patenteado ?
Prado – Entre os benefícios, destaca-se o controle de homogeneização. Ou seja, ele pode ser verificado e ajustado para proporcionar o ponto ótimo de monitoramento de processos, a rápida desmontagem para limpeza ou troca de materiais e a alta durabilidade dada pelo aço inox com uma homogeneização que praticamente não gera pó.
PR – Quais os principais avanços da série Quantum E perante a geração inicial desses dosadores, lançada em 2015?
Prado – As melhorias começam pela forma construtiva, facilidade de troca de materiais, limpeza rápida, descargas rápidas, etc. Outro ponto chave dessa tecnologia de dosagem gravimétrica é a grande precisão da perda de peso, aliada à altíssima capacidade de homogeneização.
PR – Quais os principais progressos notados nos últimos anos nas características técnicas e performance dos filmes para o cultivo de hortifrútis?
Guedes – Embora aos poucos tenha aumentado a variedade de materiais plásticos com diferentes características no Brasil, há pouca informação sobre a real efetividade destas tecnologias nas condições climáticas e ambientais do país, devido à escassez de grupos de pesquisa atuando no tema. Algo que tem chamado atenção em algumas áreas é a percepção do produtor de que a forma provavelmente mais eficaz de controle da temperatura em condições tropicais seja o aumento da altura das estruturas protetoras. Essa eficiência parece ser acrescida pelo uso de tecnologias como as telas aluminizadas. Uma outra área que parece estar se desenvolvendo é o uso de controle biológico de pragas e doenças em cultivo protegido. Por fim, nota-se cada vez mais a adoção de técnicas avançadas de cultivo sem solo, a exemplo de hidroponia, e o emprego de substratos mais sustentáveis ou de sistemas fechados, com reaproveitamento de solução nutritiva.
PR – No consenso do meio rural, os filmes duram em média três anos na proteção eficaz do cultivo. O que acha dessa vida útil em termos de custo/benefício?
Guedes – Esse período é razoavelmente aceitável. O problema maior é que a falta de preparo dos produtores e a ausência de assistência técnica adequada raramente permitem que se alcance mesmo esse tempo relativamente curto. Não é incomum que os filmes já precisem ser trocados com 12 a 18 meses de uso. Novamente, o baixo consumo de hortaliças e frutas e os preços indiferenciados pagos ao produto de cultivo protegido em geral impedem o produtor de investir mais em tecnologia, mesmo na que for mais adequada. Sem dúvida, seria ideal que o produtor adotasse filmes mais resistentes e duradouros, mas isso nem sempre é possível.
PR – Poderia citar indicadores recentes da Embrapa para comprovar os ganhos de produtividade/qualidade dos hortifrútis proporcionados pelo cultivo protegido?
Guedes – Há muita pesquisa em andamento na área de cultivo protegido na Embrapa Hortaliças, algumas com resultados publicados, outras em vias de publicação. Já é conhecimento estabelecido o fato de a utilização criteriosa do cultivo protegido e tecnologias acessórias (gotejamento, fertirrigação etc) multiplicarem a produção por três ou até mais vezes. Menos conhecido e cada vez mais importante é a observação do potencial de economia de recursos naturais possibilitado pelas técnicas de cultivo protegido. Uso mais eficiente de água e nutrientes, no cultivo sem solo e em solo. Temos observado também cultivos com ciclo mais curto, possibilitando um número maior de ciclos de produção, aumentando a produtividade total da área e menos necessidade de expansão nas áreas trabalhadas. A concentração das áreas de cultivo protegido ao redor dos centros consumidores, diminuindo distâncias de transporte, possibilita menores índices de perdas e desperdício de alimentos.
PR – Como a Embrapa atua para ajudar a elevar o cultivo protegido no Brasil ao patamar superior, em área protegida e know how, desfrutado pela tecnologia em países como México e Coréia do Sul?
Guedes – Além das ações de pesquisa, a Embrapa tem feito esforços para celebrar parcerias para facilitar que os resultados de seus estudos cheguem realmente ao campo e aos produtores. Como isso acontece? Através de cursos direcionados a extensionistas rurais em cultivo protegido de hortaliças e voltados a temas mais específicos, como hidroponia; através de pesquisas focadas em problemas reais, a partir de demandas concretas do setor produtivo; através do diálogo constante com indústrias de insumos como filmes plásticos, levando-lhes a experiência da Embrapa na observação dos problemas do sistema de produção nas diferentes regiões do país. Para completar, temos parcerias com instituições que fizeram a diferença no cultivo protegido internacional, como a estatal Rural Development Administration (RDA), da Coréia do Sul.
Carnevalli: tamanho é documento na extrusão de agrofilmes
“Uma prova de como o mercado de agrofilmes ficou mais exigente é a mudança da preferência por monoextrusoras para a produção de coextrusados de três, cinco e até sete camadas, atesta Wilson Carnevalli Filho, diretor comercial da Carnevalli, dínamo nacional mo equipamento. Conforme esclarece, a inclinação do transformador desse segmento por linhas de grande porte e pluralidade de camadas decorre da possibilidade de trabalho com larguras avantajadas aliada a ganhos advindos da produtividade, controle de espessura e economia energética.
O diretor repisa que o divisor de águas na produção de filmes para estufas, mulching e silagem é a quantidade de camadas. Ao ensejar o emprego de materiais diferentes nos substratos do filme, ele nota, o transformador ganha acesso a trunfos como o poder de barreira, mediante o uso de poliamidas, e a diminuição dos teores de materiais de custo significativo, como pigmentos e aditivos. Carnevalli Filho também atenta para o nível de automação nas linhas coex para agrofilmes, em patamar antes observado por ele apenas em máquinas menores dedicadas a filmes técnicos. “Por exemplo, o aumento de produtividade provido por medidores e controladores de espessura automáticos, por anel de ar ou matriz viva,como hoje se vêm em filmes coex de mulching”. Na mesma trilha, ele distingue a migração de três para cinco camadas em andamento no nicho dos filmes para silagem. “A estrutura mais complexa conjuga economia por quilo produzido com aumento na resistência e vida útil do filme”, observa.
Para corresponder às expectativas do cultivo protegido, encaixa o executivo, o portfólio de máquinas blown da Carnevalli aloja desde monoextrusoras aos modelos coex Polaris Plus, em versões de três e cinco camadas para larguras no limite máximo de 16 metros de diâmetro e matriz de até 2.000 mm. O arremate fica por conta da oferta da coextrusora para filmes tubulares de sete camadas. Na selfie atual da Carnevalli, o carro-chefe para agrofilmes cabe às linhas coex de três camadas para filmes de até 12 metros abertos, munidas de dosagem gravimétrica, medição e controle de espessura que variam entre 3% e 5% em dois signa e produção na faixa de 1.500 kg/h. “Podem custar quase a metade de uma coextrusora importada”, acentua Carnevalli Filho.
Comer hortifrútis deve dar prazer
Verbete da culinária brasileira, a chef Mara Salles defende que o apelo gastronômico na educação alimentar pode ampliar o consumo nacional de hortaliças, legumes e frutas
À frente de um estandarte da gastronomia brasileira, o premiadíssimo restaurante paulistano Tordesilhas (www.tordesilhas.com), a chef Mara Salles acumula um conhecimento enciclopédico sobre o paladar nacional. Nesta entrevista exclusiva a Plásticos em Revista, ela pondera sobre as razões do baixo consumo de hortifrútis pela população – entrave para a expansão dos agrofilmes –, sugere novas formas para convencê-la a mudar de atitude e faz sua criatividade reluzir citando os hortifrútis como ingredientes vitais de muitos pratos que tornaram seu restaurante uma estrela guia da cozinha tupiniquim.
PR – Por que a população brasileira consome um volume pouco expressivo de hortifrútis tendo a seu dispor alimentos nos quais o país figura entre os maiores produtores mundiais, a exemplo de tomate?
Mara Salles – Em alguns lugares do Brasil, de forte tradição rural e pouca oferta de hortaliças e verduras, o hábito é consumir sempre alguma proteína (geralmente carne bovina) com arroz, feijão e farinha. Onde há abundância de peixe, costuma-se consumi-lo com os mesmos acompanhamentos, uma ou outra variação. Principalmente no Nordeste, no Norte e em boa parte do Centro-Oeste, isso se consagrou nas mesas e é um hábito difícil de reverter. Já nos centros urbanos, com maiores influências de imigrações, mais informação e pessoas inseridas no mundo globalizado, conectadas aos movimentos de comida saudável, os hábitos já são diferentes e o consumo de verduras, legumes e frutas é bem maior e cresce cada vez mais. A tendência é de esse hábito aumentar em todas as camadas sociais, mas temos que nos preocupar com a educação alimentar de crianças e adolescentes, geralmente avessos a este tipo de alimento. É nesta fase que os hábitos alimentares se consolidam. E o pior é que a mídia impõe uma série de péssimos alimentos (processados, ultraprocessados, fast food, molhos e caldas prontos) que viciam meninos e meninas, alguns mantendo os péssimos hábitos durante toda a vida. Mas, comparativamente a outros países, creio que no Brasil a preferência ainda é por comida, comida boa, tradicional, saborosa, e isso é extremamente importante. Várias redes de fast food não pegaram aqui, algumas muito tradicionais no mundo todo tem dificuldades, porque temos a comida por kg, os comerciais, os PFs, os bufês – todos em geral com preços competitivos e variedade nutricional muito grande. Em relação ao tomate, creio que o consumo está crescendo, até porque só recentemente dispomos de uma variedade maior e sua qualidade tem melhorado. Mas percebo muita gente com restrição a verduras e legumes que come tomate, principalmente adolescentes. Os pais precisam caprichar na compra e no preparo das saladas para fazer com que a molecada experimente e se acostume a comer, não só o tomate, mas alface, rúcula, agrião, almeirão, brócolis, cebola, quiabo, maxixe, jiló, a berinjela, a abobrinha, a cenoura etc…
PR – Há bom tempo, campanhas e ações institucionais e educacionais salientam os benefícios à saúde proporcionados por hortaliças, legumes e frutas. No entanto, o consumo desses alimentos saudáveis permanece a desejar. Por que o esforço de comunicação não surtiu efeito?
Mara Salles – O erro talvez seja esse mesmo, de só salientar o aspecto nutricional, de fazer bem à saúde. Alimentar-se, além de matar a fome, é um prazer e todo mundo quer comida gostosa. Por isso temos que equilibrar as coisas nas escolas, colocando, além das nutricionistas, bons cozinheiros e/ou chefs para preparar a merenda. Nutricionista, em geral, não sabe cozinhar, e só se preocupa com um aspecto da alimentação, o da saúde. Mas quando as pessoas vão comer, elas estão mais preocupadas com o gosto, com a textura, com o prazer que a comida vai proporcionar. Aí entra o cozinheiro, que equilibra os elementos, consegue tirar o melhor das matérias-primas, transforma muitas vezes algo quase insosso numa iguaria, capricha na apresentação. Comida é celebração, é cultura! Por isso legumes, hortaliças e frutas são fantásticos quando bem comprados e bem preparados.
PR – Está em alta no Brasil o culto à gastronomia e aos alimentos orgânicos. Como essas manifestações, centradas na esfera do público de melhor poder aquisitivo, poderiam ganhar as camadas de baixa renda e assim tirar da timidez o consumo nacional de hortifrútis?
Mara Salles – O alimento orgânico só vai se tornar mais popular quando tiver preço mais acessível. Isso só pode ser alcançado com o aumento do consumo e consequentemente da demanda por este tipo de alimento. Quanto mais se consumir, mais se vai produzir, generalizando a cadeia e fazendo cair os preços. Para tanto, o governo deve agir valorizando esses produtores, introduzindo esses alimentos nas escolas, creches, órgãos públicos. Também deve conceder subsídios, isentando de impostos, investindo em tecnologia, pesquisa e informação, tal como é feito para os grandes produtores. Não sei se essa valorização pode ser responsável pelo aumento do consumo dos hortifrutis, mas o que vai se conseguir com isso é uma melhoria de qualidade, pois, sem dúvida, o alimento orgânico é mais saudável e, no geral, mas saboroso que o cultivado de maneira tradicional.
PR – Qual o prato de culinária brasileira, tendo acompanhamento de hortaliça e/ou legume, é o mais pedido no restaurante Tordesilhas?
Mara Salles – Pratos com mandioca, uma raiz brasileiríssima e muito gostosa, saem muito a exemplo do bobó de camarão, feito a partir de um creme de mandioca.Temos também um bolinho cuja base é a pura mandioca e pratos com tucupi, feitos a partir da mandioca brava da Amazônia. Nosso cardápio apresenta sempre o Prato Nosso de Cada Dia e um deles é prato ícone: contra-filé acebolado, acompanhado de arroz, feijão, mandioca frita e salada de almeirão, uma delícia!!! A base de tempero da cozinha brasileira é alho, cebola, tomate e pimentão, portanto estes horifrútis estão presentes em quase todos os nossos pratos. Trabalhamos bem com abóbora (cabotiã e jerimum), numa salada ela vai cozida, em outro prato ela vai como quibebe (espécie de purê mais leve, sem manteiga); e ainda com abobrinha brasileira, de vários usos aqui na casa. O coentro, de largo uso na cozinha brasileira, está presente no Tordesilhas em molhos, vinagretes, nas moquecas. Outras folhas (todas orgânicas) são usadas em saladas, acompanhamentos etc. Destaque para a couve, que acompanha não só a nossa feijoada nos almoços de sábado, mas alguns outros pratos.A diferença entre a couve orgânica e não-orgânica é gigantesca. E couve a gente ‘assusta’, não refoga, não cozinha, não frita, só assusta rapidamente numa frigideira ou numa panela boa com alho. Não podemos esquecer das PANCs (Plantas Alimentícias Não Convencionais) como a taioba, a mostarda, a ora-pro-nobis. Todos estes elementos são muito apreciados porque trazem equilíbrio ao prato. Imagine feijoada sem couve e sem laranja para dar um contraponto.
O paiol de plástico
Agricultor abre a porteira para o silo bolsa
Com nome e cama feita no pampa argentino, onde responde por perto de 50% da armazenagem de grãos, o silo bolsa ainda tem chão pela frente no agronegócio brasileiro, pois sua participação como solução de estocagem nem chega a 10% nos radares do ramo. No entanto, seu avanço por aqui tem apertado o passo, na cola da oferta insuficiente de galpões estáticos para acondicionar grãos. Falam por si indicadores como este da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab): para os 243,3 milhões de toneladas de grãos estimados para a safra 2016/2017, a capacidade aferida de armazenagem limitava-se então a 158 milhões de toneladas. Noves-fora: o mega saldo negativo tinha de jazer ao ar livre ou seguir direto do campo para o mercado. “Nos últimos anos, o déficit na estocagem de grãos tem sido constante, razão pela qual o silo bolsa se torna uma alternativa interessante para o produtor”, argumenta Gustavo Bazzano, diretor comercial da Pacifil, sumidade nacional em silagem plástica. “Desde 2010, o sistema se consolida com vendas crescentes”, assinala. “O movimento caiu em 2015, devido à quebra da safra, mas reagiu nos anos seguintes, comprovando a eficiência para suprir a falta da estocagem convencional”. Para as próximas safras, ele confia em subida nas vendas de silo bolsa proporcional ao volume de grãos produzidos e espera que as oscilações na procura por ele provenham das variáveis tidas como habituais no agronegócio, a exemplo da capacidade de armazenagem no momento da colheita, preço do grão e situação da demanda internacional.
Segundo estimativas do ramo, as vendas brasileiras de silo bolsa, aptos a guardar 200 toneladas em média, levitam com garbo: da faixa de 30.000 unidades em 2011, subiram a 50.000 em 2012 e, para não encompridar a sequência, beiraram as 60.000 unidades em 2016 e 80.000 no ano passado. O movimento tem esquentado pela soma da pressão do déficit nacional de estocagem com predicados desse paiol de polietileno como ferramenta de rápida instalação e mais barata que o galpão tradicional. “No geral, as culturas que mais recorrem ao silo bolsa são soja, milho e arroz, devido aos altos volumes de produção”, distingue Bazzano.
Ainda assim, ressalva o noticiário recente, o silo bolsa não é bem uma unanimidade no meio rural. Entre os porta vozes do setor, Arlindo Moura, ex CEO da Terra Santa e hoje dirigente da Santa Colomba, dois colossos na produção de grãos e fibras, já ventilou na mídia achar o silo bolsa uma solução não ideal, de curto prazo e alvo de furos por animais. Ele negou entrevista a Plásticos em Revista e Gustavo Bazzano não deglute esse parecer do dirigente. “Considerando que o sistema é utilizado à larga em praticamente todos os países produtores de grãos, convivendo de forma pacífica como alternativa a silos estáticos, afirmo que o silo bolsa não é uma solução provisória”, ele sustenta. “Sua vida útil depende de fatores como a qualidade e umidade do grão estocado, condições da área de acondicionamento e os cuidados tomados pelo agricultor no momento de embolsar a colheita. Uma referência do seu desempenho é a garantia de 24 meses na intempérie dada aos silos bolsa da Pacifil, um período acima da média histórica de armazenagem”.
Filme é cultura
As soluções que ganham o mando de campo
Sem alarde, a subsidiária no Brasil da Ginegar Polysack, fera israelense em agrofilmes e telas de sombreamento, testa o mulch (cobertura de solo) biodegradável. “O trabalho começou ao final de 2016 e abrange estudos em culturas como melão no Nordeste e, na região sudeste, café e morango em Minas Gerais e hortaliças de folha e fruto em São Paulo”, revela Alessandro Mangetti, diretor de marketing e vendas da operação sediada em Leme, interior paulista. “O biomulch deve ser lançado em breve”, ele deixa no ar.
O uso de auxiliares biodegradáveis em agrofilme, avalia o executivo, constituem uma tendência em países de severa legislação ambiental e nos quais a Ginegar atua em parcerias com fabricantes de aditivos para comparecer com tecnologias sustentáveis. A transformadora israelense, salienta Mangetti, é formadora de opinião mundial em ferramentas para minimizar ou zerar impactos negativos de microclimas ou ambientes desfavoráveis para o cultivo protegido proporcionar rentabilidade e melhor escalonamento da produção. “A implementação do uso de filmes biodegradáveis não destoará dessa linha de ação e a liderança desse projeto aqui é partilhada por dois engenheiros agrônomos com doutorado e o corpo técnico da matriz”, expõe Mangetti.
A vocação da Ginegar, ele frisa, não é vender filme, mas soluções ao agricultor. “Não nos importamos apenas com resistência mecânica, espessura e vida útil, mas em conferir as maiores garantias contra radiação UV do mercado e precisar o impacto levado pelo filme a cada tipo de planta, de modo a incrementar a produtividade e qualidade do cultivo, reduzir a incidência de doenças e insetos, melhorar a quantidade e distribuição da radiação solar difusa, diminuir a deposição de poeira, obter precocidade e aprimorar o rendimento da mão de obra”. Em regra, ele acrescenta, o agricultor ainda se preocupa muito e primordialmente com a vida útil do filme. “Não adianta dispor de uma película capaz de durar cinco anos ou mais se, em vez de ajudar, ela prejudica o desenvolvimento das plantas”.
À parte o biomulch na reta final do pipeline, Mangetti busca acordar os agricultores para o pleno rendimento potencial contido no controle microclimático proporcionado pelos seus filmes difusores antiestáticos, de cinco camadas e alta transmissão de luz. Na esfera dos filmes fotoseletivos, por exemplo, recomendados para estufas e cobertura de solo, ele distingue a linha de filmes Santherm, para desacelerar à noite as perdas das ondas de calor produzidas durante o dia no ambiente do cultivo protegido. No período diurno, por sinal, esse filme não eleva a temperatura dentro da estufa ou mulch. Já o mostruário da marca Suncover, cita o executivo, inclui filmes que abrigam aditivos como anti UV, antivírus e agentes específicos para melhorar a distribuição de luz no ambiente do cultivo, ampliando a taxa fotossintética e a incidência de luz nas folhas baixeiras, reduzindo assim a queima de frutos e folhas. O tipo Suncover AV Blue, por sinal, consta de filme fotoconversor cinzelado para regiões mais quentes e sem longos períodos nublados. Altera o espectro de luz e reduz a temperatura no ambiente do cultivo, sendo recomendado para culturas como tomate, pimentão e pepino. O diretor salienta ainda os préstimos da linha Suncover, filmes fotoseletivos de cobertura, com atributos como antigotejo, termicidade, antivírus e antineblina. No embalo, ele insere seus mulch fotoseletivos nas combinações amarelo/marrom, verde/marrom, prata/preto, branco/preto, marrom/marrom e verde/verde. “Nossos filmes para ambiente protegido conferem máximo aproveitamento e rendimento a custos inferiores de trocas periódicas ou limpeza”, assegura o especialista. Pelos seus cálculos, por sinal, agrofilmes em regra não incidem além de 4% no valor total de um projeto de estufa, mulch ou túnel.
Chove na horta
Nova safra de avanços nas resinas semeia ganhos para o cultivo protegido
Nesses tempos em que baixar a lenha no plástico virou esporte mundial, nada como silenciar a ira ecooxiita com um divisor de águas traçado pelo material em proveito da humanidade. Ao substituir o vidro, nos anos 1950, o filme de polietileno de baixa densidade acendeu o rastilho do cultivo protegido ao sul do Equador. Se na Europa a proposta chave era proteger viveiros do frio, aqui nos trópicos os agrofilmes se impuseram em hortifrútis, legumes e mudas ornamentais como solução contra a luminosidade excessiva, pragas, doenças e intempéries. Entre estas, chuva demais, corriqueira em grande naco do Brasil, é um serial killer para a quantidade e qualidade física e organoléptica das hortaliças em campo aberto. Por sua vez, o controle de pragas e insetos invasores tem funcionado como argumento de venda para filme de recobrimento do solo (mulching). Afinal, ele barra essas espécies impedindo a passagem da luz solar, diminui as variações térmicas no ambiente protegido e contribuem para o agricultor poupar água, herbicida e mão de obra.
“Se comparado ao seu potencial, o volume de plástico na agricultura brasileira ainda é pequeno, mas cresce a cada ano”, concordam Ana Paiva e Marcial Cesar Vieira, respectivamente especialista de desenvolvimento de mercado/plataforma agro e engenheiro de aplicação da Braskem, único produtor de poliolefinas do país. No ano passado, eles distinguem, chamou a atenção a demanda por stretch para envelopar fardos de silagem pré-secada e o crescimento nas vendas de silo bolsa, projetadas pelos dois técnicos em torno de 100.000 unidades em 2017. A propósito, Ana e Vieira discordam da visão, bem disseminada no meio rural, do silo bolsa como opção paliativa para o já crônico déficit nacional de silos estáticos para estocagem de grãos. “Trata-se de uma solução complementar ao armazém tradicional e seu espaço está assegurado tanto para atenuar a carência de silos estacionários como apara viabilizar ao agricultor a segregação de lotes específicos de grãos”, eles frisam. Na mesma pegada, a dupla contesta críticas noticiadas de produtores de grãos à resistência do silo bolsa ao ataque de animais. “Tratam-se de problemas pontuais de alguns usuários que não atentaram para as orientações de manejo fornecidas pelos fabricantes do silo bolsa. No mais, se essa falha fosse generalizada, as vendas do produto não atingiriam o expressivo volume atual.”
Na raia do filmes de cobertura, pondera o engenheiro de aplicação, a Braskem tem se esmerado em blends de polietilenos de baixa densidade (PEBD) e linear (PEBDL).Vieira exemplifica a resistência mecânica e estabilidade no processamento dada pela resina TX7001 a filmes de grandes dimensões, colaborando ainda na passagem e distribuição da radiação solar no interior da estufa. “Combinados com esta resina, os grades lineares metalocênicos das séries Proxess e Flexus ampliam a resistência mecânica do filme”, encaixa Vieira. Ainda para estufas, ele acena com o lançamento do grade linear Proxess 1809, diferenciado pela resistência à perfuração e rasgadura e pela alta transparência mantida em espessuras maiores. O mostruário de avanços se completa com TN 2005 e TN 2006, duas resinas de copolímero de eteno acetato de vinila (EVA) indicadas para aplicações de cunho específico no cultivo protegido e cujo chamariz é o espalhamento de luz no interior da estufa. Para silos bolsa, uma boa pedida é o tipo de polietileno de alta densidade HE 150, devido ao balanço oferecido entre rigidez e resistência ao rasgo.
Combo de atributos
“Os ganhos em produtividade na colheita explicam a busca crescente, pelo mercado de estufas e mulch, por filmes de desempenho superior em resistência, propriedades ópticas e vida útil”, pondera Guilherme Neves, desenvolvedor de mercados para a América Latina da ExxonMobil, dínamo global em polietilenos. Na esfera dos polímeros de alto desempenho, recomenda para agrofilmes as resinas Enable™, escoradas no atrativo da redução da espessura sem detrimento da performance mecânica, e, na série Exceed XP™, os tipos 6026 e 6056, distintos pela excelência na processabilidade, e os grades 8358 e 8656, cujo trunfo plus são as propriedades físicas. No geral, ele sumariza, as linhas Exceed XP™ vitaminam os agrofilmes com um combo de diferenciais: resistência mecânica, características ópticas, durabilidade e a produção em paredes mais finas. Para regiões mais frias, como o Sul, Neves põe no balcão suas resinas de EVA Ultra ™. “Possuem teor de acetato vinila superior ao das usuais referências de EVA na praça, proporcionando assim melhor isolamento térmico ao absorver radiação solar e evitar perda de aquecimento na estufa durante a noite”.
A escalada nas vendas brasileiras de silo bolsa também não passa em branco aos olhos da ExxonMobil. “Desenvolvemos soluções com Enable™, Exceed XP™ e XPTM™ a esse sistema de estocagem balizadas na economia de PEBD no blend, redução de espessura do filme e propriedades mecânicas a exemplo da resistência a rasgadura e punctura e recursos que facilitem a dobra da bolsa”. Neves nota que, ao longo de anos, o
mais promovido atributo do silo bolsa foi a resistência ao rasgo e a tecnologia da ExxonMobil lapidou não só esta, mas outras frentes do desempenho do sistema de estocagem de grãos. “Com polímeros de ponta, em particular a série Exceed XP™ desenvolvemos soluções contra intempéries como granizo e para impedir a penetração no silo bolsa de roedores, insetos e pássaros”.
Para estufar a colheita
Novas especialidades fertilizam os viveiros de plantas
Embora agrupados sob o guarda-chuva do cultivo protegido, estufas, mulching e sistemas de silagem não compartilham as mesmas frentes para concentrados e aditivos fertilizarem a excelência dos agrofilmes. “O trabalho em estufas requer filtros estabilizadores de radiação ultra violeta (UV), assim como filtros de raios infravermelhos (IV), em favor dos ganhos de produtividade no viveiro proporcionados pelo controle do ambiente interno”, distingue Roberto Castilho, gerente comercial para masterbatches no Brasil e Argentina da componedora norte-americana A.Schulman. “No mais, estufas demandam soluções para ampliar a resistência a defensivos, master antifogging e, para evitar bloqueio de luz, concentrados anti poeira e anti algas e fungos”. Em mulching, ele prossegue, reina a busca de filmes que melhorem a cobertura com teor mínimo de master e resistam mais à ação de agroquímicos. Por fim, fecha Castilho, o aumento da vida útil tem dado o tom dos desenvolvimentos de auxiliares para filmes coextrusados de polietilenos para silo bolsa.
Todos esses quesitos pairam sobre as novidades no balcão da Schulman para o cultivo protegido. Para mulching, Castilho acena com o master branco Polywhite MTB 8757 e preto Poliblak MTB 7275 à base de resinas e destinados às atividade em solos compostáveis. Mulching, por sinal, é o palco do carro-chefe mundial da Schulman para agrofilmes. “O master Polyblak 1423 não contém enxofre e aumenta a resisitência às intempéries das coberturas do solo”, descreve o especialista, “por possuir partículas de 19 nm de negro de fumo, reduz o teor de aplicação necessário para se atingir determinada cobertura ou opacidade”. Na raia do silo bolsa e stretch para envelopar silo de feno pré-secado, insere o gerente comercial, sai bem no Brasil o master Polybatch 8360, na garupa de atrativos como resistência às intempéries e pesticidas. “O concentrado acompanha o prazo meio de vida útil do stretch para silagem de feno, que pode ficar em campo aberto por até um ano”.
No âmbito dos filmes para estufas, o gerente comparece com três concentrados de efeitos especiais da série Polybatch:o tipo AD 20 evita o acúmulo de pó; o master PNOVA AZ PE previne contra a formação de algas e fungos e, por fim, o concentrado AF G11 consta de um antifogging de longa duração. “Evita danos ao cultivo por queimaduras do sol, devido à formação de gostas no interior da estufa”, explica Castilho.
O imperativo da resistência dos agrofilmes a pesticidas, assinala o gerente, expeliu do pipeline da Schulman dois grades recentes da série Polybatch: os tipos LLUVS 44x e SACT 74 (vida útil de três anos), respectivamente evitam a degradação de mulching e estufas à exposição térmica e luz UV. Por seu turno, o controle térmico no interior da estufa é o ponto alto de duas novidades da mesma série Polybatch. Castilho esclarece que o master IR 2994 é indicado, em particular para regiões frias, “pois reduz o gradiente de temperatura entre dia e noite”. Já o tipo NIR 4261 limita o aumento de temperatura no ambiente do cultivo,diminuindo o stress da planta e restringindo a evaporação da água”, ele finaliza.
Minematsu: terra ainda fértil para monoextrusão
Apesar do assédio das linhas multicamada, a monoextrusão está longe de atirar a toalha no ringue dos agrofilmes. “Nossos clientes desse segmento estão atrás de um filme que atenda aos quesitos de resistência, plastificação e planicidade e admita na sua produção o trabalho com auxiliares como anti UV e pesticidas sem risco de degradação prematura da película”, expõe Ricardo Minematsu, diretor da grife de extrusoras blown Minematsu, há 30 anos na ativa (ver última página). Para ofertar a produtividade almejada na extrusão de agrofilmes sem incorrer no desgaste demasiado dos conjuntos de rosca e cilindros, o diretor informa estar equipando suas linhas com materiais bimetálicos, trunfo para esticar a vida útil do sistema produtivo. Ricardo Minematsu assinala ainda que o reduto de filmes agrícolas pende em regra para máquinas dotadas de grades larguras e capacidades. “Mas, no geral, se mantém a demanda por linhas de larguras menores”.
Preto mais que demais
O master blindado contra defensivos também merece pedestal entre as especialidades da Cromex para agrofilmes. “Sua formulação contém um aditivo para garantir a vida útil dos filmes em contato com pesticidas que entram em reação com a molécula do estabilizante UV, protegendo da degradação a cadeia polimérica”, expõe Giovanni Dias, especialista em projetos e produtos da veterana componedora nacional. Seu portfólio faz o cerco ao agronegócio com masters brancos, pretos e de aditivos, entre eles absorvedores e estabilizantes UV.Dias indica para filmes de estufa seu aditivo antivírus, bloqueador de luz IV e insetos, e os masters difusores de temp
eratura. “Conferem aos filmes redução de calor no interior do viveiro”, ele explica. Por seu turno, mulching e silo bolsa são contemplados com a proteção de concentrados estabilizantes UV. No mapa de vendas da Cromex para o agronegócio, delimita Dias, ocupam o topo os concentrados brancos para silo bolsa, pretos para mulching e aditivos UV. “O mais recente reforço ao portfólio para filmes e lonas agrícolas é o master preto Superblack, contendo teores encorpados de negro de fumo e de excelente poder de cobertura e dispersão”.
Menos princípio ativo
Silo bolsa e stretch para envelopar silos convencionais de polietileno também estão na alça de mira da Ampacet, componedora norte-americana com fábricas na Bahia e São Paulo. “Devido à forte demanda, estamos transferindo expertise da matriz nessas aplicações para ofertar soluções consolidadas”, declara Gustavo Passarelli, gerente de negócios estratégicos para agricultura latino-americana. Na alçada dos agrofilmes, ele abre estar em curso na região testes de campo com masters da Ampacet contendo baixas concentrações de princípio ativo no produto final. “Seu desempenho é igual ou superior ao de alternativas tradicionais em termos de proteção contra UV. Nos EUA, por sinal, um prato quente do menu da Ampacet para o mundo rural é Agrostab 372, master estabilizador de UV que a empresa anuncia superar a performance de citados estabilizadores HALS e NOR HALS em estufas dependentes de uso intenso de pesticidas. Segundo foi justificado para o desenvolvimento, os filmes usuais neste cultivo protegido duram em média três anos, resistindo até 3.000 ppm de acúmulo de enxofre presente nos agrotóxicos. Ocorre que, alega a Ampacet, o mercado rural tende a exigir vida útil de até cinco anos, com resistência até 5.000 ppm de acúmulo de enxofre.
Passarelli também se acerca de estufas, mulching, mantas e lonas revelando estar em andamento a transferência de tecnologia para produção no Brasil de tipos mais específicos de masters antifog e anti poeira. Na América do Norte, por sinal, a Ampacet introduziu Agroclear 572, concentrado antifogging com duração estimada para duas colheitas e indicado para agrofilmes. Entre seus predicados, consta manutenção da transparência da película e o mérito de evitar problemas decorrentes de névoa como a redução da transmissão de luz no interior do cultivo protegido.
Pente-fino no agropotencial
Ao longo do segundo semestre, começam a chegar à praça os masters e aditivos gestados pela Termocolor sob inspiração de mapeamento do agronegócio hoje em curso. “Teremos materiais que contribuirão para elevar a produção protegida de frutas, legumes e verduras; reduzir a aplicação de defensivos e aumentar a resistência dos agrofilmes ao intemperismo”, adianta Wagner Catrasta, gerente comercial da veterana componedora nacional.
Na selfie atual da Termocolor, os campeões de vendas para agrofilmes são antioxidantes, absorvedores de luz e estabilizadores UV, distingue o executivo. “Atuamos em mulching com soluções para garantir resistência química e às intempéries com duração a partir de seis meses”, encaixa Catrasta, destacando ainda o desenvolvimento de aditivos antigotejamento, bactericidas e para gerenciamento térmico, além de cores e soluções como oxidantes e estabilizadores de luz. “Alteram o comprimento de onda da radiação UV, auxiliando no controle de pragas e crescimento do plantio”, assinala. No âmbito do silo bolsa, Catrasta nota o foco da Termocolor assestado, em especial, sobre especialidades para blindar o filme para armazenar grãos por até 24 meses.
Blindagem contra insetos
A silagem plástica é o objeto de desejo de nova série de soluções da Aditive. “A linha Masterfil Anti Pragas provê o o filme de camada protetora contra espécies nocivas que atacam os grãos estocados sem prejuízo de sua qualidade”, atesta o presidente da componedora João Ortiz Guerreiro.
O leque de energizantes da Aditive para o cultivo protegido exibe destaques como a linha Masterfil UV Agro, para proteger o filme da foto-degradação mesmo quando em contato com defensivos, e o concentrado Masterfil Difusor de Luz (M9446). “Aporimora a dispersão de luz UV em ambientes cobertos, evitando o indesejado efeito de autossombreamento, acelerando a fotossíntese e ensejando o crescimento uniforme das plantas em em períodos de menor incidência solar”. Por sinal, a junção de proteção contra UV e degradação explicam a pole nas vendas da Aditive aos agricultores desfrutada pelo master SL-L 4213. No embalo, Ortiz insere a entrada em campo recente de SL-L4217, integrante da linha Masterfil UV Agro. “Suporta a incidência de agrotóxicos em altas concentrações,assegurando prolongada estabilidade ao filme”. Uma bala de prata em forma de aditivo progride no pipeline da Aditive: a linha Masterfil Biodegradável. “Está em desenvolvimento com uma empresa europeia e os resultados de sua eficiência em testes de laboratório e de campo devem surgir a partir de um ano”, solta conciso o dirigente.
Reifenhäuser: o latifúndio da coextrusão
Top of mind da vanguarda global em extrusão, a alemã Reifenhäuser trata os agrofilmes com deferência a ponto de cunhar uma divisão de coextrusoras específicas para eles: as linhas blown Evolution Agriculture, constituída por máquinas denominadas jumbo, dada a sua envergadura. “Hoje em dia, agrofilmes tendem a ser produzidos em cinco camadas; até sete em alguns casos”, nota Márcio Viviani, agente da Reifenhäuser no Brasil. “As linhas Evolution de cinco camadas respondem por mais de 50% dos pedidos mundiais para o agronegócio, uma quantidade de substratos que melhora as propriedades mecânicas e a proteção conferida pelo filme ao cultivo protegido”.
O portfólio da série Evolution Agriculture comporta equipamentos de três, cinco e sete camadas, equipados com extrusoras com diâmetro de rosca no limite máximo de 200 mm e diâmetros de matriz de 600 a 2.500 mm. “Para certas aplicações, a circunferência do balão pode chegar a 22 m”, situa Viviani, acrescendo, a título de referência, que duas linhas para agrofilmes de instalação recente na China têm 40 m de altura e elevador central para acesso às plataformas. Na retaguarda da performance dessas coextrusoas, o representante chama a atenção para Evolution C, sistema de automação que reduz perdas em trocas de receitas e inícioos de produção,além de apurar a precisão do controle da parede do filme. Outro ás na manga da tecnologia é a rosca Energizer Screw, capaz de processar o fundido a temperaturas até 20º inferiores às aferidas com roscas convencionais, convergindo para proporcional aumento de até 20% na capacidade de coextrusão.
Nanotecnologia acessível
A gangorra do custo/ benefício equlibra a novidade com que a componedora Dry Color pretende arar o agronegócio. “Estamos introduzindo masters e aditivos anti UV para nanocamadas na coextrusão de filmes de alta solidez à luz e resistência às intempéries e sem onerar o processo”, sintetiza o gerente comercial Marcelo Santana, adicionando que soluções calcadas na nanotecnologia de pigmentação e aditivação para manutenção do calor e controle climático e da umidade no ambiente coberto têm puxado seus fornecimentos para filmes agrícolas.
Empresa brasileira com fábrica de especialidades em Taiwan, a FG Resinas prospecta transformadores de agrofilmes por vários flancos. Na esfera dos carbonatos de cálcio, distingue o diretor comercial Paulo Garnica, despontam os grades U-Carb. “São desenhados para não agredirem os aditivos utilizados, especialmente estabilizadores UV, assegurando maior vida útil ao filme”. Em auxiliares, ele prossegue a FG comparece com difusores de luz e estabilizantes UV de alto teor de princípio ativo e, no compartimento dos colorantes, com masters brancos com e sem cargas e aditivos e com concentrados pretos. “Constam de grades adequados a agrofilmes, de alto poder tintorial e de dispersão”, sublinha o executivo.
Retaguarda coberta
Master preto é, em plástico, uma suíte presidencial para negro de fumo, pigmento produzido no país pela subsidiária da norte-americana Cabot. Para Wagner Bordonco, gerente de marketing e serviços técnicos da empresa para a América do Sul, a seleção de negro de fumo para agrofilmes não pode se cingir ao fator preço condicionante para um material commodity. “No cultivo protegido, é pequeno o custo do filme na instalação da estufa, mas o sucesso da colheita depende do desempenho dele”. Para essa expectativa não murchar, Bordonco orna sua vitrine com grades de negro de fumo diferenciados pela opacidade, dispersão e resistência a UV. “Combinados com outros materiais, eles dão forma a filmes de melhores resultados aos agricultores”.
A Basf sobressai na retaguarda proporcionada pelos aditivos aos agrofilmes pela sua proeminência global em estabilizantes à luz. A radiação UV ameaça a integridade da película na presença de produtos químicos agressivos e a participação de enxofre e halogênio na composição de agrotóxicos afeta a eficiência da maioria dos estabilizantes à luz convencionais, denominados HALs, esclarece Daniella La Torre, especialista técnica em aditivos para plásticos do grupo alemão para a América do Sul. Para fechar esse flanco vulnerável do filme, ela conta, a Basf entra em cena com NOR HALS, estabilizante à luz obtido de amina estericamente bloqueada tipo NOR. “Com alta performance diante dos defensivos, o material amplia a durabilidade dos filmes para cultivo protegido”, completa a executiva.
Não há brecha em coberturas de estufas que o portfólio de soluções de aditivos estabilizantes da Basf, agrupadas na série Tinuvin, deixe de preencher. Daniella abre as referências com os produtos 11 e 494, talhados para filmes de moderada resistência a pesticidas e contaminantes. Para longa vida útil da película e resistência diferenciada ao enxofre, dois grades de Tinuvin NOR são indicados por Daniela: os tipos 371 e XT 200.Este último, ela destaca, tomou no plano recente mais impulso como solução preferencial para resistência média a defensivos em filmes de estufas. “Conferem a eles duração na faixa de dois anos com menos de 1.000 ppm de acúmulo de enxofre por ano”, conclui a técnica. •