Janelas entreabertas

A soma da norma de isolamento acústico com a expectativa de reação no mercado imobiliário é música aos ouvidos das esquadrias de PVC

Tirar um produto da crônica lanterna do ranking brandindo a superioridade de seu desempenho a um mercado em grande parte desinformado e com olhos apenas para preço. É essa a missão espinhosa assumida por uma entidade cujo primeiro ano de ativa se consumará em julho de 2018: a Associação Brasileira dos Fabricantes de Sistemas, Perfis e Componentes de PVC (Aspec-PVC). Sob seu guarda-chuva estão as seguintes filiadas: Archicentro, Bazze,Claris Tigre, Deceninck, Kommerling, Rehau, Weiku e Veka. De acordo com suas próprias projeções, os produtos de PVC, fabricados no país desde os anos 1980, detêm participação de 4% no mercado interno de esquadrias, a léguas portanto das parcelas das demais versões mais acessíveis: 44% para as esquadrias de aço, 30% para as de madeira e 22% para alumínio. Mas o jogo promete virar a tiracolo de regulamentação técnica (NBR) em prol da melhoria do isolamento acústico nas edificações. Um empurrão que só não rendeu ainda o esperado com a norma homologada em 2013 porque já no ano seguinte a construção apagou sob a recessão persistente em 2017. “Com a obrigatoriedade de atendimento da norma NBR15575 –“Edificações Habitacionais – Desempenho” (popularmente chamada Norma de Desempenho), as construtoras tem buscado esquadrias de atendimento superior, principalmente no âmbito acústico, para cumprir os critérios mínimos determinados para ambientes de longa permanência, caso da sala e dormitórios”, esclarece Eduardo Rosa, diretor executivo da Aspec-PVC. “A especificação da esquadria vinílica só não é mais intensa porque a informação técnica de desempenho tem sido decisória apenas há muito pouco tempo”, ele argumenta. Até então, o custo foi determinante na seleção do tipo da esquadria. “Mas com o advento da NBR, o custo começa a ser relacionado com níveis de performance e com a necessidade da edificação. Tais fatores devem afetar a decisão e favorecer o uso do produto de PVC”. Rosa sublinha ainda como ponto favor o fato de, a partir da NBR 15575, o desempenho da edificação passar a ser da responsabilidade das construtoras. “Caberá ao especificador, projetista e arquiteto a escolha dos caixilhos para o desempenho da fachada resultar satisfatório do ponto de vista não só estético, mas de estanqueidade à água, resistência a cargas de vento, permeabilidade ao ar e de operação de manuseio, conseguindo também prover os ambientes de longa permanência do requerido nível maior de isolamento acústico”. Nesta entrevista, o porta-voz da Aspec-PVC destranca essa janela de oportunidades para o produto enfim sair do piso das vendas em seu segmento.

Eduardo Rosa Aspec PVC
Rosa: avança certificação de montadoras de esquadrias.

PR – Quantos filiados tem a Aspec-PVC e a quais segmentos pertencem?
Rosa – Entre produtores, importadores e revendedores, possuímos oito associados sistemistas (sistemas e perfis de PVC para montagem de esquadrias) homologados no programa setorial de qualidade (PSQ) de esquadrias, apoiado por sinal pela Braskem (maior produtor nacional de PVC). Eles representam 83% da comercialização nacional de perfis vinílicos. Contamos ainda com mais de 170 empresas coligadas que são montadoras de esquadrias.

PR – Quais as metas de atuação da entidade para 2018?
Rosa – Com a homologação dos sistemas e perfis em 2016, o PSQ avançou em 2017 e concluiu a certificação das primeiras montadoras de esquadrias de PVC. Em 2018, esse processo de credenciamento terá continuidade, ampliando assim a oferta de produtos certificados no PSQ de esquadrias. É um passo importante não só para o crescimento do setor, mas uma grande oportunidade para as construtoras terem acesso às portas e janelas vinílicas de melhor desempenho do mercado.

PR – Em 2018, completam-se 5 anos de vigência da norma de isolamento acústico em edificações habitacionais, NBR 15.575. Por que seus efeitos favoráveis à especificação de esquadrias de janelas de PVC em projetos imobiliários ainda não saíram da discrição em termos de vendas, mesmo em obras de alto padrão no Brasil?
Rosa – Nos últimos anos houve um aumento da procura por produtos de melhor performance acústica e térmica, e as esquadrias de PVC contribuíram de forma bastante significativa em obras residenciais, verticais e de hotelaria. Inclusive com o respaldo da NBR 10.821, (sobre esquadrias externas para edificações e vigente desde 2011) a tendência é de que a demanda aumente em 2018.

PR – Pelas estimativas da Aspec-PVC, qual o volume de vendas no Brasil de esquadrias vinilicas em 2017 versus 2016 e quais as expectativas para 2018?
Rosa – Apesar da crise na construção civil, prevemos para o setor crescimento da ordem de 8% em 2017.Para 2018, a expectativa positiva é baseada no surgimento de lançamentos imobiliários demandando produtos que atendam as normas de desempenho, gerando assim negócios para a cadeia de esquadrias de PVC.

PR – Segundo corre no setor, os arquitetos ainda ignoram, em regra, as vantagens das esquadrias de PVC. Quais as ações programadas pela Aspec para combater essa desinformação?
Rosa – Através das ações da entidade e de iniciativas de marketing das empresas, como a participação dos produtos em projetos e eventos como as edições estaduais da “Casa Cor”, noto que arquitetos, engenheiros e especificadores têm colocado as esquadrias de PVC em destaque e gerando maior interesse na sua utilização. Ao longo de 2017,obtivemos em várias publicações de grande circulação matérias bem contundentes sobre as vantagens do uso de esquadrias de PVC. A Aspec-PVC tem participado ativamente junto a entidades relacionadas ao segmento, levando conhecimentos de qualificação profissional, e participou do grupo de trabalho responsável pelo guia da Câmara Brasileira da Indústria da Construção dedicado a esquadrias para edificações, uma ferramenta importante para especificadores.

PR – A produção nacional de esquadrias de PVC remonta ao século XX. Por que, até hoje, seja em momentos bons ou ruins da economia, esse segmento sempre foi minoritário no mercado em relação às participações detidas pelas esquadrias de madeira e alumínio?
Rosa – Nos últimos 60 anos, as esquadrias de alumínio, madeira e aço foram as mais utilizadas no Brasil. Mas apenas depois da NBR 15.575 as construtoras começaram a manifestar mais interesse por produtos de melhor desempenho e, assim, nos últimos 5 anos, a participação das esquadrias de PVC aumentou nesse segmento.
Em 2016 foram produzidas mais de 485.000 janelas e portas de PVC, um número decerto superado em 2017 e em evolução em 2018.

Esquadrias: a moldura da proteção

No jargão da engenharia civil, esquadria é o elemento de vedação utilizado no fechamento de vãos que propiciam a circulação de pessoas, luz e ar, a exemplo de janelas e portas. Estimativas setoriais atribuem à esquadria participação variável de 5%a 14% do custo total da edificação residencial. Sua regulamentação no Brasil é pautada desde 2011 pela norma técnica NBR 10.821- Esquadrias Externas para Edificações. Em síntese, devem apresentar estanqueidade à agua e ar (proteção térmica e contra infiltrações), resistência a vento e agentes atmosféricos e, no âmbito da acústica, devem reduzir a propagação sonora vinda do ambiente externo. As principais opções de esquadrias na praça englobam versões de metal, madeira, vidro e PVC.
As esquadrias de PVC surgiram nos anos 1950 e 1960 na Alemanha e firmaram-se desde então pela excelência no isolamento térmico e acústico e por não propagarem chamas. No Brasil, os primeiros movimentos de manufatura e comercialização do produto remontam à década de 1970. As esquadrias de vinil são produzidas a partir de perfis extrusados com aço galvanizado em sua estrutura interna. No confronto com alternativas concorrentes, sobressaem pela evolução de suas soluções estéticas, pela imunidade à corrosão que espreita as esquadrias metálicas e pela durabilidade em relação às versões de madeira, material mais vulnerável a condições climáticas adversas, exigindo aplicação frequente de aditivos químicos para a sua proteção.

Sem essa de luxo

Cadeia do vinil busca preço mais competitivo para esquadrias

“A esquadria de PVC permanece uma solução de nicho, de custo relativamente elevado frente aos sucedâneos”, atestam Marcelo Majoros e Antonio Rodolfo Junior, respectivamente gerente comercial para PVC e gerente de engenharia de aplicação e desenvolvimento de mercado para PVC/Cloro-Soda da Braskem, nº1 nacional no polímero vinílico. Conforme salientam, a empresa tem trabalhado com o setor rumo a esquadrias de vinil a preço mais atraente, de modo a não mais cingí-las a imóveis de alto padrão. “Começam a ganhar presença na praça, principalmente em modelos padronizados e competitivos devido à economia de escala”, eles indicam. “Nos próximos anos, a esquadria de vinil deve ganhar proeminência, pois suas vantagens se acentuarão à medida que a norma técnica de desempenho (NBR 15575) for aplicada, pois o produto atende a todas as determinações, em especial quanto à vedação e performance acústica e térmica”.

Majoros e Rodolfo Junior consideram que, proporcionalmente, o mercado de esquadrias de PVC cresce bem acima da média aferida na esfera dos tipos concorrentes. “No entanto, a base dessa projeção é muito pequena”, concordam. Pelos dados cruzados por eles, o movimento nacional de perfis de vinil ronda a marca de 5.300 t/a. “Desse volume, perto de 50% é suprido por produtores locais e o restante é importado, o que resultaria numa produção doméstica na casa de 220 t/mês”, deduz Majoros. Em 2011, encaixa Rodolfo Junior, a soma das vendas de perfis locais e importados oscilava entre 3.500 a 4.000 t/a, “pois o mercado segue evoluindo à média anual entre 10% e 15%”, completa o especialista.

O arquiteto Edir de Souza Miranda Junior, gerente de vendas da Claris, controlada da Tigre e maior produtora brasileira de esquadrias de PVC, sustenta que, no plano geral, seus colegas de profissão ainda ignoram as vantagens do produto, quando não até sua existência. Entre os motivos, ele menciona a ausência de noções a respeito das esquadrias vinílicas nas grades curriculares do ensino de Arquitetura.

Não é bem por aí, contrapõem Rodolfo Junior e Majoros. “O nível de desinformação também decorre de fatores climáticos e econômicos e varia por região, pois cerca de 80% do mercado de esquadrias concentram-se em São Paulo e no Sul”, ponderam os dois executivos. “Mas já é comum deparar com esquadrias de PVC nas principais feiras de construção e mostras de arquitetura e design de interiores, revistas e até mesmo em outdoors”. Na alçada pedagógica, eles reiteram que o Instituto Brasileiro do PVC (IBPVC) provê há cinco anos informações sobre soluções como esquadrias a alunos de Arquitetura em entidades como as universidades paulistanas Mackenzie e Belas Artes. “Essas ações seguem em 2018 a cargo do IBPVC e Associação Brasileira dos Fabricantes de Sistemas, Perfis e Componentes de PVC (Aspec-PVC)”, afiançam Majoros e Rodolfo Junior.

A percepção dos dois especialistas leva o endosso de Angelo Salvador Filardo Junior, professor da reverenciada Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da Universidade de São Paulo (FAU-USP). “Informações sobre esquadrias de PVC são apresentadas aos alunos na disciplina ministrada também por mim, AUT 0188 Construção do Edifício 4”, ele especifica. “O tema é relevante para a formação do arquiteto e o ensino ressalta a adequação de PVC a situações que requeiram desempenho superior em termos de estanqueidade, resistência à corrosão e isolamento acústico”. Conforme assinala o professor, a disciplina AUT 0188 já contou, na FAU-USP, com participação regular de palestrante porta-voz do setor de esquadrias vinílicas. “O formato de difusão de conhecimentos via série de palestras foi abandonado há alguns anos em favor de um aumento da prática de projeto, caso de iniciativas como visita a canteiros de obras e, desse modo, o conteúdo ‘esquadrias de PVC’ está hoje incorporado a uma aula sobre as opções tecnológicas e de materiais”, completa o docente.

Ninguém merece

Imóveis devassáveis por barulho externo são mais difíceis de vender. E uma oportunidade de negócio para a Claris

Por mais enaltecidas que sejam suas virtudes, o preço sempre restringiu as esquadrias de PVC ao menor segmento do setor imobiliário, as residências de alto padrão. Mas esse paradigma entra em 2018 quebrado pela aguardada penetração das janelas de vinil em lançamentos de moradias para a classe média, pressupõe o arquiteto Edir de Souza Miranda Junior, gerente de vendas da Claris Tigre, líder na produção nacional de perfis extrusados e verticalizada na montagem de esquadrias de PVC. A virada no jogo tem a ver, ele explica, com o silêncio listado pelos brasileiros como prioridade para a compra de um imóvel e a assimilação enfim consolidada, no reduto da construção civil, de exigências como maior isolamento térmico e acústico prescritas para edificações pela norma técnica NBR 15575.

Embora homologada em 2013, só agora seus requisitos devem nortear com peso os projetos de arquitetura. Para edulcorar o pensamento positivo, há a perspectiva da reação ansiada pelo mercado imobiliário, no vermelho desde 2014. “Com esse estímulo, mesmo apesar do seu custo, a esquadria de PVC está bem posicionada para desfrutar aumento da demanda em razão do seu reconhecido isolamento acústico”, sublinha o executivo da Claris.
Levantamento da Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas (Fipe) a quatro mãos com a Associação Brasileira das Incorporadoras Imobiliárias (Abrainc) põe o dedo na chaga viva. Em 2013, quando a NBR 15575 veio a lume, o estudo computou um milhão de lançamentos. De janeiro a agosto de 2017, os lançamentos de imóveis novos limitaram-se a 42.058 unidades e as vendas a 68.632. Do total de lançamentos, 77,1% integravam o programa de moradias populares Minha Casa, Minha Vida e, na mira das esquadrias de PVC, a fração correspondente a imóveis de alto e médio padrão lançados foi mensurada em 20,9%. “A construçãocivil é um desastre que se arrasta por 14 trimestres e ouso dizer que nunca vi coisa tão prolongada e forte”, comentou no início de dezembro na mídia o economista Júlio Gomes de Almeida, diretor executivo do Instituto de Estudos para o Desenvolvimento Industrial (Iedi).

Mas Deus mora nos detalhes, para júbilo da esquadria de PVC. “Uma frente à margem da crise para o produto ingressar em imóveis da classe média, amparado na norma técnica, é o lançamento de apartamentos compactos, também chamados estúdios e muito dependentes, em razão da área pequena, de uma solução eficaz na sacada para barrar o ruído externo”, percebe Miranda Junior. Tratam-se de imóveis pequenos e sem divisórias entre quarto, sala e cozinha. Estão à venda em bairros centrais de grandes cidades. De janeiro ao final de agosto último, por exemplo, 42,6% das unidades imobiliárias lançadas na capital paulista couberam a apartamentos com menos de 45 m², calcula o Sindicato da Habitação (Secovi-SP). A procura incandescente pelos estúdios decorre de mistura fina de justificativas, desde o morador jovem single (solteiros e divorciados) à valorização da mobilidade – antes morar num espaço apertado mas no centro da cidade (em geral ruidoso) do que gastar duas horas no tráfego da periferia para o trabalho. Assim, o micro ap com vedação acústica emplacou como solução de moradia em bairros bem cotados, zera o pesadelo do trânsito, permite ao incorporador vender mais unidades por lançamento e a locação para imóveis pequenos gera lucratividade melhor. Pelo radar do índice FipeZap de julho último, unidades de até um dormitório eram os de aluguel mais rentável no país, com retorno de 0,40% contra 0,31% entregue pelo imóvel de quatro quartos.

No balcão da Claris, Miranda Junior enxerga caminho desimpedido para seu negócio fluir. “A nova regulamentação técnica cristalizou-se a partir de 2017, após a morosa maturação característica do setor, em projetos imobiliários que resultaram em pedidos de nossas esquadrias”. No embalo, ele salienta, sem abrir números, que a conjunção da norma anti-ruído com o aumento das revendas e lançamentos da Claris afagou o último balanço com salto de 20% no volume de vendas e receita em pleno quarto ano seguido da construção civil em queda, como atesta o Iedi.

No tocante à performance, enxerga Miranda Junior, apenas a ala das esquadrias de alumínio, cujo preço ele situa em média histórica10% abaixo da concorrência em PVC, têm empreendido esforço mais acentuado para ampliar o isolamento acústico, propriedade na qual a esquadria vinílica é o metro da excelência, mérito inclusive de suas paredes maciças e do desenho interno compostos de antecâmaras. “Os segmentos das esquadrias de aço e madeira permanecem centrados no apelo do preço”, percebe o gerente. “Mas um sinal de alteração nessa conduta é o fato de vários fabricantes de esquadrias de aço hoje oferecerem, em paralelo, linhas de alumínio”. A submissão dos projetos arquitetônicos aos preceitos da norma para baixar o ruído externo no interior dos imóveis pínta aqui como possível explicação.

No universo da Tigre, nº1 do país em tubos e demais materiais plásticos para construção, a Claris surge feito ponto fora da curva. “No mostruário da Tigre prevalecem os produtos instalados do lado de dentro da parede, enquanto as esquadrias são peças de visibilidade externa, bem mais dependentes de atração estética”, observa Miranda Junior. A Claris não é uma filial do grupo catarinense, mas uma unidade própria, e atua na prática como cliente da Tigre, por sinal o maior consumidor de PVC do Brasil. Em sua sede em Indaiatuba, no interior paulista, a Claris monta portas e janelas completas, com vidros, reforços metálicos e acessórios, a partir dos perfis extrusados de PVC enviados pela fábrica da Tigre em Rio Claro, no mesmo Estado, operação única no ramo.

Com o intuito de fertilizar o solo para colher pedidos também provenientes de imóveis de médio padrão, a Claris lançou em 2017 a linha de portas e janelas brancas Panorama. Entre seus plus, Miranda Junior cita o preço mais em conta, o custo/benefício embutido na garantia de 10 anos, uniformidade dimensional, portas de correr com suave sistema abre/fecha e janelas também de correr de duas, três, quatro ou seis folhas. Uma investida na estética arquitetônica engrossou o caldo das novidades em 2017, com a chegada das linhas Colors e Woods, ambas munidas de acessórios pretos, de cromo acetinado ou aço escovado. A primeira, baseada nos consolidados perfis Europa da Claris, acena com portas e janelas nas cores preto, prata e bronze. Por seu turno, a linha Woods simula madeira em duas versões – castanho dourado e nogueira – com vantagens sobre esquadrias deste material tipo ausência de empenamento, dispensa de verniz no acabamento e imunidade a cupim e limo. O rol das inovações marcantes em 2017 fecha com a janela acústica de sobreposição, para ser aparafusada, no ambiente interno da moradia, sobre a janela existente, e sem quebra da alvenaria. Assim, quando instalada numa unidade predial, sua instalação não altera a fachada original do imóvel. A Organização Mundial da Saúde (OMS) fixa 55 decibéis como nível máximo de ruído tolerável e esta janela de correr garante diminuição sonora acima de 30 decibéis, por conta de sua robustez, vidros especiais e esquadria com nível A de redução acústica, o maior listado pela norma de desempenho para edificações NBR 10821-4.

Miranda Junior retoma o fio assinalando que o valor agregado do seu negócio está no produto final instalado. Devido aos pormenores e cuidados dessa etapa, explica, a seleção dos revendedores de esquadrias da Claris é mais complexa que a praxe no setor de materiais de construção. “Em regra, esses lojistas não são muito receptivos a investir em serviços de instalação”, nota o executivo. Por razões desse naipe, a Claris, atuante na praça desde 1999, fechou 2017 com uma rede seleta de 10 revendas em atividade regular e cinco em processo de abertura até o fechamento desta edição. “Nosso revendedor não é um lojista padrão, mas um profissional que prospecta projetos e negócios”, distingue Miranda Junior. “Submetemos seus instaladores a reciclagens periódicas, inclusive via treinamento a distância (digital)”. Nicho inerente às esquadrias de PVC, o mercado imobiliário de luxo levou a Claris a adotar o modelo de comércio denominado store in store pelo gerente. “Ou seja, nossa loja fica dentro de uma loja de materiais de construção de alto padrão, como acontece na matriz do revendedor Grupo Carrapeta em Teresópolis, na região serrana do Rio de Janeiro”.

A homologação de revendas tem levado a Claris aonde nunca teve pontos de comercialização, observa Miranda Junior, ilustrando com as praças de Recife, Fortaleza e Campinas. “O mercado nobre da construção volta e meia reformula as noções convencionais sobre a distribuição geográfica da riqueza no país”, ele pondera. “Um dos pedidos mais significativos de janelas que tivemos em 2017 veio do lançamento de um prédio de alto padrão em Imperatriz, ao sul do Maranhão, na divisa com o estado de Tocantins”. Nessa mesma trilha, aliás, entre as 10 revendas abertas pela Claris em 2017 figuram uma em Rondônia, em Cacoal, e outra no sertão pernambucano, em Arcoverde. •

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