Produtos para cabelo (hair care) fazem, literalmente, a cabeça do setor plástico. Tanto a recessão como uma guinada comportamental hoje mudam o penteado do segmento e, em efeito dominó, repaginam suas embalagens. As fissuras, rupturas e perspectivas vieram à luz em pesquisa apresentada em agosto último pela consultoria Euromonitor International intitulada “Global Trends for the Hair Care Market”(Tendências Globais para o Mercado Hair Care). Nessa panorâmica, a América Latina, Brasil à frente, sai bem na foto como um pitéu orçado em US$ 12 bilhões este ano, tendo crescido à média anual de 0,5% de 2011 a 2016 e primando pelo maior gasto per capita entre os mercados emergentes. No Brasil, as principais mutações em curso cobrem desde o uso doméstico de produtos de cabelo profissionais, para evitar gastos no cabeleireiro, até o rompimento das mulheres negras com a ditadura fashion do alisamento, exteriorizando o orgulho da raça através do cabelo crespo, e a conscientização ambiental da nova geração impelindo a criação de formulações de apelo natural e embalagens com halo sustentável. Na mesma crista da onda, a vaidade masculina sai do closet. Segundo estimativa da Euromonitor, o faturamento de produtos care para as melenas do brasileiro saiu de R$ 41 milhões em 2011 para R$ 55,7 milhões em 2016 e ruma para R$ 86,3 milhões em 2011. Nesta entrevista, Alex Frick, gerente de pesquisa da consultoria, interpreta os resultados mais significativos do novo levantamento.
PR – Segundo a Euromonitor, o Brasil desceu do segundo para o quarto lugar em 2016 no ranking mundial de consumidores de produtos para cabelos. Por que? Afinal, em crises anteriores o consumo nacional desse segmento não foi tão afetado.
Frick – O Brasil caiu de segundo para terceiro no ranking mundial de consumo de produtos para cabelos em 2015 e desceu novamente uma posição em 2016. O principal fator que tirou o país da vice-liderança foi a desvalorização do Real em 2015, que levou o país a patamares semelhantes ao do Japão. Isso, somado a recessão que perdurou no ano seguinte, deu espaço para que o mercado japonês de produtos para cabelo superasse o brasileiro em 2016, ainda que por uma margem muito pequena de menos de 0,1%. No entanto, nossas projeções apontam que o Brasil deverá retomar a terceira posição em 2017, impulsionada pela estabilização do dólar e retomada gradual do consumo.
PR – Mas tem cabimento equiparar o mercado japonês ao brasileiro?
Frick – Vale destacar que o Brasil ainda possui um potencial maior de crescimento da categoria, comparado ao Japão. Enquanto estamos posicionados como quarto mercado em vendas da categoria, figuramos em 21º no ranking mundial de consumo per capita de produtos para cabelos – pelo critério de valor em dólares. Já o Japão figura no quarto posto em termos per capita, pelo mesmo critério. Isso se dá, principalmente, por uma questão de valor agregado. Mundialmente, a categoria de premium hair care é muito mais significativa no mercado japonês que no Brasil. Em 2016, esse segmentou representou por aqui em torno de 1,4% do total de hair care, sendo que a média global é de 12%. Regiões mais desenvolvidas possuem taxa ainda maior, caso da América do Norte (28%), Australásia (17%) e Europa Ocidental (13%).
PR – Três anos a fio de recessão abalaram ou não a fidelidade do consumidor brasileiro de produtos hair care às marcas de sua preferência?
Frick – Nos últimos dois anos, observou-se no Brasil um processo de trade down, principalmente no âmbito das novas famílias da classe média. O movimento rebaixou o poder aquisitivo das camadas sociais (fora do topo da pirâmide) alcançado na primeira década do milênio e elas agora têm dificuldade para manter o mesmo consumo de algumas categorias, inclusive hair care. Em alguns casos, os consumidores optaram por alternativas mais baratas para não abandonar a categoria como um todo. E as principais empresas já notaram esse movimento. Por exemplo, a Unilever (não deu entrevista) apresentou desempenho estável para sua marca TRESemmé, posicionada como prestígio; porém, a Seda, sua marca mais popular, apresentou um desempenho positivo nas categorias de xampu e condicionador. Algo similar aconteceu com a marca Niely. Ela apresentou um desempenho acima da média para estas mesmas categorias.
Por outro lado, a renda mais apertada forçou os consumidores a reduzirem as visitas aos salões de beleza, levando ao aumento da popularidade de produtos denominados “profissionais”, no geral mais caros que os tradicionais. Por exemplo, a categoria de condicionador caiu 15% em volume de vendas em 2016. Porém, em valor, o declínio foi somente de 1%. Essa diferença deve-se às vendas de produtos de maior valor agregado.
PR – Pesquisa da Euromonitor aponta para produtos hair care três tendências de peso: beleza sustentável, multiculturalidade e diversidade . Como elas influem nas apresentações (embalagens) de produtos hair care no Brasil?
Frick – Em relação à corrente da beleza sustentável (green beauty), a crescente demanda assim continuará à proporção que mais consumidores se conscientizem sobre os produtos que estão adquirindo. Isso se dará cada vez mais à medida que mudanças tecnológicas, ambientais e econômicas se desenvolvam, aumentando a demanda por produtos naturais. Conforme os consumidores possam ter mais acesso às informações, eles passarão a se engajar mais não somente na atenção ao impacto do consumo na saúde, mas com a origem dos ingredientes e o impacto sócio-ambiental do processo de fabricação dos produtos hair care. À medida que o conceito de beleza verde/sustentável for se expandindo, novas oportunidades surgirão em termos de formulação, benefícios e posicionamento das marcas.
Nesse segmento, algumas empresas já se destacam no mercado brasileiro, como a Surya, Souvie, Bioart e Ikove. Estão aproveitando do interesse do consumidor, principalmente os Millennials, nesse tipo de produto. Das marcas de massa, a Natura (não deu entrevista) é uma das reconhecidas pela preocupação com o impacto ambiental dos seus produtos. A marca se tornou pioneira no Brasil ao desenvolver um desodorante “ecocompacto” em 2015. Em 2016, ela adotou a campanha “pequenas mudanças fazem grandes diferenças”, trazendo a questão da sustentabilidade na embalagem que, além de ser feita de alumínio, causa 48% menos impacto no meio ambiente. Em hair care, a Natura traz a linha SOU que oferece soluções eco-friendly com bom custo benefício.
PR – Como enxerga a influência das tendências de diversidade e multiculturalidade?
Frick – O Brasil é um país com alto nível de diversidade, com forte mistura dos povos nativos, africanos, europeus, japoneses e árabes – justificando a grande variedade de produtos para cabelos que visam atender as necessidades de todos os tipos no gênero. Historicamente, o Brasil possui uma forte demanda por produtos relaxantes. No entanto, presenciamos, em 2016, um boom dos cabelos cacheados e crespos, além do crescente número de blogs dedicados à beleza negra. A indústria está respondendo ao oferecer gradualmente mais opções para os consumidores afro-brasileiros. Algumas fontes entrevistadas na nossa pesquisa indicaram haver ainda muito espaço para o desenvolvimento de produtos para esses consumidores.
Aula de banho de loja
Frascos e tampas irradiam as tendências em produtos para cabelos
Único boxeador nacional entre os pesos pesados no ringue de sopro no Brasil, o Grupo Globalpack é ativo fixo na carteira de fornecedores de frascos de polietileno e PET de formadores de opinião no setor de hair care, a exemplo de Unilever e Boticário. Suas credenciais para essa condição privilegiada extrapolam os ganhos de escala permitidos por um contingente de 10 fábricas e a receita da ordem de R$ 500 milhões prevista para este ano. O mérito também cabe ao seu poderio tecnológico e à imersão em desenvolvimentos com clientes finais relativos a soluções para podar custos, viabilizar trocas de vidro por PET ou para flagrar oportunidades para o sopro do poliéster que o próprio grupo recicla pelo processo bottle to bottle.
Um ponto em comum em todas as pesquisas de mercado empreendidas pelo setor hair car é a detectada obessão das marcas por impimir em suas apresentações a conotação premium para seus produtos, não importa o poder aquisitivo do consumidor na mira.
“Dispomos de soluções que proporcionam as mais diversas possibilidades de produção de embalagens transparentes, translúcidas ou com efeitos como soft touch, resultantes do sopro por extrusão contínua, de pré-formas e pelos processos injection/blow e injection stretch blow”, escancara Dirceu Dias, gerente de inovação do Grupo Globalpack, acenando ainda com soluções de decoração para enobrecer a embalagem, tipo rotulagem silk screen e hot stamping com efeito metalizado. “Hoje em dia o setor hair care está voltado para a redução do peso dos frascos, adoção de contornos suaves no design e emprego de masters e aditivos diferenciados”, aponta Dias. As marcas de hair care, completa o gerente, hoje se empenham em fisgar o olhar do consumidor com embalagens de cunho mais exclusivo, individualizado por produto.
Polietileno de alta densidade (PEAD) impera com folga no sopro de frascos para produtos de cabelo e, apesar do seu magnetismo estético, PET permanece em posição secundária porque este setor demanda embalagens de tiragens mais restritas e dimensões pouco uniformes. “Os grandes transformadores de PET são focados nos mercados de escalas de massa: água mineral, refrigerantes e óleo comestível. “Tratam-se de segmentos caracterizados pela alta cavitação, padronização de gargalos, ausência de cores na embalagem”, argumenta Dias. “Com base nesta plataforma de premissas, eles não atendem aos anseios do mercado hair care, uma lacuna que o Grupo Globalpack está credenciado para preencher”. Por tabela, a justificativa de Dias deixa claro ser difícil a possibilidade de sua empresa soprar frascos in house para hair care, como já faz para indústrias de sorvetes e de molhos e condimentos. “Nem sempre dá para viabilizar produções in house menores com grande quantidade de set ups de cores e moldes”, ele pondera.
Refinamento com parede fina
Reduto protagonizado por polipropileno, a injeção de potes e tampas para produtos de cabelos é acompanhado com lupa pela Qualinjet, sumidade no ramo e com 22 anos de milhagem acumulada no mercado de cosméticos. Entre suas inovações vitoriosas em hair care, o fundador e diretor geral José Venâncio e a diretora Tatiane Lima distinguem a linha premium de potes, cuja sofisticação no design é proporcionada pela parede fina, eles atribuem. “Eles conferem maior conforto ao conteúdo envasado em razão de sua abertura superior aos limites disponíveis em potes soprados e sua área para gravação/decoração também é maior”, comparam os diretores.
Na selfie atual, a linha premium cobre potes de 300, 500 e 1.000 gramas. Ela também abrange tampas e, entre elas, Venâncio e Tatiana, destacam um diferencial. “O modelo denominado Tampa Alta, indicado para potes de 300 e 500 gramas, contempla com maior robustez a embalagem final”, eles assinalam. Ainda na seara das tampas, a Qualinjet manda bem ao corresponder às exigências de acabamento e segurança do setor de hair care com as versões flip top bicolor. “Constam de tampas resultantes da injeção bicomponente ou coinjeção, unidas de sistema de fechamento in-close”, eles descrevem.
Pesquisa recente da consultoria Euromonitor (ver à pág. 06) desvenda três planos de voo para desenvolvimentos em produtos para cabelo: as tendências da beleza sustentável, da diversidade/multiculturalidade e da influência da categoria de produtos para pele (skin care). Quanto à primeira diretriz, Venâncio e Tatiana deixam claro que a Qualinjet faz a sua parte provendo potes e tampas mais vezes saídos de suas injetoras de ciclo rápido, implicando o consumo menor de resina cobrado pelas marcas cultoras da sustentabilidade. Pelo flanco da diversidade/multiculturalidade, ambos os dirigentes afirmam estarmos vivendo uma era de quebra de estereótipos, ruptura acompanhada pelo setor de cosméticos. “É o nosso principal cliente e contribuímos para seu engajamento na tendência da diversidade oferecendo enorme variedade de cores para os potes e tampas”. Por fim, para Venâncio e Tatiana são claros os reflexos no trabalho da Qualinjet de determinados sinais da transfusão de avanços em skin care para o setor hair care. “Isso se nota na evolução da composição dos produtos, orientada pela necessidade de exibir cada vez mais novidades e mudanças, para que possam se apresentar de diferentes formas ao consumidor final”, completam os dois dirigentes.
Vestidos de gala
As resinas show na roupagem dos produtos para cabelo
A indústria de produtos para cabelo é das que melhor penteiam o consumo nacional de polietilenos (PE), seja na ala dominante do sopro de frascos como na extrusão/conversão de embalagens flexíveis. Único produtor da poliolefina no Brasil, a Braskem mantém seus pés nas duas canoas. No primeiro compartimento, a empresa tem se voltado, em particular, para a lapidação das propriedades sensoriais da resina de alta densidade (PEAD). “Buscamos a diferenciação do material por meio de características como brilho, toque e maciez”, revela Júlio Henrique Lottermann, engenheiro de aplicação de PE para rígidos da corporação petroquímica. “Já introduzimos a resina Rigeo Lumios, que se distingue pelo brilho elevado dos grades convencionais de PEAD para sopro”. O material, aliás, espelha a contribuição acenada por PE para a embalagem agregar valor ao produto e sensibilizar o consumidor de hair care em aspectos que transcendem o atrativo da funcionalidade do conteúdo. Em complemento, Lottermann, realça o seu mostruário de PEAD para tampas de embalagens como as de artigos capilares. “Asseguram bom acabamento, estabilidade dimensional, resistência mecânica e produtividade na injeção”, assinala o especialista. “Agora nos debruçamos sobre desenvolvimentos orientados pela resistência química e torque de abertura e fechamento das tampas”.
No cercado dos flexíveis relacionados com o mercado hair care, a Braskem enfatiza para shink de lotes unitizados de produtos os predicados mecânicos e ópticos (transparência e brilho) de seus polietilenos de baixa densidade lineares base metaloceno (PEBDLm), a exemplo dos grades EB853/72, Proxess 1806S3 e Flexus 9211, alinha Marcelo Neves, gerente de engenharia de aplicação para PE para flexíveis. Importadora de PEBDLm, a norte-americana ExxonMobil não quis falar.
Com passe livre em embalagens rígidas e flexíveis, o PE verde da Braskem, proveniente da rota alcoolquímica, acontece há bom tempo no reduto de hair care, a exemplo de sua aparição na grife japonesa Shiseido. “O uso desse bioplástico reciclável casa com a tendência denominada beleza sustentável em vigor no mercado de hair care, como mostram os últimos estudos da consultoria Euromonitor (ver à pág. 06)”, insere José Augusto Viveiro, responsável por químicos renováveis para a América Latina e Ásia-Pacífico da Braskem.
PP com pinta de vidro fosco
Formadora global de preço e opinião em polipropileno (PP), a Lyondellbasell também transita com especialidades pelo mercado brasileiro de hair care. “Nossa frente na indústria de cosméticos fica por conta de Adflex Q320B um tipo de PP com três monômeros, diferenciado por um tato que alude mais a borracha que a plástico”, distingue Ademir Lívio, gerente responsável pelo mercado sul-americano da petroquímica holandesa. “Esse efeito soft touch proporciona uma sensação diferente quando o usuário manipula a embalagem contendo esta resina na camada externa”.
Lívio acrescenta que, se aplicado numa embalagem translúcida, Adflex Q320BBB confere um efeito de jateamento na superfície. “Proporciona uma aparência semelhante a vidro fosco”, associa o expert. Por ser flexível ao extremo, ele nota, o emprego deste grade de PP cinge-se a aplicações dependentes de determinado grau de rigidez, como tampas e potes. “Mas a característica do tato pode ser ressaltada, por exemplo, numa peça coinjetada”, ele frisa. No arremate, Livio traduz Adflex Q3230 B como um compatibilizador entre PP e PE. Desse modo, assinala, ele evita delaminações ao se extrusar uma capa de PP e uma de PE. “Outra vantagem do material é que realmente muda o visual de embalagens poliolefínicas, mas eventuais aparas industriais que contenham o produto podem ser aplicadas na camada de PE ou na de PP”, completa o executivo.
Um plus premium chamado PET
PET só não circula com mais desenvoltura em hair care no Brasil pelo fator custo, julga Theresa Moares, gerente comercial da subsidiária da italiana M&G, maior produtora do poliéster grau garrafa no país. “Não há entrave técnico”, ela reitera. “Mas os fabricantes de produtos para cabelo ainda não respaldam investimentos em máquinas para produção de frascos de PET, embora o aporte se pague com rapidez se considerada a economia com a redução do peso da embalagem proporcionada pela resina e dos gastos com mão de obra no processo”.
O mercado de hair care se caracteriza por volumes menores e ausência de padronização de tampas e gargalos, assevera Paulo Carmo, gerente do negócio de embalagens da base no Brasil da canadense Husky, fera global em injetoras de pré-formas.”Gargalos distintos exigem pré-formas idem, o que fragmenta as tiragens dos frascos de PET, tornando sua transformação menos interessante do ângulo econômico”, ele expõe. “Nesse caso, dilui-se a grande vantagem do processo com o poliéster: custo menor na produção em alta escala”. Em contraste, completa Carmo, o custo de instalação do processo de sopro de PEAD é menor e compatível com volumes fragmentados. “Em suma, possui Capex (investimentos em ativos de produção) menor e Opex (custo operacional) maior, em especial nas tiragens alentadas”.
A prevalência de frascos opacos, julga Carmo, não implica limbo para PET em hair care no plano da estética. “A questão da transparência não é obstáculo; na realidade, as marcas e consumidores valorizam a percepção de cor do produto envasado”. A propósito, arremata Carmo, PET cai como luva no conceito de premiunização cultuado nas apresentações pela indústria de hair care. “Além de prover excelência no sistema de fechamento, mérito da precisão nas dimensões dos gargalos, o advento da tecnologia multicamada para pré-formas viabilizou a produção de frascos transparentes de efeito degradé até então impossíveis”. Apesar das pedras dos custos de processo no caminho, PET salta aos olhos nas prateleiras de hair care, reforça Theresa Moraes, apontando para frascos de duas alquimistas da beleza, Natura e Boticário.
Rivais brancos de susto
No display dos materiais auxiliares para tampas e frascos de poliolefinas para hair care, a subsidiária local da componedora norte-americana A.Schulman começa a deixar a concorrência nacional de cabelos grisalhos. “Estamos importando master branco da nossa fábrica no México, com alta qualidade de dispersão, possibilitando redução no percentual de dosagem e preço competitivo”, confirma o gerente comercial Roberto Castilho. O afago no bolso da clientela desse concentrado de elevado poder de cobertura provém das isenções tarifárias na proa do acordo comercial bilateral Brasil/México. Castilho aperta o cerco sobre as embalagens abrindo o catálogo da série Polibatch. “Por exemplo, masters nucleantes como o tipo AN N03809, desmoldantes como o NA N03305 e os auxiliares de fluxo, aliados ou não a antioxidantes, caso dos tipos APS N02816 e LL AF N00504”, ele enfileira.
A voga da beleza sustentável, uma das correntes inspiradoras de inovações em produtos para cabelos, elege a consultoria Euromonitor (ver à pág. 06), não passa batido pelo crivo da A.Schulman. Castilho explica que a componedora responde à tendência com sacadas como o master Papermatch, diferenciado pela aparência de papel, redução do brilho e soft touch. Na mesma trilha ecológica, Castilho encaixa as credenciais de Agriplas. “Consta de PP com fibra de palha de trigo, um reforço de fonte renovável, elemento redutor de peso parcial na faixa de 10% perante os mesmos compostos baseados em enchimento destinados à injeção”, compara o técnico. “Agriplas ainda confere uma aparência singular aos compostos naturais e aos produtos em cores, além de poupar energia em sua produção e baixar os ciclos ao ser injetado”.
Para sachês e pouches atuantes em hair care, Castilho saca do coldre Polybatch Easypour. “Quando adicionado ao substrato interno de uma estrutura flexível multicamada, este auxiliar modifica a tensão superficial, facilitando a fluidez dos conteúdos”, descreve. “Por exemplo, durante o processo forml/fill/seal, a incorporação pode reduzir a contaminação em áreas críticas de vedação de embalagens como pouches e sachês”. No embalo, ele ressalta a barreira transparente a óleos e vapor d’água erigida para flexíveis de PE por outra cria da Schulman, Polibatch NC 44.
Diamante polido
Há tempos imemoriais, os masters de efeitos visuais, como perolados e metalizados, são unha e carne com produtos hair care e o look premium de suas embalagens. Para se distinguir nesse salão de beleza, a nacional Pro-Color tira da manga nova linha de perolizados sintéticos, de brilho superior ao das micas convencionais. “A linha atua como um diamante polido, diferenciando-se também pelo reflexo de luz tridimensional”, acentuam Elisangela Melo e Alex Nascimento, respectivamente gerentes de vendas e de especial dessa componedora com 30 anos de estrada. Na esfera das tampas, encaixam os dois executivos, as bolas da vez são os concentrados de alta transparência, contendo ingredientes de alta performance com liberdade de migração, e os auxiliares para evitar a deformação das peças. “É o caso de Protech-0187, nosso master funcional antiempenamento,” eles exemplificam.
Elisangela e Alex enxergam nos masterbatches um aplicativo químico para o setor de hair care conectar-se às três tendências pulsantes no ramo, captadas em pesquisa da consultoria Euromonitor: beleza sustentável, diversidade/ multiculturalidade e a influência da categoria de produtos skin care (cuidados com a pele). “O consumidor nunca esteve tão informado e atento à sustentabilidade. Presenciamos o retorno da preferência pelo que é simples e funcional, o apreço por materiais naturais e a preocupação com os componentes do produto e da sua embalagem”, observam Elisangela e Nascimento. As cores casam com esta mentalidade e eles demonstram essa sintonia listando seus masters de maior saída para frascos hair care: rosa orchid CPE 6805, laranja anthurion CPE 7805, verde hevea CPE 9805, amarelo cane CPE 7905 e vermelho exotic CPE 6905. “Além disso, as cores contribuem para estabelecer o elo da identidade do produto com o público alvo”, assinala Elisangela. “Por exemplo, a volta dos cachos à berlinda levou as marcas a assediarem a consumidora com séries específicas à base de xampus, condicionadores, máscaras de tratamento e restauração, cremes de pentear e finalizadores”. •