Olho vivo

Separadores ópticos da Tomra passam de luxo a necessidade para recicladoras
TOMRA-AUTOSORT
Tomra Autosort: investimento retorna em 18 meses.

Depois de automatizar a triagem de resíduos, a 2A Reciclagem, empresa paulistana verticalizada na coleta de sucata, triplicou a capacidade de processamento. Até então, o material recolhido era separado manualmente e esse era justo o gargalo de todo o processo. Agora o trabalho é feito por separador óptico Autosort, fornecido pela norueguesa Tomra Sorting Solutions. Com o equipamento, a 2A Reciclagem ganhou musculatura e conseguiu atravessar o ciclo de baixa nos preços dos materiais recicláveis. Se não tivesse a atual capacidade, a recicladora teria baixado as portas, vaticina Carina Arita, gerente de vendas do escritório da Tomra no Brasil.

O projeto da 2A Reciclagem foi assessorado pela própria Tomra, precursora no pais na introdução dessa ferramenta de automação do processo de recuperação de materiais plásticos. No Brasil já são 24 máquinas instaladas, além de 16 fornecidas a outros países da América Latina, desde a sua chegada à região, em 2011.

Carina Arita: Tomra avalia produção nacional.
Carina Arita: Tomra avalia produção nacional.

Para este ano, delimita Carina, a meta é colocar 12 máquinas. A perspectiva tem por base os projetos em maturação nos últimos três anos. Os resultados já obtidos pelas recicladoras que aboliram a triagem manual de descarte é o melhor cartão de visitas para os separadores ópticos. Parte significativa das novas consultas, por exemplo, vem de recicladoras que presenicaram um equipamento Autosort em ação. Mas essa prova dos nove, por si, é metade do caminho andado para uma negociação bem sucedida, pondera a gerente. A parte restante, como aliás ilustra o trabalho de pré-venda na 2 A Reciclagem, é decidida por um trabalho conjunto Da base da Tomra, incluindo assessoria aos estudos de viabilidade do empreendimento, alternativa a financiamentos e até mesmo colaborar para integrar suprimento de refugo coletado com a destinação do produto reciclável. “A Tomra tem por filosofia ajudar o cliente do começo ao fim. Se o processo não está bem desenhado, a máquina não terá o melhor desempenho. Mas no Brasil tivemos que desenvolver uma série de ajustes à realidade local. Todo mercado em fase inicial de assimilação da tecnologia de separação óptica passa por isso”, explica Carina.

A infra da Tomra no país conta com quatro funcionários e uma representação de vendas. A demanda acesa e fatores como câmbio e condições de pagamento já levam a empresa a se debruçar sobre a possibilidade de nacionalizar modelos de seus equipamentos para alcançar os índices de conteúdo nacional determinados pelo BNDES e assim abrir acesso às linhas de crédito da Finame para suas transações no país.
Instalar um equipamento da Tomra não custa menos de R$ 600 mil, situa Carina. “Esse investimento mostra-se viável apenas se o reciclador operar a partir de 1 t/ hora e a experiência atesta que ele se paga em até um ano e meio”.

A Autosort já está na quarta geração. O equipamento tem um sensor infravermelho para segregação dos plásticos (sensores diferenciam os materiais por tipo e cor) e ao fim da esteira são separados. Uma evolução é a Autosort Flake, que possui câmera para analisar cores e transparência com maior acuidade (a segunda geração dessa linha foi apresentada no final do ano passado). “A primeira máquina se encarrega da separação, e a Autosort Flake vai elevar o índice de pureza após todo o processo de lavagem e moagem”, explica a gerente. •

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