Carne fraca contamina marketing da Melissa
Em reportagem intitulada Onda Verde, publicada em 2 de abril último no jornal “O Estado de S.Paulo”, Raquel Metz Scherer, gerente de marca e produto da Melissa, marca calçadista da empresa Grendene, enaltece a aura vegana do seu novo selo “100% Real Plastic” com a seguinte declaração: “Tínhamos quatro elementos químicos usados na fabricação do PVC que eram de origem animal e foram substituídos pelos de origem vegetal”. Aos fatos: a cadeia da produção de PVC envolve dicloroetano, cloreto de vinila e, enfim, o polímero: policloreto de vinila (PVC). Não há a menor sombra de bicho algum, atesta a ciência da Química, nos meandros desta sequência de ingredientes. Em frente: PVC é um polímero que, para ser processado, requer o acréscimo de elementos complementares como plastificantes, estabilizantes, ou lubrificantes. Também aqui a carne acaba mal passada, pois não se tem notícia na praça de comprovação científica das pegadas de suposta origem animal na composição dos materiais auxiliares que dão forma ao chamado composto de PVC.
Plásticos em Revista encaminhou pedido para a Melissa revelar quais são os quatro elementos de origem animal que esta grife de calçados femininos extirpou e quais foram os substitutos de origem vegetal que elegeu. A assessoria de imprensa da Melissa informa que a empresa não quis se pronunciar sobre a solicitação de Plásticos em Revista.
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