Braskem: o balanço ambivalente de 2016
2016 fechou com sabor agridoce no balanço da Braskem. Na divulgada prévia não auditada dos resultados, a empresa voou em céu de brigadeiro nos índices operacionais e no EBITDA de R$ 11,5 bilhões, cifra 23% acima da aferida em 2015. Mas o saldo final azedou com o déficit de R$ 768 milhões causado pelo compromisso assumido em acordo global pela empresa, ao final do ano passado, de pagar R$ 3,1 bilhões de multa e indenizações às autoridades para encerrar as alegações da Operação Lava Jato.
Pelos dados repassados à imprensa em teleconferência, a Braskem pendurou na parede troféus conquistados em 2016, a exemplo da taxa média de 92% de ocupação das suas centrais petroquímicas e, a jusante, a produção total da ordem de 4,9 milhões de toneladas de resinas – polietileno (PE), polipropileno (PP) e PVC – ou 4% acima do volume registrado em 2015. Reflexo do pisão da crise no calo do mercado interno e do câmbio favorável , as exportações de termoplásticos da Braskem saltaram 24% em 2016, somando 1,7 milhão de toneladas. 2016 também marcou pela partida do complexo mexicano de eteno/PE da Braskem-Idesa e, nas unidades da Europa e EUA, a produção geral de 2 milhões de toneladas de PP do grupo traduziu incremento de 2% sobre o exercício de 2015.
Na esfera das atividades no Brasil, a Braskem produziu em 2016 o total de 2.708.466 toneladas de PEs (+ 2% sobre 2015); 1.592.474 de PP (+5%) e 549.039 toneladas de PVC (+ 10%). Quanto as vendas internas, foram 1.705.462 toneladas de PEs ( 0%); 1.105.675 de PP (-2%) e 528.314 de PVC (0%). Aliás, na mesma prévia a Braskem estima o mercado nacional do vinil em 1.023.867 toneladas em 2016. Retomando o fio, as exportações somaram 1.024.233 toneladas de PEs (+11% sobre 2015); 566.255 de PP (=47%) e 116.919 toneladas de PVC (+79%). Para arrematar o desenho do panorama, a Abiquim informa que as importações brasileiras de PP totalizaram 287.538 toneladas (+1,55% sobre 2015); as de PVC, 311.049 toneladas (-1,59%) e as de PEs, 508.417 toneladas ( 577.771 em 2015).
No arremate, o balanço prévio divulgado à mídia, a Braskem prevê para este ano, como 10 em 10 analistas, retomada doméstica lenta e gradual e, no exterior, dias melhores para o I Mundo e nem tanto para os mercados emergentes. Além do mais, esta redução no spread internacional de PE a partir do quarto trimestre, com a partida da primeira leva de mais capacidades do polímero nos EUA, situação a se agravar em 2018 com a entrada em campo da segunda batelada de plantas norte-americanas. O panorama deve ser mais calmo para os lados de PVC e PP, prevê a Braskem, assinalando inclusive não ter notícias de ampliações na capacidade norte-americana da poliolefina até 2020.
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