Exclusividade sempre vende

Projetos customizados blindam a Bonapel contra a crise
Evandro-De-Bona
Bona: domínio de nichos pouco concorridos em EPE e EPS.

O xororô na crise é geral na transformação de plástico. No plano micro, porém, revelam-se bolsões sem mimimi. “Apesar do mercado retraído, nós continuamos crescendo”, festeja Evandro De Bona, sócio e diretor comercial da gaúcha Bonapel, produtora de embalagens e protetores de poliestireno e polietileno expandidos (EPS e EPE) e caixas e acessórios de papelão. “Estamos em artefatos de produção difícil em escala, devido à mão de obra exigida no processo”, pondera. “Conforme a demanda, a Bonapel customiza seus produtos e mais da metade deles provém de artigos exclusivos para alguns dos principais clientes, a exemplo de cantoneiras protetoras de EPS para exportação de móveis montados”.

Evandro e o irmão Fernando De Bona repartem por igual o controle societário dessa transformadora que emplaca 10 anos em 2017. Como referência do crescimento, Evandro lembra ter faturado R$10.000 no primeiro mês de ativa da unidade em Bento Gonçalves. “No melhor mês deste ano a receita superou R$1 milhão”, completa. Mais de dois anos seguidos de recessão não tiram a empresa do prumo. Sem abrir volumes de vendas e receita, Evandro constata salto da ordem de 25% no ano passado e prevê avanço ao redor de 10% no exercício atual. “Em 2017 esperamos crescer cerca de 20% num mercado em retomada”.

Papelão à parte, ele calcula ter rodado a operação de EPS com índice de 95% de ocupação em 2015 e 85% na medição feita na virada do semestre este ano. “O declínio decorre de aumento da capacidade instalada e não de redução da demanda”, salienta. Em EPE, emenda, a ocupação ficou em 40% em 20-15 e 60 este ano.”Trata-se de uma nova linha de produtos e deverá consumir um ano para esgotar sua capacidade”, justifica.

A Bonapel compra de terceiros as pérolas de poliestireno expandido com gás pentano. Evandro não vê problemas em ter de recorrer a fornecedores como produtores de EPS verticalizados na sua transformação. Ou seja, também competem com a Bonapel. “Nosso foco são projetos especiais, nichos em que essas empresas verticalizadas não conseguem atuar”. O setor moveleiro abriga os campeões de vendas da empresa em artefatos de plástico: as cantoneiras de EPS e o perfil de 18 mm de EPE. A propósito, o dirigente vê um marco da empresa nesses 10 anos nas cantoneiras abertas e fechadas de EPS combinado com papelão.

A Bonapel expande internamente com o gás butano os pellets de polietileno de baixa densidade (PEBD) que adquire. Para este ano, o diretor crê na continuidade da supremacia do perfil de 18 mm nas vendas de EPE e, no front de EPS, ele põe fé em projetos de produtos especiais, de manufatura dependente de corte em router CNC, a cargo de equipamento com controle computadorizado dos três eixos (x, y e z).

Ao repartir seu faturamento atual, Evandro De Bona atribui quinhão de 50% a papel e papelão; 40% a EPS e 10% a EPE, “pois estamos há pouco tempo nesse mercado”. Nos últimos cinco anos, ele distingue, EPS foi o negócio que mais evoluiu. “A facilidade de desenvolvimentos sem custo de ferramental facilita sua utilização”, nota o dirigente. A hipótese de entrar em polipropileno expandido (EPP), tal como o fazem vários transformadores de EPS , tem sido ventilada na Bonapel. •

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