Os prazeres da carne

Snacks protéicos apostam em novos hábitos de consumo

No Brasil, o estrelato curtido pelo iogurte grego é sinal de uma tendência mundial que bate à porta do consumo de alimentos e está ouriçando embalagens como laminados e semi rígidas. Na garupa da receptividade a produtos de conveniência, de apelo natural e enquadrados no cânone da saúde & bem estar, os snacks de cárneos se animam a botar a cara para fora. “A entrada de Salamitos abriu o mercado a esta nova categoria de snacks protéicos”, percebe Edson Passos, gerente de pesquisa e desenvolvimento da subsidiária local da norte-americana Bemis, fornecedora global de laminados para essa linha de salgados, inclusive para Salamitos, lançamento da BRF Brasil, que negou entrevista a respeito.

Não é de hoje que snacks protéicos tentam penetrar no país nº1 na produção global de carnes. Em 2010, por exemplo, foi noticiada a criação de joint venture do grupo JBS com a norte-americana Jack Link’s em torno de duas fábricas de beef jerky (produto similar à carne seca) em São Paulo. Por sua vez, foi divulgado em 2013 um contrato de arrendamento, pela Marfrig Alimentos, de ativos da Brasil Foodservice, entre eles uma unidade de beef jerky no interior paulista. Enfim, como Passos sustenta, Salamitos saiu na frente. O indicador-chave de que a recepção morna a essa categoria no passado pode mudar a curto prazo, ele sustenta, é a certeza de grandes fabricantes do alimento quanto ao desembarque aqui de novos hábitos de consumo. “Não há como o Brasil ficar de fora da tendência; as primeiras iniciativas já acontecem e alguns clientes nos procuram para projetos confidenciais de embalagens para snacks protéicos”, abre sucinto Passos. A recessão atual pode esfriar o humor dos compradores, mas o executivo não vê como essa tendência morrer na praia. “A crise pode representar o momento certo para se criar um hábito de consumo a caminho da consolidação quando a economia reagir”.

Os tipos protéicos base carne não cabem no mesmo bojo de embalagens dos snacks convencionais, como batata frita e amendoim. “Os salgadinhos tradicionais têm peculiaridades entre suas características técnicas, em especial a sensibilidade à umidade, atributo que requer uma barreira específica no laminado”, expõe Passos. “Já os snacks protéicos podem se deteriorar pela oxidação e precisam, em essência, de embalagens com proteção ao oxigênio”. Nos EUA, encaixa o executivo, a Bemis marca em cima a escalada dos snacks protéicos com desenvolvimentos a exemplo de potes pré-formados com selagem e recipientes de tampa e fundo termoformados. Uma referência é o snack de carne Oscar Mayer P3 (Portable Protein Pack), introduzido em 2014 pela Kraft Foods no mercado norte-americano. Conforme foi divulgado, o alimento processado é acondicionado em bandeja de PET termoformado com filme superficial selado a quente de acetato de eteno vinila (EVA).

Passos descortina as possibilidades de transpor de imediato para cá as suas soluções de embalagens de snacks protéicos. “A Bemis Brasil trabalha integrada com as demais unidades do grupo e essas embalagens para snacks protéicos podem ser oferecidas na América Latina, por sinal mesmo que alguns insumos não estejam disponíveis por aqui”, assevera o gerente. “Tratam-se de embalagens que podem ser importadas, nacionalizadas ou manufaturadas a partir de matérias-primas vindas do exterior”. Para bom entendedor, a carne está no ponto, pronta para servir. •

Compartilhe esta notícia:
Estagnação do setor automotivo impele a componedora para novos mercados e polímeros

A CPE abre o leque

Estagnação do setor automotivo impele a componedora para novos mercados e polímeros

Deixe um comentário