O mercado precisa de aditivo antibloqueio

Consumo de masters marca passo há 3 anos,constata a MaxiQuim

Componedores de masters são tão receptivos a soltar números quanto, hoje em dia, político a atender empreiteiro pelo celular. Em decorrência desse vácuo de indicadores mais concretos, o reduto brasileiro de concentrados, um setor de baixa barreira de entrada a julgar pelo formigueiro de componedores, só se conhecia por projeções arredondadas ou deduções a partir do consumo de resinas. Esta lacuna de décadas foi enfim preenchida pela consultoria Maxiquim com sua radiografia (MaxiQuim Marketing Outlook -Masterbatches) específica do setor, obtida de entrevistas com 20 componedores, além de fontes de resinas e auxiliares, feitas com fórceps e sem anestesia a respeito de tópicos de caracterização técnica dessas especialidades e relativos ao perfil desse mercado por porte do produtor, trajetória da demanda, por tipo de master, investimentos recentes e projeções do consumo. A edição do relatório com o balanço de 2015 acaba de ser posta à venda e, nesta entrevista exclusiva, Taís Marcon Brett, uma das mentoras do trabalho expõe várias pepitas desse filão de informações privilegiadas, descortinando um segmento hoje às voltas com movimento estacionado há anos, mas que mesmo assim continua a cultivar os desenvolvimentos individualizados e, em resposta à crise, entrar em outras atividades sempre dentro do ramo de especialidades.

Taís Brett: consumo de masters na faixa de 130.000 t/a.
Taís Brett: consumo de masters na faixa de 130.000 t/a.

PR – A pergunta tem por base os 20 componedores focados no levantamento da MaxiQuim. Qual o critério de escolha deles e como se dividem por localização?
Taís – O critério de seleção foi a capacidade instalada. Dos 20 componedores, 16 possuem unidades em São Paulo.

PR – Projeta-se por alto o efetivo de componedores de masters na faixa de 200 indústrias. Procede?
Taís – Não temos o universo exato de empresas, mas deve ser algo entre 150 e 200. Estimamos que os 20 maiores produtores detenham cerca de 50% do mercado. Há muitos produtores de capacidade muito pequena. O quadro lembra bastante a segmentação da transformação de plástico.

PR – Recessão, descapitalização e o preço baixo (inclusive em dólar) dos ativos têm levado à compra, em frentes da transformação como embalagens, de indústrias menores por maiores. Mas não se vê isso em masters. Por que?
Taís – Os últimos movimentos que ocorreram nesse sentido, no segmento de masterbatches foram em 2010, com as múltis PolyOne e A.Schulman, adquirindo empresas brasileiras. Mais à frente, vimos componedores daqui diversificando portfólio e serviços para tentarem se manter no mercado. No caso das empresas nacionais, as dificuldades impostas pelo encolhimento do mercado levaram investimentos maiores, como aquisição de outras indústrias, a serem avaliados posteriormente. No caso das multinacionais, o cenário local de incerteza local para aportes, o recuo da demanda e baixas projeções de crescimento em relação a outras regiões do mundo também dificultaram as tomadas de decisões nesse sentido. O cenário pode se tornar mais favorável com o aumento da confiança no âmbito de investimentos (leia-se melhoria nos cenários políticos e econômicos), aliado à manutenção da taxa de câmbio nos patamares atuais, que tornam as aquisições mais vantajosas.

PR – Entre 2009 e 2014, tornou-se praxe entre indústrias em geral se endividarem expandindo a capacidade na suposição de continuidade do crescimento da demanda. Nos últimos dois anos recessivos, o mercado brasileiro voltou ao patamar de seis a oito anos atrás. Como avalia os efeitos dessa marcha à ré sobre o consumo doméstico de concentrados?
Taís – Com a crise, as empresas tentaram diversificar seu portfólio de segmentos atendidos, buscando até novas atividades, como tingimento de resinas ou fabricação de compostos. Em termos de consumo de masters, 2015 ficou num patamar próximo ao de 2013, ano de início do nosso acompanhamento.

PR – Dos componedores nacionais, a Cromex há décadas sobressai como única exportadora de masters. Por que outros componedores locais não se voltam com vigor para vendas externas para atenuar o baque interno?
Taís – O mercado de masters é caracterizado por elevado grau de customização, de parceria entre o cliente e o componedor em desenvolvimentos. Assim, quem almeja atender o mercado externo deve ter uma estratégia para desbravá-lo, pois os clientes são conquistados ao longo do tempo. Dessa forma, quem não possui essa política comercial dificilmente consegue aproveitar um momento favorável para exportar. Grande parte das empresas nacionais de masters volta seus esforços para servir os clientes locais, de modo a ter uma fidelização.

PR – Diversos tipos de masters não têm similares locais ou acusam oferta local insatisfatória. Como avalia o impacto da situação cambial e demanda recessiva sobre as vendas desses materiais importados no país?
Taís – De forma geral, a importação brasileira de masterbatch não chega a 5% do consumo. Cada vez mais os fornecedores locais focam na ampliação do portfólio de modo a atender o cliente de forma completa, tanto com masters commodities como especialidades, pois a venda completa é muito valorizada pela indústria consumidora. Assim, muitas vezes o próprio fabricante de masterbatch importa alguns itens mais específicos para atender a partir do Brasil, o que ocorre também com as múltis aqui localizadas.

PR – Os 20 componedores ouvidos pela MaxiQuim operaram com qual nível  de ocupação da sua capacidade para masters em 2015 e quais as perspectivas para 2016?
Taís – Em 2016, o nível operacional médio deve fechar em cerca de 60%, estando nessa média desde o segundo semestre de 2015, sendo levemente melhor na primeira metade do ano passado.

PR – O IBGE estima em 4% a queda no consumo das famílias em 2015, o maior recuo desde 1996, evidenciando uma nova e piorada realidade econômica. Quais os efeitos disso sobre as tendências traçadas no estudo da MaxiQuim para masters nos próximos cinco anos? Como essa futura trajetória deve contrastar com o histórico entre 2013 e 2015 mencionado no estudo?
Taís – Ainda estamos em fase de elaboração das projeções, mas sabe-se que as futuras taxas de crescimento devem ser menores que as verificadas entre 2010 e 2013. Ou seja, o avanço deve ocorrer de forma mais lenta.

PR – Qual a estimativa do volume de consumo total de masters no Brasil em 2015 versus 2014 e previsão para 2016?
Taís – Considerando o masterbatch granular, tipo dominante no mercado, o consumo girou em torno de 130.000 toneladas em 2015, redução de 6% em relação a 2014. Para 2016, estamos finalizando as estimativas, mas deverá fechar muito próximo ao desempenho do mercado de resinas, com queda de 8% a 10%.

 

Nada de cruzar os braços

Componedores reagem à crise com lupa nos custos e turbinada no portfólio

A mistura nada fina da recessão e dólar alto age feito ácido sulfúrico na formulação do negócio de masters. Em efeito dominó, os componedores tratam de acertar o passado com a nova e dura realidade, mas sem abrir mão da prestação de serviços e do misto quente do portfólio de concentrados e aditivos. “Continuamos a atender o mercado com todas as linhas de produtos”, atesta José Fernandes Basílio Filho, sócio executivo da componedora Cromaster. “Nossa maior mudança foi o enxugamento da estrutura, na medida exigida pela queda da demanda total num momento em que uma fatia do consumidor final foi tirada do mercado pelo alto índice de desemprego. Em suma, adaptamos os custos operacionais para sobreviver nessa conjuntura”.
O mostruário da Cromaster é uma metralhadora giratória, pois atira sobre todos os flancos e nenhum deles, percebe Fernandes, tem conseguido um respiro na crise. “Para master preto, a única válvula de escape este ano é a da exportação”, constata. “No mercado interno, segmentos como a plasticultura sofreram menos, enquanto a situação é crítica em redutos como autopeças”. Fernandes também não vê alternativa senão o mercado externo para os super ofertados masters brancos. “Preços muito baixos privilegiam os custos de quem opera essa produção em grande escala; não é o caso da Cromaster”. Na esfera dos coloridos, nota, a recessão tem resultado numa carnificina sem discriminação de mercados, de bens duráveis a produtos essenciais, desembocando em queda geral de 20% a 25% das vendas desses concentrados pela Cromaster. Fernandes não alivia nem para os lados dos concentrados à base de pigmentos e efeitos ditos especiais. “Mesmo redutos que costumam passar ao largo nas variações de quedas ocasionais, caso de cosméticos, não foram poupados”. Razões de sobra para a componedora frear por ora o ímpeto de seus desenvolvimentos. “As novidades limitam-se a melhorias na performance de aditivos como bactericidas e anti UV”.

Em relação ao câmbio, a mão que afaga é a mesma que apedreja os componedores. “Não se trata de volumes significativos, mas notamos em consultas e vendas realizadas terem caído bastante, devido ao custo inibidor, as importações de produtos como masters pretos e alguns tipos de compostos de carga”. Em contrapartida, o bolso da indústria de concentrados arde com a grande dependência de ingredientes como determinados aditivos e pigmentos, a exemplo de dióxido de titânio, encaixa Fernandes. O impacto desses custos é altíssimo nas formulações e, para atenuá-lo, temos recorrido à via das importações diretas desses materiais”.

Importações cedem terreno
A Termocolor também sofre com esse ônus de importações incontornáveis de auxiliares,dada a falta de contratipos locais. “Buscamos suavizar esses aumentos com o estreito relacionamento com fornecedores parceiros e com o gerenciamento do fluxo de estoque”, informa a assessora executiva Mariana Botasso. Conforme pondera, a magnitude do seu mostruário de masters e compostos e a penetração em todos os segmentos da transformação têm aliviado o baque de dois anos de depressão econômica sobre os costados da Termocolor. Para reagir à conjuntura, conta Mariana, a empresa tem reformulado sua operação pautada pelas vias da redução de custos, produtividade, pulverização da carteira, desenvolvimento de formulações customizadas e serviços de beneficiamento de resinas. Em paralelo, a componedora se arma para uma investida na distribuição. “Ao longo segundo semestre fecharemos com uma múlti parceria para a venda de produtos biodegradáveis”, solta a assessora, arisca a pormenores.

Outra boa nova apontada por Mariana é o terreno cedido às entregas da Termocolor pelo recuo sentido nas importações, em especial de masters aditivados e resinas tingidas, cortesia do câmbio indigesto para compras externas. Por sinal, ela encaixa, sua empresa já aproveita o real desvalorizado para estudos e projetos visando reservar às exportações 10% do faturamento.

Pelo critério da receita, pretos são a linha de concentrados da Termocolor menos fustigada pela crise em razão do volume de produção pouco significativo, deixa claro Mariana. Ela desenha a margem de manobra da empresa fora dos superofertados tipos commodities, de combate. “Atuamos há décadas no exigente segmento das especialidades, com tonalizadores de cor e diversas aditivações”. Em coloridos e brancos, ela evidencia, a vida não anda fácil. Por sinal, Mariana estima na média de 30% a queda no consumo dos clientes dos setores automotivos e da construção civil. “A retração foi menos sentida nos mercados de embalagens, calçados, higiene pessoal e limpeza doméstica”.

Foco Reajustado
Dois anos seguidos de voo em tempestade forçaram prementes ajustes na rota da Cromex, nº1 em masters no país. Entre as mudanças, sobressaem a dedicação a masters sólidos, causa da retirada dos colorantes líquidos do mostruário, e o encerramento da atividade de vendas de resinas e auxiliares importados. Com esta decisão, aliás, a norte-americana ExxonMobil perdeu o distribuidor de seus polietilenos no país. “Ao final das contas, o fim da comercialização de materiais resultou positiva do ponto de vista de caixa, melhoria de margem e a retomada do foco no negócio tradicional da empresa”, defende o diretor comercial Glauco Moraes.

Potência em especialidades, a Cromex também empunha a batuta, à sombra da suas escalas saradas, dos destinos de masters pretos e brancos no Brasil. Quanto aos primeiros, o diretor descortina um cenário – literalmente – negro. “Sem dúvida, a construção civil e o setor automotivo foram os campos de pretos mais vitimados pela crise”. Para contrabalançar o breu nas vendas, Moraes afirma sem abrir números e explicações que a empresa trata de ampliar seu leque de produtos e tecnologias de masters pretos. Já em brancos, a saída tem sido ampliar a carteira de clientes para a empresa buscar refúgio do resfriamento da demanda em dois dos principais oásis de brancos, descartáveis e produtos de limpeza. O vento tem soprado mais a favor para os lados dos coloridos da Cromex. “Constatamos aumento expressivo na procura por desenvolvimentos de cores, em especial para embalagens de cosméticos e componentes de bens duráveis”.
Faça sol ou chuva no câmbio, a Cromex sempre primou, em isolamento quase absoluto, pela continuidade em suas exportações. “O câmbio mais favorável, lógico, reforça este esforço, aliado ao grande reconhecimento no exterior de nossa marca e qualidade e uma prova recente são nossas primeiras exportações para os EUA”, sublinha Moraes.

Entre as frentes vistas como promissoras este ano, Moraes põe fé em suas formulações para o agronegócio, entre elas concentrados para ráfia, e a linha de masters para filmes de polipropileno biorientado (BOPP), caso de três tipos opacos – perolado, branco e branco de baixa densidade. “O portfólio para BOPP abarca ainda concentrados de aditivos migratórios e não migratórios que agregam ao filme características como a dissipação de cargas ou redução do coeficiente de atrito e do efeito de bloqueio”, ilustra o diretor.

Mão na roda para os processos
BOPP é tribuna de honra da subsidiária da norte-americana A.Schulman a postos na fábrica de masters e aditivos em Sumaré, interior paulista. “Estamos formulando aqui novos concentrados das séries Polybatch e Aspera”, indica o gerente comercial Roberto Castilho. “São tipos antiestáticos e deslizantes, com concentração dobrada, uma vantagem em custos”. Entre as novidades, o executivo ainda distingue no mix em Sumaré um master Polybatch mate não selável. Em paralelo, Castilho acena com importações de dois ases da série Polybatch para BOPP, um master mate selável a 105º C e outro primando por alto deslizamento a quente.

À parte BOPP, o carro-chefe da A.Schulman no Brasil tem sido o master multifuncional, mão na roda para azeitar os processos da transformação, reduzindo o scrap e a necessidade de paradas de máquina. “Em relação ao ano passado, estamos vendendo o dobro desse produto e tem sido intensa a procura por nossos masters brancos de alta dispersão para filmes de alto calibre desprovidos de rupturas em processo sem alta frequência de troca de filtro nas extrusoras”. Nesse mesmo terreno de flexíveis, Castilho abre o lançamento de um master que torna polietileno de baixa densidade linear (PEBDL ) “muito mais cristalino para aplicações como shrink”. Outro mercado que enche os olhos de Castilho é o de agrofilmes. “O portfólio da A.Schulman conta com tecnologias de infravermelho e UV mais avançadas do que o mercado local hoje dispõe”.

Castilho assevera perambular sem sombra de crise pelo mercado. “Expandimos os negócios em 2015 e seguimos vendendo o dobro do registrado há 15 meses, a ponto de termos desgargalado a capacidade em Sumaré”, ele frisa. O câmbio também não o tira do rumo. “No exterior a valorização do dólar nos tornou mais competitivos, pois temos custos fixos em reais”, argumenta. “No mercado interno, o dólar caro nos protege da importação de masters rivais”. Conforme alega, o preço dos concentrados está atrelado à variação cambial e, claro, ao preço das resinas. “Tudo isso segue equilibrado pela concorrência na praça e a A.Schulman tem se destacado pelo marketing e aceitação do custo/benefício de seus concentrados”, considera. “Muitas vezes a pechincha sai mais cara que um material de melhor padrão e mais avançado”.

 

Resistência a impacto nunca é demais

Pigmentos e aditivos precisam mesmo de efeitos especiais

resistencia

“É a crise mais grave que o Brasil já viu e desafia como nunca a sobrevivência do setor plástico”, vaticina Douglas Silva Araujo, coordenador de vendas de negro de fumo (Specialty Blacks Business) para a América do Sul da Birla Carbon, controlada da corporação indiana Aditya Birla. O diagnóstico do executivo parte de um posto de observação privilegiado: o mercado do pigmento preto em termoplásticos. “A demanda para frascos de cosméticos foi menos afetada, mas sua fatia no bolo é menor que a dos filmes e embalagens em geral”, pondera o executivo. Antes dessa recessão, lembra, o setor plástico sofria com a concorrência de importações, em especial da Ásia. Agora, embora essa competição tenha murchado com o dólar alto e carestia, a forte queda na demanda de campos vitais para o plástico, como autopeças e construção civil, causam efeito dominó de retração em subsegmentos como materiais auxiliares, caso de concentrados escurecidos pela presença de negro de fumo, deixa patente Araujo. “Diante disso, nossa expectativa é fechar o ano empatando em volume com o suprimento de negro de fumo para plásticos em 2015”.

A economia na enfermaria pôs em marcha plano de redução de custos na operação brasileira da Birla Carbon, à sombra das unidades na Grande São Paulo e no polo petroquímico da Bahia. Mas Araujo reitera que o catálogo de negro de fumo não foi prejudicado. Como prova, ele distingue a introdução este ano do tipo Raven P125, em conformidade com a norma RDC52 da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) para contato indireto em embalagens de alimentos e em tubos de polietileno de alta densidade (PEAD) para água potável.

A vida também não anda fácil para os lados dos pigmentos fora do convencional, em grande parte importados e, portanto, de acesso complicado pela situação cambial. Um medidor dessa pedreira é o balcão da Colormix, agente dos pigmentos da alemã Eckart. “Como tratam-se de especialidades, ainda na fase de desenvolvimento da aplicação desses pigmentos é analisada a viabilidade econômica do projeto e um bom planejamento de sua importação também pesa para baixar os riscos de um encarecimento inadmissível”, contrapõe Carlos Simal, gerente técnico comercial para plásticos da Colormix.

Em custos, menos é mais

“É um engano pensar que produto de preço baixo resolva problemas de custos. Não fazemos isso, mas produtos que diminuem o custo operacional dos clientes”, estabelece Lairton Leonardi,diretor geral da Micron-Ita, ponta de lança do Brasil em carbonato de cálcio, insumo chave para masterbatches e compostos, em particular os vinílicos. Entre os plus da governança da empresa, consta a política comercial proponente. “Assimilamos o foco das empresas atendidas para poder antecipar suas necessidades e, por força da recessão, esse relacionamento deve extrapolar para um desempenho que, além de nos munir das expectativas do cliente, integre na prática a Micron-Ita à cadeia de valores dele”. Essa profissão de fé transparece da mini entrevista de Leonardi a seguir.

PR – Como a Micron-Ita reage ao impacto da baixa na construção civil, maior mercado de PVC, sobre a demanda de carbonato de cálcio?
Leonardi – A retração tem sido nefasta na construção e afeta o consumo de carbonato de cálcio. Procuramos manter nossos volumes e nível de atividade através da oferta de produtos capazes de reduzir os custos operacionais dos clientes. Afinal, qualidade e rendimento são fatores que conduzem, de forma consistente, ao controle de custos. Atenção: falamos em controle e não corte de custos. Vários casos demonstram que a busca pelo simples corte de custos leva a uma espiral descendente. Ou seja, custos cortados, menor qualidade, produtos de baixo rendimento ou que impactam em queda no volume de vendas. Já o controle de custos conduz efetivamente à competitividade.

PR – Quais as novidades introduzidas pela Micron-Ita este ano?
Leonardi – Carbonato de cálcio não é uma simples carga. O controle da granulometria (tamanho e distribuição de partículas) é chave para o rendimento de um aditivo mineral e o uso do carbonato em proporções adequadas é vital para o custo do composto. A Micron-Ita investe em inovação no que se refere a produtos de baixo tamanho de partícula e distribuição homogênea, contribui para a competitividade de custo da formulação sem perda das características físicas finais. Exemplo: Micron 1/2 CDL 12, produto revestido com 1,3 micra de tamanho médio de partícula de alto rendimento. Permite altas dosagens sem detrimento das propriedades mecânicas do composto.

Num rasante sobre o bombardeio da crise nas trincheiras do plástico, ele enxerga as piores avarias na procura por seus pigmentos alumínios em pellets para tingimento de autopeças como para-choques. O reduto dos calçados, ele assegura, também tem balançado nos alicerces, mas mantém a busca por pigmentos diferenciados e as embalagens de produtos de higiene pessoal continuam receptivos a linhas da Eckart como pérolas de borosilicato. No embalo, Simal destaca para embalagens de cosméticos os predicados de formulações de efeito brilhante, caso da pérola de vidro recoberta com prata da série Platalux.

Entre os ases tirados da manga este ano, Simal põe fé em portas abertas para a linha Energy Safe, de pigmentos de efeito que proporcionam reflexão dos raios infravermelhos e qualquer polímero; o pigmento dourado intenso Symic C393 e aquele com efeito de alumínio, Symic OEM Opaque Silver. Do baú da Eckart saem também Laser Safe 040, aditivo de marcação de laser isento de metais pesados e os pigmentos de bronze encapsulados Dorolan, a tiracolo do chamariz da resistência térmica.

A ala dos auxiliares para a transparência do plástico também passa um cortado por esses dias . “Os negócios relacionados com os setores automotivo e de construção têm sido cada vez mais afetados”, lastima Wim Van De Velde, diretor regional para América Latina da Milliken, força norte-americana em agentes clarificantes. “A demanda não caiu tanto em campos ligados a bens de consumo, como embalagens e utilidades domésticas”. Nessa linha de raciocínio, o executivo brande o tipo Millad NX 8000 para termoformados de polipropileno (PP). “Além da transparência vítrea, permite o uso da embalagens em microondas”, completa. •

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