Não importa se chove ou bate sol na economia. Em 13 anos de ativa, o culto à produtividade virou ativo fixo na Legal Embalagens. Devido a esse banho de imersão em tecnologia e dedicação ao negócio, o presidente e fundador Carlos Guimarães Hespanhol, que entrou em campo com apenas duas sopradoras por extrusão contínua, hoje vê sua indústria portar o status de referência em recipientes de polietileno de alta densidade (PEAD), além de transitar com a controlada Legal Aço pelo reduto de bombonas e tambores metálicos.
Na selfie do Grupo Legal Embalagens, sediado em Itapecerica da Serra, na Grande São Paulo, a operação de transformar plástico está assentada na controlada homônima. Mesmo sob a demanda hoje com freio puxado no plano geral, a unidade da Legal Embalagens, informa Hespanhol, roda sete dias por semana em tempo integral, em regime de três turnos tocada por um efetivo de 70 funcionários na produção e 10 na administração. “A fábrica hoje opera com 15 sopradoras e, por sinal, nossa compra mais recente envolveu um modelo com capacidade para 50 litros”, esclarece o presidente. Na sua calculadora, a capacidade instalada de sopro alcança 700 t/mês e a produção tem pairado na marca de 600 toneladas no mesmo período. “Na média aferida na última década, temos adquirido uma sopradora por ano e reservado 5% da receita à manutenção preventiva do parque fabril”.
A manutenção preventiva, por sinal, figura entre as ações de polimento da produtividade na Legal Embalagens. “Mantemos um check list para acompanhar o desempenho de cada máquina e utilizamos o sistema de Planejamento e Controle da Produção (PCP) para ajustar o set up a um regime operacional de pouca troca de corna linha de sopro”. Em complemento, revela, a empresa adota programas regulares de reciclagem e apuro dos conhecimentos do pessoal do chão de fábrica, através de cursos internos ministrados por equipes do Senai e dois centros de ensino técnico profissionalizante, LF e Rocha. “Em 2015 foram ministrados cursos como os de regulagem e set de máquinas, processo de sopro, liderança e segurança do trabalho e de cunho motivacional”, exemplifica Hespanhol.
Na agenda de prioridades do dirigente consta a ênfase na automação do processo. No momento, ele expõe, apenas 30% de suas sopradoras rodam com automação plena. “Traçamos a meta de automatizar todas as linhas restantes no próximo quinquênio, o que significa investir na automação de duas máquinas em média anual”.
A junção do crescimento econômico aliado ao desenvolvimento sustentável também servem de régua e compasso para nortear a Legal Embalagens. Como referência, Hespanhol conta que 98% do refugo gerado em linha é moído internamente e reutilizado na produção. “Os 2% restantes são recuperados por uma recicladora parceira e o moído nos é devolvido para aproveitamento na produção”, descreve o dirigente. O Grupo Legal Embalagens também é, sustenta Hespanhol, um dos raros praticantes no país de outra sacada de aura verde. “Em iniciativa em parceria com Universidade de São Paulo (USP), instalamos um sistema de membranas de ultra filtração para reúso de água nas máquinas e zerar assim a geração de efluentes”. Ainda nessa esteira, ele ressalta o investimento feito num sistema para alterar os dutos de captação de água. “Ele nos permite armazenar em reservatórios a água da chuva e reutilizá-la”.
Junto com o baque da crise, a subida nos custos como os de energia sobressaltam os transformadores de plástico. Em reação à alta abusiva dos gastos de eletricidade, Hespanhol assinala ter trocado em 2015 todas as lâmpadas da empresa por modelos LED e contratou a empresa Ecco Solution. “Foi incumbida da instalação de filtros para estabilizar a frequência e reduzir o consumo de energia”, sumariza o presidente. •