Portos beneficiados refletem alta das importações de polímeros

Amazonas e Santa Catarina atraem desembarques cada vez mais
Portos de Manaus e Navegantes: arrancada das internações de poliolefinas.
Portos de Manaus e Navegantes: arrancada das internações de poliolefinas.

Um efeito colateral causado no Brasil pelo irremovível excedente mundial de poliolefinas tem sido a chiadeira da indústria química local, injuriada com a avalanche de resinas internadas por portos contemplados com incentivos fiscais. Em 2024, no entanto, a argumentação do setor sofreu um revés: foi noticiado que a petroquímica Braskem, único produtor de PP e PE no país, lidera a tropa de empresas bafejadas com facilidades tributárias – o ponto-chave de sua reclamação contra quem desfruta os mesmos privilégios em áreas beneficiadas. Este quadro ficou mais nítido no ano passado, ao evidenciar que a alíquota de importações de resinas, elevada de 12.6% para 20% desde outubro, não cumpriu o objetivo de diminuir o volume de importações dando assim um respiro aos produtores nacionais. Uma referência do impacto das importações é dada pela varredura da Associação Brasileira da Indústria Química (Abiquim) nas poliolefinas desembarcadas nos portos do Amazonas e Santa Catarina, dois dos Estados mais munidos de benefícios fiscais.

No porto de Manaus, a liderança entre as poliolefinas mais desembarcadas coube, em 2024, aos copolímeros de etileno e alfa-olefina. Foram internadas no último período 276.610 toneladas contra 138.847 em 2023. Em termos de PEAD, os desembarques por Manaus totalizaram 172.084 toneladas contra 109.022 um ano antes. Quanto a PEBD e PEBDL, as internações em 2024 atingiram 253.558 toneladas, perante 208.995 em 2023. Por fim, no compartimento de PP, as importações descarregadas na Zona Franca resultaram em 129.247 toneladas em 2024 versus 93.622 no ano anterior.

Já nos portos catarinenses de Itajaí e Navegantes, a dianteira nas importações recebidas de poliolefinas coube a PP em 2024, totalizando 410.746 toneladas, bem acima das 277.164 aferidas em 2023. A vice liderança foi ocupadas pelas importações de PEAD, da ordem de 297.308 toneladas no ano passado, superando a marca de 185.807 em 2023. O rol de poliolefinas fecha com PEBD e PEBDL, cujas internações por Santa Catarina alcançaram 129.153 toneladas perante 93.379 no exercício anterior.

PVC não é poliolefina, mas sua menção entre os polímeros internados por Santa Catarina merece menção dada a presença de mega  transformadores do vinil no Sul. Segundo a Abiquim, ali foram desembarcadas 282.165 toneladas do vinil em 2024 contra 209.672 em 2023.

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