Fim de ano é aquela época em que todo mundo vira futurólogo. Chovem na mídia desde chutes de meteorologistas sobre mudanças climáticas em 2025 a palpites sobre o desempenho do mercado, o comportamento dos juros, do barril do petróleo, do PIB e, lógico, da cotação do dólar. Aliás, em 24 de janeiro passado o mercado financeiro previa para 24 de dezembro deste ano o dólar a R$ 4,90. Quem dera…
O fato, porém, é que esse discurso de comparar o mercado deste ano com o anterior, prever como será o ano seguinte e terminar ao estilo “vamos-que-vamos”, pedindo aos ouvintes confiança, trabalho e fé, já deu o que tinha de dar.
A vida na indústria plástica ficou muito mais complicada nos últimos tempos. É o resultado da embolação de fatores nacionais e de fora que todo mundo conhece bem, a exemplo do inatacado aquecimento global, as dúvidas sobre a sustentabilidade do plástico, o capital caro, a carência de mão de obra especializada, investimentos repensados pela geopolítica e demografia, o enfraquecimento da China, as posições de Trump, o excedente de resinas, as barreiras tarifárias, a interferência política nas regras do jogo. Bom, melhor parar por aqui.
Disso tudo transparece um grau de incerteza não em relação ao que nos reserva o próximo ano, mas em relação ao próprio perfil e envergadura do nosso setor plástico num ambiente em que sobram alertas sobre o avanço da desindustrialização em geral no Brasil. Não é o caso de, como dizem alguns, parar de ler o noticiário para conseguir trabalhar. Desinformação, afinal, é um tiro mortal no pé. E por mais preocupante que esteja a macroeconomia, a microeconomia brasileira nunca deixa de nos surpreender, entreabrindo oportunidades para o plástico comprovar sua sustentabilidade com aplicações que tanto fizeram pela qualidade de vida da população e a proteção ambiental do país.
É esta contribuição do setor, aliás, que o Prêmio Plásticos em Revista (PPR), em sua 22ª edição, se propõe a tirar do anonimato e reconhecer. •