Califórnia veta EPS em embalagens de food service

Proibida venda, importação e distribuição na maior economia dos EUA
Dart Container: duas plantas de EPS fecham até o fim do ano na Califórnia.
Dart Container: duas plantas de EPS fecham até o fim do ano na Califórnia.

Poliestireno expandido (EPS) está pela bola 7 como embalagem de comida pronta na Califórnia, o estado americano mais rico e oponente pit bull dos plásticos de uso único. A partir de janeiro próximo, a denominada lei 54 do Senado estadual proíbe a venda, importação e distribuição dos referidos recipientes de EPS para food service no mercado local ou com a participação dele para outros destinos, informa matéria de 28/10 no site Plastics News.

A causa alegada para o repúdio a EPS é a impossibilidade, constatada pelo poder público estadual, de a indústria transformadora do expandido fornecer produtos com teores mínimos de 25% do polímero espumado reciclado. O veto legal feriu na carótida a operação de um dos líderes da transformação de descartáveis da América do Norte, a Dart Container Corp, sediada no estado de Michigan e com duas fábricas de embalagens de EPS na Califórnia. Em reflexo automático da homologação da lei 54, a Dart avisou a praça o fechamento no fim do ano de suas duas unidades californianas, nas localidades de Corona e Lodi, atirando no desemprego estimadas 100 pessoas. Para salgar a ferida no compartimento de EPS nos EUA, a transformadora Styropek declarou em comunicado em 1/11 que fechará em 2025 sua unidade adquirida em 2020 e operada por 100 funcionários em Monaca, no estado da Pensilvânia, sob a justificativa de inviabilidade econômica.

Olhado de soslaio pelos evangelistas da circularidade, o reduto de estirênicos da América do Norte tomou outra traulitada com a confirmação, dada em outubro pela petroquímica alemã Ineos, de uma decisão aventada em junho último: o encerramento da fábrica de 431.000 t/a de estireno em Sarnia, na província canadense de Ontário. Construída em 1943, foi adquirida em 2014 pela Ineos.

O fim de linha para a unidade aflorou no primeiro semestre, quando o poder público interrompeu sua operação face a denúncias de taxas inaceitáveis de eteno liberadas na atmosfera com efeitos danosos para as comunidades locais. As queixas de infração da saúde pública se avolumaram e, desde então, interromperam o funcionamento da única fábrica de estireno do Canadá. Diante desse entrevero, relata reportagem de Plastics News, projeções da Ineos indicaram a inviabilidade operacional e econômica de, eventualmente, religar a unidade em caráter temporário, até o governo canadense concretizar a hipótese de dar a permissão definitiva.

Analistas ouvidos na reportagem de Plastics News não enxergam maiores abalos, causados pela saída de cena da planta em Sarnia, nos mercados norte-americanos de estireno e PS, dado o elevado excedente entre capacidade e demanda interna dos dois materiais. Essa percepção periga mudar com outro comunicado à praça da Ineos, em 30/10, relativo à decisão de baixar as portas da planta de cerca de 180.000 t/a dos copolímeros estirênicos ABS e SAN em Addyston, no estado de Ohio, unidade adquirida em 2007 da Monsanto, que a operou desde 1953. “Nos últimos anos, o mercado norte-americano ficou cada vez mais competitivo, em particular devido à resina importada”, explicou em release Mike Harrington, CEO da Ineos Styrolution e Ineos ABS. “Concluímos então que os substanciais investimentos seriam necessários na planta para ela continuar em operação em condições de disputar a demanda a inviabilizariam economicamente”.

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