Mais rica das seis repúblicas da Ásia Central integrantes da ex-União Soviética e nº1 mundial em urânio, o Cazaquistão também fala grosso na extração de petróleo de bacias do Mar Cáspio. Pois agora ele parte para a integração downstream do óleo cru na petroquímica, por meio da iniciada construção de sua primeira planta de PE, conforme noticiado em 11/9 no site Report. O pano de fundo de um crescente excedente global de poliolefinas não reteve o comunicado desse projeto contemplando capacidade de classe mundial, da ordem de 1.25 milhão de t/a, de partida prevista para 2029.
Investimento orçado em US$ 7.4 bilhões captado em bancos internacionais, o projeto está sob a alçada da holding Sillenor. Esta modalidade de financiamento, por sinal, colide com noticiados protestos de ativistas ambientais na Europa e EUA contra concessão de crédito bancário para produção de fontes fósseis de energia e derivados.
Seus acionistas são os conglomerados estatais local JSC NZ KazMunay Gas (KMG, com participação societária de 40%), chinês Sinopec Overseas Investment Holding (30%) e russo PJSC Sibur Holsing (30%). O empreendimento ocupa área na denominada “zona econômica especial” (nota: alusão evidente a incentivos) National Industrial Petrochemical Technopark, na região de de Atyrau.
“A fábrica visa zerar a dependência de importações de PE e garantir aumento das exportações de produtos de alto valor agregado”, atesta o release liberado pela KMG. A expectativa é de a produção do polímero influir para aumentar ao redor de 1.2% o PIB do Cazaquistão e gerar 8.000 empregos na obra e 800 para o efetivo da unidade após a partida. O mix de produção deve abranger 22 grades de PE dos quais cerca de 40% afiançados como da categoria premium. Quanto ao etano para gerar eteno a ser polimerizado, será apartado do gás natural no complexo estatal KMG Gas Separation, situado no site da companhia Tengizchevroil.