Nos últimos 10 anos, o reduto de agrofilmes deslanchou no Brasil a ponto de passar de nicho a segmento potente de flexíveis, com sua demanda superando a de campos como bebidas e sacaria industrial, atestam indicadores oficiais. O mérito dessa arrancada é partilhado, de um lado, pela maturidade nacional no cultivo protegido de hortifrútis e flores e, do outro pela lapidação dos grades de polietileno e aditivos específicos para agrofilmes. Na ala dos materiais auxiliares, a Basf prossegue a bússola do ramo, como ilustra o lançamento mundial do diferenciado estabilizante à luz Tinuvin® NOR® 211 AR, cujas vantagens são esmiuçadas nesta entrevista por Daniella La Torre, especialista técnica em soluções para plasticultura da Basf na América do Sul.
Relatório sobre o primeiro semestre da indústria de embalagens flexíveis aponta agrofilmes subindo para 3º lugar entre os mercados mais demandados. E a Basf está introduzindo o estabilizante à luz Tinuvin®NOR ®211 AR justo para esse segmento. Qual é, em média, a vida útil que este aditivo assegura a filmes de estufas, mulching e silagem nas condições climáticas do Brasil?
Tinuvin® NOR® 211 AR foi projetado para filmes agrícolas para estufas de dois a três anos de vida útil, possuindo um nível máximo de contaminação de 2500 ppm de enxofre e 200 ppm de cloro. Em estudo recente de intemperismo artificial, em que um filme plástico submetido a 1200 ppm de contaminação por enxofre, foi comprovado que Tinuvin® NOR® 211 AR é capaz de dobrar a vida útil da película com menor dosagem no comparativo com produtos concorrentes. Portanto, com este novo aditivo, os produtores rurais podem desfrutar agrofilmes de melhor desempenho técnico com maior custo-benefício.
Quais as vantagens técnicas e econômicas proporcionados por este lançamento versus os estabilizantes precedentes da série Tinuvin para uso em agrofilmes?
Além de prolongar a vida útil por proteger da radiação UV intensa, do estresse térmico e dos agroquímicos, especialmente na presença de altos níveis de enxofre e cloro, ele atende à tendência de redução de espessura dos agrofilmes. Esse avanço busca reduzir o desperdício de plástico, aumentar a eficiência da produção e facilitar práticas de economia circular.
Como parte do portfólio VALERAS®, o Tinuvin® NOR® 211 utiliza eletricidade renovável na produção, melhora a precisão da dosagem do material, minimiza a exposição do filme à poeira e o protege contra água e os organismos aquáticos.
Quais as melhorias proporcionadas a agrofilmes por este novo estabilizante em termos de resistência à intensa radiação UV e estresse térmico?
O estresse térmico e a exposição à radiação UV intensa podem causar a degradação de plásticos por meio de diferentes mecanismos. O primeiro risco ocorre quando um plástico é exposto a altas temperaturas por período prolongado. Isso pode levar a mudanças químicas na estrutura do polímero, como a quebra das ligações a formação de radicais livres e a oxidação. O resultado é uma perda de propriedades físicas, como a resistência e a elasticidade. Já a exposição à radiação UV intensa pode degradar o plástico do agrofilme por meio da absorção de energia dos fótons UV. A exposição prolongada à radiação UV também pode reduzir a estabilidade térmica do plástico, o que pode levar à perda de características mecânicas, evidenciadas na formação de rachaduras e fissuras.
Como e porque este novo estabilizante aumenta a vida útil de agrofilmes em contato com produtos químicos inorgânicos como enxofre e clorados?
Tinuvin® NOR® 211 AR foi projetado para fornecer estabilização a filmes agrícolas, mesmo na presença de altos níveis de contaminação química, como enxofre elementar e defensivos, como fungicidas, inseticidas e agentes de desinfecção do solo. O aditivo reage com radicais livres, diminuindo a reatividade e energia do sistema e, assim, estabiliza o plástico mesmo na presença das moléculas contaminantes como enxofre e clorados. Este comportamento é particularmente útil quando os filmes estão em contato com as estruturas da estufa (ferro, alumínio, madeira).
