Reciclagem mecânica de PP e PE grau alimentício progride nos EUA

Agência EPA aprova grades da mexicana Alcamare e canadense Nova Chemicals
Potes de alimentos: mercado americano aberto para PP reciclado pela Alcamare
Potes de alimentos: mercado americano aberto para PP reciclado pela Alcamare

Passo a passo, a reciclagem mecânica de poliolefinas ganha acesso a uma sala vip onde a reciclagem química tem exercido reinado absoluto: o fornecimento de resinas grau alimentício com chancela da saúde pública. Os sinais de quebra desse privilégio foram avivados na segunda quinzena de julho com a publicação de duas conquistas por empresas na zona do livre comércio entre EUA, Canadá e México.

No compartimento de PP, a Alcamare, considerada a recicladora mecânica nº1 do México, conseguiu aprovar seus grades recuperados para uso em embalagens rígidas de alimentos (tampas, potes, contêineres etc) pela influente agência americana de controle de alimentos e medicamentos (FDA), conforme divulgado no site Plastics Technology Mexico. A Alcamare coleta 120.000 t/a de sucata plástica e recicla 75.000, inclusos PET e poliolefinas. O desenvolvimento de PP grau alimentício consumiu três anos e investimentos na reconfiguração não detalhada das linhas de lavagem, extrusão e descontaminação. A propósito, a petroquímica Braskem Idesa, com capacidade da ordem de 1 milhão de t/a de PEs no México, firmou em 2021 acordo com a Alcamare focando grades reciclados de grau alimentício.

PE mecanicamente reciclado e com grau alimentício é o material da petroquímica canadense Nova Chemicals contemplado com carta de não objeção da agência EPA ao uso em contato com alimentos. O material consta de PEBDL provido pela planta recicladora da empresa no seu complexo no estado americano de Indiana. Abrigado na marca Syndigo, trata-se do segundo grade de PE da Nova com luz verde da EPA para ganhar embalagens alimentícias – no caso, flexíveis. A intenção da empresa é produzir PE reciclado em escala comercial em 2025 para entregar 50.000 t/a a partir de 2026. Do outro lado do balcão, conhecido como vida real, o consenso é de que resinas recicladas, seja pela via mecânica ou química, só saem do chão com sustentabilidade monetária: preço capaz de desmontar as concorrentes virgens das embalagens de alimentos.

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