A julgar pelo crepitar da fobia ambientalista, plásticos de uso único não tardam a se juntar ao boto cor de rosa ou ao mico leão dourado na lista das espécies em extinção. Nos EUA, essa contagem regressiva ganha estridência com o estado de Nova York implantando a partir de janeiro próximo uma lei até aqui no país apenas na Califórnia: a proibição de mini frascos de produtos de higiene e beleza (sabonete líquido, xampu, condicionador etc), em regra de PEAD ou PET, em banheiros de hotéis, informa reportagem de 10/7 do New York Times (NYT). O estado de Washington promete aderir ao mesmo procedimento a partir de 2027 e, completa o jornal, outros estados cogitam tomar medidas similares.
Hotéis em Nova York com menos de 50 quartos precisam estar em linha com a nova norma anti descartáveis plásticos até janeiro de 2026. O projeto dessa lei foi submetido ao legislativo estadual em 2019 e sancionado dois anos depois pela governadora Kathy Hochul, mas sua entrada em prática foi retardada para permitir aos hotéis esgotar os lotes de pequenos frascos adquiridos até então, esclarece o artigo do NYT, enfatizando que a proibição impulsiona o setor hoteleiro a reduzir o lixo plástico que gera.
Grandes hotéis devem cumprir a lei sancionada no estado de Nova York a partir de janeiro próximo. Para substituir os mini frascos, cadeias como Marriott já trombeteiam na mídia o intento de instalar nas paredes dos boxes e pias grandes frascos com bicos dosadores para os hóspedes se servirem. É uma saída já sujeita a controvérsias dada a possibilidade de hóspedes se recusarem, por considerar a conduta anti- higiênica, a lidar com embalagens já manuseadas por outras pessoas. Outra alternativa aventada: trocar os minifrascos por sachês flexíveis (também descartáveis) como os de ketchup e mostarda habituais em fast food. A ideia foi rejeitada pela indústria hoteleira pela irritante trabalheira para se conseguir deslacrar os sachês, ainda mais com as mãos úmidas durante o banho.
John Fitzpatrick, proprietário de dois hotéis 4 estrelas em Manhattan (61.8 milhões de turistas em 2023), declarou ao NYT confiar que “empresas de embalagens comparecerão em breve com uma penca de soluções. Mas aqui estamos nós, da hotelaria, esperando por elas sentados ao redor da mesa”.