Reflexo da independência na produção atingida durante o super ciclo de investimentos petroquímicos (1992-2021), as exportações de PP da China devem fechar o ano na faixa de 2.6 milhões de toneladas, o dobro do volume embarcado em 2023, aposta a consultoria Icis. Mas a pergunta de US$ 1 bilhão é a seguinte: a China continuará a exportar num crescendo com os principais mercados, EUA e União Europeia, nada amigáveis ao comércio com ela?
Sabedora dessa aversão, a China trata de pulverizar seu excedente de PP e o Brasil então entrou bem na foto do novo mapa de vendas desenhado pela Icis, De janeiro a abril último, China despachou 871.147 toneladas de PP versus 430.430 no mesmo quadrimestre em 2023. No rastreio da Icis para os 120 principais destinos aferidos nos quatro meses iniciais do corrente ano, a lista é encabeçada pelo Vietnã, respondendo por 16% dos embarques totais, seguido por Brasil e Indonésia, com respectivas participações de 8%; Bangladesh, com 7%; Índia, com 6%; Tailândia e Peru com frações individuais de 5% e, na lanterna da lista, Paquistão, Filipinas e Nigéria, com parcelas em separado de 3%.
John Richardson, blogueiro do site da Icis, sustenta que spreads (diferença entre preço do produto sua principal matéria-prima) são o melhor guia para se acompanhar o desenrolar de suprimento e demanda em petroquímicos. No cercado de PP, os spreads da tonelada da resina chinesa CFR (inclusos custo e frete) perante nafta do Japão CFR a Icis atribui, para o período 2003 e 2021, a média de US$ 597 para copolímero de bloco, US$ 545 para o grade de ráfia e US$ 546 para o de injeção. Corte para o quadro entre janeiro e junho de 2024 para os mesmos tipos de PP: os spreads caíram para US$ 255, US$ 224 e US$ 202. “Até os spreads se recuperarem em torno de 150% perante os indicadores de 7 de junho, a capacidade instalada de PP da China continuará a perseguir uma demanda incipiente”, considera o analista sem ousar palpitar como se daria essa ressurreição da rentabilidade da super ofertada poliolefina.