A indigestão nos balanços provocada pela energia cara, juros nas nuvens e reajustes nos pesados salários desemboca, desde a guerra na Ucrânia, na propensão de medalhões do maquinário europeu para plástico de aposentar o modelo de operação centralizada no continente. Já participam dessa diáspora dínamos como a alemã Arburg e a austríaca Engel, anunciando respectivas plantas de injetoras na China e México. O time será reforçado com a descentralização de outra potência na montagem de injetoras e periféricos, o Wittmann Group, sediado em Viena, como adiantou o presidente Michael Wittmann, em coletiva na feira americana NPE noticiada no site Plástics News.
Em reação à esvaziada competitividade econômica para a manufatura na Europa, ele já antecipa o plano de eliminar aos poucos as atividades fabris na matriz, reformulando-a para atuar apenas como centro de desenvolvimento.
No balanço de 2022, a Europa abocanhava 55% das vendas do grupo, seguida pelo continente americano, com 32% e Ásia, com 13%. A empresa já possui plantas nos EUA, mas o dirigente sinalizou na coletiva a intenção de fortalecer a construção de seus equipamentos em países emergentes e bem posicionados para atender de perto os grandes mercados. Essa estratégia, em termos de racionalização de custos e vantagens logísticas para cobrir melhor a Europa, ganhou visibilidade com a transferência da montagem de determinados periféricos da Áustria para unidades na Turquia e Hungria, onde aliás o grupo implanta até 2025 uma fábrica de chapas metálicas e já realiza a mudança para lá da construção de modelos de linhas de injetoras menores, na faixa de 110-120 toneladas de força de fechamento. Em paralelo, Michael Witmann rumina a probabilidade de fortalecer sua estrutura industrial na Turquia, sensibilizado por encantos como o frete acessível e próximo da Europa. Na Ásia, o grupo comanda subsidiárias no Vietnã e Filipinas e parte na Índia, em 1 de junho, uma fábrica para equipamentos não identificados na coletiva e desenhados com base nas peculiaridades da transformação de resinas local. No Brasil, seu maior mercado sul-americano, o Wittmann Group segue há décadas com uma subsidiária comercial.