Alvoroçada com a pregação da economia circular, a Lego, fabricante dos icônicos brinquedos à base de logos de montar, baixou tempo atrás um cronograma mandatório: a utilização de resinas derivadas de fontes fósseis nos tijolinhos injetados se extinguiria até 2032, cedendo lugar a materiais rotulados como sustentáveis. Pois fica o dito por não dito. Conforme divulgado pela empresa sediada na dinamatquesa Billund, três anos de testes e cálculos a convenceram de que PET reciclado (rPET) de garrafas pós-consumo constitui uma opção mais poluente e onerosa que o polímero virgem cogitado para ser defenestrado: o copolímero de acrilonitrila butadieno estireno (ABS) virgem. Entre as justificativas para o recuo na decisão, veio a constatação de que a manufatura com rPET exigiria maquinário novo e específico e mais etapas deveriam dificultar o processo. A Lego também declara que, pela sua avaliação, rPET não reduz a emissão de gases estufa nem é tão durável quanto ABS. Apesar dessa tijolada em sua ânsia por ganhar o crachá verde, a empresa reitera sua disposição de livrar-se de plásticos petroquímicos e que segue na busca de alternativas derivadas de fontes renováveis com o desempenho encontrado até agora apenas na rota das execradas fontes fósseis.
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