Mal passaram quatro meses da partida da sua planta no México, por sinal a primeira recicladora química do país, e a inglesa Greenback Recycling Technologies alardeou em 18 de setembro ter adquirido, por montante não revelado, o controle da Enval, licenciadora tecnológica dessa unidade com capacidade de recuperar 6.000 t/a de flexíveis pós-consumo. Constituída em 2006 como empresa à parte da Universidade de Cambridge, a Enval comprovou sete anos depois a viabilidade comercial de sua tecnologia de pirólise induzida por micro-ondas numa fábrica em Luton, Reino Unido. Dez anos depois o processo da Enval foi transposto para a recicladora ativada em maio pela Greenback em Cuautla, sul do México, mediante aporte da ordem de US$ 3 milhões, dos quais 25% por conta de um acionista brand owner, a subsidiária da Nestlé no país.
Já durante a partida da planta mexicana, a Greenback Recycling Technologies falava grosso sobre o futuro do negócio na mídia. Seu CEO, Phillippe von Stauffenberg, declarou então pretender implantar, nos próximos anos, um contingente de 300 fábricas mundo afora para converter em óleo, matéria-prima para produção de polímeros, rejeitos flexíveis de laminados (inclusive com alumínio) por meio da tecnologia patenteada pela sua agora controlada Enval. Conforme adiantou ao jornal Plastics News, o dirigente cogita instalar 150 fábricas na América Latina, 30 na África e Ásia e o restante na Europa. A Enval, por sinal, já prospectava então condições para colocar cinco ou seis plantas em países como Alemanha e Colômbia. De acordo com von Stauffenberg, que fundou a Greenback em 2018, sua tecnologia de pirólise embute o atrativo da dispensa de água, recurso considerado por ele escasso em vários dos países na sua mira.